segunda-feira, 26 de abril de 2010

me leva pra morar na praia?


Já há alguns dias, minha vontade é largar tudo, sair correndo pra praia, pro campo, pro fim do mundo, pra dormir no chão de terra ou areia, vendo o céu, com os olhos perto, bem perto, quase uma pessoa só... Tenho pensamentos desconcertados o dia todo, penso, lembro, relembro, reconstituo as palavras, tento apreender os momentos.

Uma sintonia de voz grave e outra voz aguda, sintonia de instrumento de corda, carinhos, chocolate. Esse primeiro-sentimento é infinito, dá convicção de que se pode tudo, só porque se QUER tudo, e o desejo passa por cima de qualquer bom-senso, princípio, fato óbvio. É sentir só, é vontade de ter uma cama do tamanho de uma praia pra ficar junto explorando o espaço por horas a fio, enquanto o sol nasce, se põe, nasce, se põe...

Agora, me sentindo assim, com muito mais vida, eu me certifico de que todo o período que levo pra adquirir novamente autonomia sentimental vale a pena, afinal, só assim eu pude não ser grossa quando ele chegou, não tolher possibilidade, deixar ele mostrar que eu estava enganada quando olhei e simplesmente achei que, como todos ali, ele era só alguém.

Era alguém que em 5 dias me tiraria o chão...

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