quarta-feira, 15 de junho de 2011
À UNE PASSANT
As palavras me despertaram de tal maneira hoje, que não sossegam até que ganhem corpo e expressão real. Nada custa tentar...
Desde lá, eu me sinto completamente apaixonada por ele. Eu, justamente, com essa dificuldade toda de gostar de alguém, com essa impossibilidade de sentir imediato. Eu costumo precisar de tempo, de costume, de convivência. Mas foi bem diferente com ele. Não tem medida, e absolutamente qualquer coisa que eu pense-escreva-diga parece um imenso exagero e falta de bom senso, talvez. Parece até que eu tenho uns anos a menos, não se sente isso quando adulto, suponho. Como se eu gostasse de alguém que não sabe, nem me olha, nem me vê. Já eu, figuro vê-lo de novo, eu finjo em outros beijos que tem o gosto dele. Eu quero sentir o beijo dele, é fato. Nunca quis sentir beijo de ninguém, mesmo porque eu nem tenho essa fixação que tem a juventude em gastar a mandíbula... Mas sobretudo eu quero sentir o olhar dele, que é lindo, que me fez ficar umas horas a mais ali embasbacada com a presença dele, mas que me teria feito ficar por anos e anos se tivesse me pedido.
Talvez eu esteja desde lá fantasiando um ideal, mas pouco importa. Sentir assim tão forte e profundamente alguém não há de ser à toa. Se eu fechar os olhos, eu posso lembrar exatamente da nossa conversa longa cheia de detalhes e sentidos pra mim. Eu quero sentir o abraço dele, ouvi-lo nas músicas, sentir o cheiro da pele, olhar os olhos castanhos profundos dele bem de perto, pra me perder sem ter tempo algum contando. Eu quero descansar nos braços dele, mesmo não sendo uma sereia bonita, e quero JÁ! É necessidade urgente dele, vontade das conversas, vontade dele todo perto. Eu me sinto tão apaixonada por ele que é como se eu precisasse fugir pra lá a toda hora. Eu quero, mas tenho medo. Confesso que mais de uma vez esse medo me paralisou na direção dele. Mas agora tem sido tão diferente: agora é urgência, agora eu me pego com os pensamentos nele a todo instante, olhando longe.
Já faz muito tempo, e é tão forte assim aqui. Engraçado; embora o pretenda em qualquer canto do mundo, eu não quero trazê-lo pra cá: quero ir encontrá-lo na sua calmaria, eu que tenho sido furacão. Quero os ares do seu mundo, que têm ele e a sua voz.
É intenso, mas não atordoa. Pode esperar - mas não quer. Me completa só por existir - mas é parte de mim o dia todo na ânsia de vê-lo e senti-lo sem demora.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Acho que agora entendi...
ResponderExcluirAfortunado aquele que despertou algo tão bom e bonito.
Sinto uma inveja enorme, no fundo, por não ser merecedor ou um revelador de tal sentimento em alguém como você. Mas vida é isso.