sexta-feira, 4 de novembro de 2011
só o tempo sabe agora como é que vai ser...
bem meu, eu sonhei hoje cedo que nós largamos a cidade e fomos morar numa casinha bem, bem antiga que fica em cima de um rio, na estrada que vai pra cachoeira de monte alegre do sul. exatamente na curvinha da cachoeira do sol. você, meu sol.
cá comigo fica teu sorriso e tua vontade de seguir vivendo, pra amparar a minha tristeza agora. fica também tudo aquilo que você me ensinou, todas as risadas compartilhadas, as viagens que ficaram pro porvir - ou não. tem detalhes que vão sumir na longa estrada que transforma tudo em quase nada. mas não tem nada, não: só guardo o que foi bom no meu coração. vai ser difícil esquecer tudo que passou. esquecer? oras, mas quem foi que falou que se esquece amores? a gente não vai esquecer nunca, lindeza, na verdade a gente vai mais é lembrar, relembrar, escutar nossos sons de passarinho, de água de cachoeira. você também é de rio, como eu. somos ou fomos uma linda conexão de alma, de sincronicidade absoluta - mas erro foi achar que talvez nosso sentimento pudesse dominar os mundos todos... o tempo vai tratar de olhar por nós, recolocar no lugar o nosso coração, do jeitinho que tava quando te cruzei numa ruinha bonita. só que agora são 2 corações cruzados, que se ensinaram, se uniram, numa pureza que hoje em dia nem se atreve a lançar!
nesses dia em que nada parece trazer acalento pro meu coração, minha belezura, eu clamo que isso tudo seja um pesadelo e que daqui a pouco eu acordo, abraçada com você, com seu peso das mãos na minha cintura, e um sorriso no rosto de 'bom dia, minha anja. vamos levantar?'. e será um feriado qualquer, um domingo, um dia de folga pra ter namorado [só que você foi bem mais que namorado, tem palavra que exprime não!], pra ser feliz bem juntinho, oferecer sorrisos lindo pra você, e flores, e vida, meu anjo, muita vida entre as nossas mãos, nossas danças bobas sem música, nossas maravilhas dispersas no ar, a sua casa de mezaninos, a minha casa de mezaninos, a nossa casa, o nosso, o seu olhar em que eu me vejo bela.
o cheiro tá em casa ainda, tá tudo fresco na mente, os sentidos pedem, a conversa parece que foi interrompida bem no ápice das idéias. dá pra evitar de chorar não, meu anjo. só que eu não solto sua mão. solte a minha também não. você é a música mais bonita do meu coração.
às vezes nem adianta nada ter uma explicação. tem de se aprender a lidar com a vida nas suas peças, desventuras, desvarios... mas, olha: me diga agora, como hei de partir?
ah, se já perdemos a noção da hora
se juntos já jogamos tudo fora
me diz agora como hei de partir
ah, se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos devarios
rompi com o mundo, queimei meus navios
me diz pra onde é que ainda posso ir
se nó, nas desventuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas,
diz com que pernas que devo seguir.
como for, não importa: vou seguir, só esperar esse dia passar - e certamente será um dia daqueles de 400 horas! sorte que o tempo passa, meu lindo. vai passar e reiterar a beleza de ter tido você, de termos caminhado juntos esses poucos dias, mas que foram muitos, foram felizes, vividos, intensos, dias brancos, dias de luz, e nesses dias eu tive um mundo lindo nas mãos, que só poderia ter sido porque foi ao seu lado.
obrigada pela jaqueta, pela pedra-com-vinho, pelas tardes na usp. obrigada, meu anjo, por aquela sexta-feira que só a gente sabe. obrigada também por ter brincado no parquinho e pela noite na estação de trem. obrigada pela praia, pela blusa que me emprestou preu não congelar na volta! muito obrigada, sobretudo, pelas viagens em que me colocou na garupa, pelas estradas novas que me ofereceu, pela companhia em tantos céus. obrigada pelas comidinhas que me trouxe sempre, por me ajudar a cuidar do nosso filhotinho! obrigada por me inserir na sua paisagem. obrigada pelos últimos dias que foram lindos, tão lindos que me estremecem de lembrar. obrigada, pedro. obrigada por existir em mim.
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