de repente desperta o celular.
vento de maio, estrela cadente.
lembrando algo que, sinceramente, bem sabe o universo que nem precisa me dizer.
dizer que, ah, que gratidão. gratidão sim, ainda que maquiada por enquanto até que a ausência consiga abrandar os temores.
dizer que dos dias todos desde aquele houve apenas sorrisos, ainda que por vezes tenha lágrimas ainda, e não seja só flores, e tenha saudade, e tenha resquício, isso não importa.
chegou de repente o fim da viagem, agora já não dá mais pra voltar atrás.
importa que hoje o universo me avisou de algo que, bem sabe, nem precisa me dizer.
está em mim, me sabe, te sei.
rainha de maio, valeu o teu pique apenas para chover no meu piquenique.
não me lembro de ter colocado este lembrete, na verdade acho que nem fui eu quem anotou isso. deve ter sido o próprio dia, na sua plenitude e independência, na sua direção, que me lembrou a que veio.
veio como vem qualquer outro dia.
assim meu sapato coberto de barro apenas pra não parar nem voltar atrás.
olha, aqui o espaço vai bem. vai com tranco, barranco e olhares. vai com luz e brilho.
nisso eu escuto no rádio a nossa canção
sol, girassol e meus olhos abertos pra outra emoção
e quase que eu esqueci que o tempo não pára - nem vai esperar
ah, volta a gratidão por tudo que é, está sendo, foi, virá, será e só será pelo que foi e é. porque tempo a gente sabe que não há.
vento de maio, rainha dos raios de sol.
vá no teu pique, estrela cadente, até nunca mais
nem lembro teu nome nem sei - mentira
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