segunda-feira, 10 de setembro de 2012
pra agradecer ao universo
nalgum lugar em que eu nunca estive
alegremente além de qualquer experiência
teus olhos tem o teu silêncio
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram
ou eu que não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
me abres sempre pétala por pétala, como a primavera abre
tocando sutilmente, misteriosamente a sua primeira rosa
nada que eu possa perceber neste Universo iguala o poder de tua intensa fragilidade
cuja textura compele-me com a cor de seus continentes
restituindo a morte e o sempre cada vez que respirar
não sei dizer o que há em ti que fecha e abre
só uma parte de mim compreende que a voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão macias...
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