segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
do engano da lua em água
enganamo-nos na esquina, na virada surdina em que não se disse não.
enganamos no ato impensado, no abraço semi-dado, no 'ver-se-faz' bater o coração.
e, no fim, coração não bate com força não e, aí, já fica qualquer coisa que se faz tentativa e...ah... fadiga...
fadiga de tentar porque tentar é um tanto chato.
o olhar ofuscado, já vai cansado, de luz grande lhe tampando o céu
dá pra ver ainda pra além daqui? que foi mesmo que fizemos que criou a amarra - irreal a amarra?
* * *
aconselho romper-se, tremer-se todo de paixão
aconselho ainda que pouco se negue o apelo do não
e aconselho, ademais, que não seja capaz de frear sua mão
não vejo graça em gente que acha que é mansidão
nem me comporta um mundo de portas sem satisfação
* * *
ah, aliás, pouco me importa que seja do agrado o plácido
quero plácido não
quero um grito que em nada se abranda
mas fale, fale
fale o que seu coração pede que o outro fale
fale caso ache que é um disfarce ou uma pena, mas no fundo bem sabe que é contra-mão
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