quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
pros dias de dizer não
acredito que se deve procurar apenas dias bons e palavras belas. aí, quando não se pode oferecer isso ao outro, qual a atitude mais digna a tomar?
pode-se simplesmente ficar só, na ausência de vontade de compartilhar. tão simples... o outro não tem de nos fazer companhia pura e simplesmente. talvez eu é que não seja assim, tão magnânima. mas perder tempo de vida num nada contínuo não está nos meus planos. pra quem pretende me ver, me visitar, passar um tempo mínimo que seja comigo, tenha disponível para o mundo sorrisos, alegria, vida, abraços. de outro modo, não quero, seria melhor ter ido ver o filme do Pelé...
nada disso significa que não saiba estar ao lado em momentos de dor. isso é virtude, adquirida ou já nascida-espontânea. não é difícil - ainda mais quando se tem sentimento por alguém. a dor compartilhada se dissolve, em abraços e palavras ou simplesmente silêncio... mas não se trata disso o desabafo. se trata de ausência, mudez. o velho problema da mudez... quando se sabe de uma tristeza do outro, aí se pode ajudar, compartilhar, ainda que essa ajuda seja de fato ficar quieto e do lado. mas, frente a um silêncio sem motivo aparente e uma falta de vontade de compartilhar, aí sim, não suporto e nem faço questão alguma de suportar.
e algumas coisas nos fazem ver com uma clareza de água cristalina o que realmente NÃO queremos. o que queremos, ora, isso vai se formando ao longo do tempo, há a chance ainda de nunca sabermos... mas o que NÃO queremos está claro, à frente. não quero dias ruins, não quero horas perdidas, não quero ter de arcar com falta de carinho dos outros. é pedir muito só querer bons dias com quem se gosta? nunca havia passado por coisa parecida, e isso só me faz ter a certeza de que não precisa ser assim! se for só pra piorar meu dia, por favor, que cada um limite-se a não aparecer... ninguém deve se dispor do direito de borrar o sorriso do outro.
morar sozinha me faz simplesmente não ter paciência pra aguentar qualquer um que seja vir e se ausentar. já que temos cada um sua casa, seu canto, pra quê raios compartilhar silêncio? não quero, e bato o pé. silêncio e incapacidade de abraço a gente curte só, espera passar e, pro outro, oferece só o MELHOR de nós.
entende? só quero o MELHOR. se é isso que ofereço, é isso que me apraz receber.
*pois que vire contra mim o argumento, tente me mostrar o quão errada estou, o quanto devo eu mudar. faça o que for, mas faça o favor: desapareça até que consiga ser agradável.
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