cheguei na pousada depois de errar o ponto e andar mais do que pensava. a pousada é linda, tem minhas cores preferidas e me faz feliz. aí tomei banho e fui passear, explorar o ambiente. pra perceber que é bem estranho. escutei infinitas cantadas embora estivesse vestida de otária. mas, sabe, nem dá pra mandar tomar no cu como faço em são paulo: "ô, minha linda, quanta saúde, vice?" - leia essa frase com sotaque e demorando 15 segundos pra terminar e veja se dá alguma vontade/coragem de mandar o declarante à merda? não dá. enternece.
maior e melhor que a liberdade de tomar uma cerveja na faria lima no horário de almoço e matar todas as pessoas de terno de inveja, é a liberdade de andar na orla, vendo e ouvindo o mar, de braços abertos pronta e disposta pra tudo que a cidade pode oferecer!
vi coisas lindas e a pilha da máquina não estava carregada. estão cá na memória - mas já volto lá pra fotografar!
voltei pra pousada na busca por um restaurante barato e meio sem querer eu achei, quando fui desviar de uns senhoritos meio mal encarados. me senti a bixa mais magra da bahia: comi 8,50. acho que nunca comi 8,50 num restaurante por kilo. enfim, magra. me dei o prazer de um brigadeiro caseiro magnífico que derretou meu coração.
na rádio toca umas coisas diferentes aqui. eu lá entretida com meu brócolis e de repente começa: "à noite vai ter lua cheia, tudo pode acontecer... à noite vai ter lua che-e-ia. quem eu amo vem me ver". lembrei da novela "mulheres de areia" que passava quando conheci o pedro e uma noite que ele foi me ver, noite de lua cheia, eu abri o portão de casa cantando ela olhando pra lua, porque quem eu amava tinha ido me ver. bonita lembrança!!
eu tenho vontade de escrever o tempo todo, simplesmente. palavras me fascinam. ainda que sejam uma forma fraca de linguagem, caramba, como eu gosto, e componho, e disponho e sou poema, ele disse.
a vida é um troço foda. dá pra entender a razão de a gente ter de encarnar várias vezes. como a gente aprende!!
eu queria ter menos medo, ser mais confiante... eu por vezes não faço o que queria fazer. estranho admitir isso, porque sempre trato de encorajar todos. Mas o amor na prática é sempre o contrário.
entrou no restaurante um cara ingualzinho o tio marco, de corpo, alma e sensação de que era ele. amo tanto ele, e o fael, o amor maior que eu já tive!
as pessoas estão loucas, balançando as pernas sem parar.
chegando na pousada de volta - só voltei porque não tinha um canto sequer pra eu estirar minha canga e tomar sol! -, encontrei uma moça que vai pro congresso também. vamos juntas e raxar táxi e zaz. lindo. lindo mesmo. e mais lindo ainda vai ser ela ter um amigo baiano afrodescendente pra me apresentar. adoro ser paquerada por negros estilosos, confesso. daqueles que ouvem james bronw e tocam sax numa banda de jazz. nada de pagodeiro, a moda agora é tocar trompete em banda de jam session.
caramba! completamente sem querer eu deixei 2 azeitonas pra comer por último, uma pra mim, uma pro pedro. tó, príncipe! receba esta azeitona como símbolo do meu amor.
vai, saudade... diz pra ele...
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