segunda-feira, 4 de junho de 2012

do olhar


tenho uma crença boba nas frases lugar-comum que dizem ser o olho o espelho da alma e blá. não costumo me enganar com olhares não. sei quando tem paixão, sei quando tem carinho, quando não tem nada.
gosto de olhos que me dizem algo. tem uns olhos que a gente olha e não vê nada lá dentro... parece que está meio translúcido, não gosto não. não confio. nem em olhos azuis. sei lá, me passa algo meio traiçoeiro...

está tudo lá. dá pra saber se a pessoa é egoísta, calculista, fria, sensível, doce, verdadeira. aí vida afora a gente vai aprendendo a ler esses traços do rosto todos combinados com os traços do agir, do falar, do andar, do viver.

e nos olhos dele eu vejo tanta coisa... vejo sem fim de possibilidades, e é engraçado que desde os primeiros dias eu vejo a mim mesma. eu gosto de olhar, eu ficaria olhando por dias a fio, ainda mais se fosse num lugar bem idílico, mas serve também um ônibus qualquer pra paranapiacaba, porque de todo modo vamos mesmo esquecer de todos em volta...

é bom o tempo passar e os olhos continuarem sendo o meu refúgio de amor, onde eu encontro o carinho que me apazigua.

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