segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

do diálogo de reflexão

EU - mas aí agora bateu um arrependimento, não consegui fazer metade das coisas que quis, que sentia, que estava sentindo. no fundo, eu sou uma princesa brega e romântica... embora na aparência eu seja sempre bem racional, às vezes fria, lá dentro tem algo que me faz emocionar com corações aflorados. não abraço, não sei sobre toques ou aceitar toques. áspera mesmo, saca? rude...

ELA - mas se você é romântica, seja você! faça porque você gosta... a outra pessoa vai sempre admirar, por mais que não faça ou que não fale.

EU - é difícil... é como se eu não conseguisse dar passo nenhum antes de a pessoa se mover. vou até onde o outro vai, e só.

ELA - mas por que esperar dos outros se você mesma pode fazer? a pessoa pode estar esperando de você também. e aí não vai pra frente.

EU - nossa... faz todo sentido! mas bate um receio de parecer que gosto mais, que quero mais, como uma insegurança. medo de afastar, não sei bem. eu controlo tudo, cada palavra, às vezes até minto, porque acho que, se falar e fizer TUDO que quero, vou afastar a pessoa... é um pouco inconsciente.

ELA - inconsciente, bruna? você acabou de me falar tudo isso, então você tem consciência do que faz. e, viu, tem que se arrepender do que você NÃO faz! se fizer e sair besteira, serviu de lição. e outra: sempre achei que, se você for sincera com seus sentimentos e a outra pessoa fugir, é porque não valia a pena mesmo. e falar o que sente não é grude, nem feio, nem chato.

EU - acho que me expressei mal quando disse que é inconsciente. o que quero dizer é que sai assim, na hora não consigo agir de outro modo, minha mente racional controla tudo.

ELA - mas agora você já sabe onde está errando. é só relaxar e fazer o que tem vontade.

EU - caramba... vou até reler tudo isso.

* * *

pra não caber arrependimento aqui, simplesmente aceitar o que foi porque foi do jeito que tinha de ser, bem disse meu sábio de trilhas, john locke.

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