quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

do ar-izar-se



há momento pra tudo debaixo do céu

há momento de parar

de respirar

e de escolher ser ar

(há momento de passar horas sem nem perceber percorrendo o mundo, com a melhor companhia que o Universo poderia dar para seguir jornada)

há momento de pensar - mas pensar pouco porque pensar demais, também, tá com nada

há, debaixo do céu, momento de decidir

há, ainda, o momento de andar devagar

de andar mais devagar que alguém, tudo bem, não tem problema alguém nos passar

de desacelerar a alma e o coração porque, afinal, pra quê mesmo que se corre?

olha, escolhi o ar

a opção melhor de todas agora

daí, se der vontade de gritar, grita

se a vontade for de chorar, ora, chore

sabe, no fundo por vezes o choro profundo daqueles que tiram da gente um pedaço estranho é bom e muito bom

e tão bom quanto isso é o sorriso sem fim, que inunda, que brilha o olho seu e o de quem te vê, de quem te quer bem e de quem nem te conhece

será que a vida não fica mais interessante na explosão?

será que não se pode também aprender nos extremos?

deve ser coisa de alma nova que ainda experimenta...

sorte por não ter nada a reclamar

está tudo tão perfeito bem assim!



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