10 e pouco do 7º dia.
as palestras da noite são fodásticas, e estão melhorando a cada dia. o goenka-paschuetto é foda. até os cânticos já me trazem uma paz, uma coisa gostosa... eu até sorrio. a fase da revolta e tal tá passando. ainda não está fácil nem fluindo naturalíssimo, mas está bom. está tranquilo. está azul.
a lú que entra no quarto com meu brinquinho de borboletinha nas mãos. caiu e ela achou. justo ela, que veio no carro comigo e observou meus brinquinhos. olha a beleza da vida, a sincronicidade do que move, que é sagrado...
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caramba, as coisas mudam numa velocidade tal. desde o primeiro dia, senti muita falta do meu fone intra-auricular que me isola da barulheira da vida, e improvisei: entuchei um monte de algodão no ouvido. o mundo cai e só ouço 50%. deve até ter um pouco de algodão no cérebro já, vira e mexe sumia e eu não encontrava, no mínimo o corpo absorveu... enfim, e hoje tirei o algodão por 5 segundos no intervalo da meditação e escutei uma pergunta pro tim, professor de vipassana, e a resposta dele. foi instantaneamente lindo. e talvez pela primeira vez nesses dias todos eu me entreguei pra essa experiência toda. sem futuro, passado, música. e pude estar, pude ser sem tempo, sentir cada poro, aceitar cada instante como é, sem banir, sem lamentar, sem querer nada. e chorei horas a fio. foi muito intenso. me veio uma vontade, uma sensação gostosa de estar repleta de vida, cores, bons sons e energias. e veja a loucura: não vejo a hora de mais horas de meditação!
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noite já. não consigo fluir nada na garganta. trava. some. dói. engasga. incomoda. e muito choro engasgado que vem de outro lugar, não é daqui, não é choro da bruna, é choro da alma, essência, é libertar. não vou tentar entender agora. vou só sentir cada lágrima que tiver pra sair.
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