12:45 do 9º dia.
a lú me emprestou uma linda saia, daquelas de flores de cima a baixo que gritam 'bruna maria' enquanto rodam, pra que eu novamente me sinta uma menina. foi bom abrir mão da vaidade esses dias. bom mesmo. desapeguei de muitas coisas. não de todas, afinal, a vida é um processo lindo que ensina conforme tem de ensinar. estando atenta, não há motivos pra ter pressa.
o universo me presenteou com uma pedra, uma jóia de rio em julho passado. como um livro bom de ler, cheio de ensinamentos e contos e lindezas pra me mostrar e compartilhar. eu teimei, tola. tola de tolice infantil, de não saber ainda. e quando julho se repetiu e o aroma se esvaia e fazia sentir só de longe o gosto de inverno de antes, o universo, por amor, me mandou esses dias aqui. tudo que eu sempre vi nele que não agradava era aquilo que eu mais admirava. o que 'quisera eu...', mas sem forças ainda nem mesmo pra aceitar no outro. o viver de leve, a maciez dos sentidos. o desapego, o não querer, o só viver, ser...
quanto à garganta, embora não fosse essencial pensar, acabei tentando entender e algo me ficou claro. falar me é tão fácil, as palavras fluem, construo bem, estruturo, dou ênfase. o âmbito da palavra me fascina, e compreendo como funciona, domino a arte. e como uso mal! uso mal, usei para ferir tantas vezes, não por querer ferir, mas por não saber aveludar, não saber carinhar. não por ser má, e sim por desconhecer ainda. pensei talvez mais no pedro porque, nos últimos tempos, foi alvo de um sem-número de catálogos verbais que construí sem amor, sem pureza, sem ensinamento. só com fins didáticos banais e sem razão. liderar o campo do argumento deve ser bom, gratificante, e engrandecer ao invés de diminuir o outro e a mim mesma. quanta palavra ao vento precisou ser lançada pra hoje eu ter visto, sentido, tudo junto, tudo de uma vez...
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