sexta-feira, 18 de março de 2011

salada de frutas


ah, como é bão!! ficar sozinha com salada de fruta é quase que a perfeição do momento introspectivo.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Essa ofegante epidemia


Tem quem vai pra acampamento da Igreja, pra retiro espiritual, pro sambódromo, pra praia, pro interior de Minas Gerais, pra puta-que-o-pariu. Eu, esse ano, vim pra mim. Eu, que sempre viajei, sumi, desisti dessa cidade grande-estranha nesses dias de 'folga', dessa vez passo entocada. Sou toda de mim mesma, com meus interesses, minhas pequenas coisinhas como estudar grego tomando coca-cola, me depilar, arrumar caixinhas coloridas cheias de pequenos detalhes que não tenho onde guardar.

O carnaval é, eu diria, heterodoxo. Heterodoxo porque, na verdade, é um grande feriado colorido que é feito na individualidade de cada um. Não tem de ser pulado, mas sim vivido. E cada um escolhe como usa esses dias - e há, claro, quem não escolha nada e tenha que trabalhar no feriado. Esse ano, aprendi a ver beleza nos carros alegóricos das escolas de samba, mesmo tendo passado a vida toda achando tudo isso de desfile uma grandissíssima bobagem. Então, devo dizer que, mesmo em casa, mesmo sem liberdade de ondas de mar, como antes, eu vi cores virtuais bem coloridas e delas fiz encher meu coração, de beleza gratuita de pessoas felizes que vivem os dias todos num único ideal cheio de roupas bonitas e música animada.

Mas, pra mim, aos 80 anos, um carnaval seria como o de Limeira, na rua, tomando cerveja barata e vendo uma senhora, antiga amante do antigo prefeito da cidade, desfilar feliz cantando "Bandeira Branca", vendo pessoas felizes jogando confetes coloridos umas nas outras, andando às 4 da manhã a pé pela cidade pequena e bonitinha. Carnaval na minha alma tem marchinha, tem até as musiquinhas do Sílvio Santos, tem serpentina e máscara - esqueceram disso já? Gosto do pouco glamour, da simplicadade. De Pierrô e Colombina, quando nem se sabia quem era por trás da fantasia.

Pois é, no fim, saio desse feriado com vontades, idéias, tristezas de ausência, e a mesma e antiga indecisão e desconfiança. Mas é carnaval, afinal, de quê adianta desconfiar? No fim, somos todos iguais, cheios de pequenas mentirinhas carnavalescas e risonhas, cheios de inverdades que tanto acreditamos acabamos por construir fatos. Estou prestes a admitir que sou insuportavelmente pior do que a maior parte das pessoas que critico. Vou parar de criticar: quem sabe assim eu não me sinto mal por ser tão ruim.