segunda-feira, 23 de abril de 2012













... como o amor suave e terno de Rose e Bernard

... como o desespero, a angústia e o heroísmo de Jack Shephard

... como a liberdade líquida, egoísta e azul-marítima de Kate Austin

... como o olhar atônito da loucura de um terno azarado Hurley (Hugo Garcia)

... como as aquosas e lânguidas mentiras de um frágil Benjamin

... como Jacob (branco) e não-Jacob (...)

...como o amor deslizante, aveludado, de costuras soltas e diamantes de Desmond e Penélope

... como o amor surdo, cego e mudo, mas ensolarado e alaranjado de Sun e Jin

... como os amores não-amores de Kate

... como o cinismo, sem-nome, nômade de James Sawyer

... como a alma torturada de um amigo assassino Said Jarrah

...como a ingênua Claire
...como o iluminado Walt
...como o lúdico, inebriado Charles
...como o encantado Widmore

e acima de tudo e não menos importante...

...como o louco, sábio, sonhador de trilhas John Locke

assim é a vida de todos e assim são as ilhas perdidas

pois jamais deixaremos de estar perdidos

viver é cair por acidente numa ilha fantástica... na qual destino e liberdade são amantes-dançarinos eternos

mas de fato, 'brother', cair...
foi a melhor que aconteceu em nossas vidas

Live together and die alone

Rafael de Souza

quarta-feira, 18 de abril de 2012

quando um amor começa, nossa alegria chama


nascemos, então!

ele me sorri com os olhos, com as mãos. o mundo assim, tão louco, mas pára quando a gente se cruza, se abraça, se sente, se olha, se vê.

meu bem maior é uma beleza rara, é minha paixão mais genuína, é quem eu tenho guardado na alma e decerto não de agora: deve vir de antes e nossas almas devem ter a mesma idade. o meu coração já se pôs por completo na frente dele, está aberto como nunca antes.

é belo quando a gente aprende a cultivar os bons sentidos, levar cada dia como se fosse o único que temos ao lado de alguém, sem aprisionar nem pertencer, simplesmente SER ao lado. não há nada que nos prenda um ao outro, a não ser a esfera mágica que se abre cada vez que nos encontramos, cada vez que meus olhos se lançam nos dele e parece que, finalmente, enxergam mais, além, por ângulos novos de se aprender.

não se trata simplesmente de estar ao lado: trata-se de cuidar a cada instante, aproveitar agora, e dar o MELHOR que se tem pra dar a cada instante porque se conhece a brevidade de tudo. centelha de perfeição que oferecemos juntos um ao outro...

Something in the way he moves attracts me like no other lover
Something in the way he woos me

Somewhere in his smile he knows that I don't need no other lover
Something in his style that shows me


está sendo eterno...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

ao tempo e à disciplina

nosso corpo se acostuma na inércia; é, na verdade, uma tendência que ele se acomode. e lutar contra essa tendência é fascinante, é todo dia, a cada instante, quando se teima em acordar cedo e abrir a janela, acordar, Maria Bonita, pra fazer café, sentir o cheirinho de aconchego e se manter desperto!
quando se traz à tona algo que PRECISA ser feito, dá-se o início da trajetória. enquanto não se enfrenta o problema, ele fica lá, e permanecemos olhando pra ele de longe, sem movimento. como diz meu príncipe galês, temos de fazer não simplesmente o que queremos, o que nos dá prazer ou angaria status a nós: temos de fazer O QUE TEM DE SER FEITO. ah, e tem TANTA coisa precisando ser feita por aqui!!
o tempo, enquanto vida, há que ser respeitado e bem utilizado. cada instante, sem passividade, desse jeito mesmo que eu vejo e sinto a vida! não tem segredo, embora haja maneiras de se colocar na linha "à força" até que passe a ser parte do nosso ethos.
no meio da organização, se pode muito melhor compreender o todo e sobretudo o si-mesmo - afinal, é por nós que podemos definir aquilo que se vê fora. há que se haver ordem na casa e no corpo para que haja organização na nossa vida como um todo - na mente, nos sentimentos e na alma. são esferas todas interligadas e a limpeza física e moral reflete diretamente no nosso interior.
lembro que vivi meses na minha casa de um modo tão, mas tão desregrado, e era tamanha a desorganização que, é claro, minha vida era toda uma bagunça: problemas financeiros, estômago ruim, péssima alimentação, falta absoluta de disciplina e, devo dizer, poucas conquistas de fato. era como se, ainda que eu corresse, andasse sempre vagarosamente. e aos poucos foi-se pedindo uma mudança. e como num lindo processo fui arrumando minha casa, tornando-a colorida, uma parede de cada vez, um enfeite a cada semana, uma mudança por vez. e assim, paulatinamente, tudo se organizou na esfera física e nas outras todas dentro de mim, de modo que as conquistas começaram a aparecer, resultado de disciplina, de tempo bem utilizado, de esforço e boa utilização de cada potencialidade que possuo, como também possui todo ser humano.

e que assim seja!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

e as cafonices não cessam...

Ai, que aconchegante é escutar uma música bem brega de repente e associar cada frasezinha demodê ao que você está sentindo...

Your love is king
Crown you in my heart
Your love is king
Never need to part
Your kisses ring round and round and round my head
Touching the very part of me
It's making my soul sing
Tearing the very heart of me
I'm crying out for more

You're making me dance inside

This is no blind faith
This is no sad and sorry dream
This is no blind faith
You're making me dance...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

a dois bobos e cafonas


tem toque de perfeição em tudo que é, se perde no mundo, e fica no meio do mundo

se dá vontade de agradar, eu agrado, ainda que por vezes haja receio de entrega

se dá vontade de brincar e apertar e morder e ser pra ele, eu sou

o melhor de tudo é não fazer a menor idéia de onde isso vai parar, de até onde vamos juntos

a gente ri do outro, com o outro, e finge se esconder quando se encontra no portão, e fica mandando beijos até sumir no horizonte, da moto, do ônibus, e faz charme, faz graça, se olha, deixa os olhos se encontrarem, as mãos, e a gente se perde sendo bobo e pegando caderno e fazendo bobeirinhas que só na gente existe e toma forma.

e como é bom tê-lo ao lado pra ser bobo também!

Apaixonados, sim
Até a loucura, sim
Vamos querendo-nos
Ai!, com tal paixão
Que ainda alguns pérfidos
Sem mais escrúpulos
Nos chamam cândidos
Ai!, difamação

Somos cafonas
Isso é conosco, sim
E nunca com ninguém mais

Somos cafonas, sim
Nós aceitamos
E que nos deixem em paz

Apaixonados, sim
Somos românticos
É sintomático
Ai!, do verbo amar

E até as glândulas
Que vertem lágrimas
Se tornam áridas
Ai!, querem chorar

Se nós, românticos
Somos ridículos
Talvez lunáticos
Só por amar

Somos cafonas, sim
Isso é conosco
E nunca com ninguém mais

Somos cafonas, sim
Nós aceitamos
E que nos deixem em paz!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

às boas companhias

às vezes a gente inventa de gostar de alguém. e a gente gosta, se doa, se apaixona, e tal e coisa, e coisa e tal. só que essa pessoa simplesmente não é nossa melhor companhia...

e aí, quê fazer quando já se teve ao lado a melhor companhia do mundo? aquele que é amigo-irmão-namorado-marido-risada-companhia, que é tudo e mais um pouco e que faz toda e qualquer circunstância parecer um espetáculo de magia e sorriso? aí parece que fica faltando um pedaço.

cada amigo, cada companhia tem de ser a melhor companhia no momento em que é, senão não é válido. não costumo perder tempo com conversê, tenho poucos corações simpáticos ao meu e pra eles eu me dedico e sei que pra qualquer canto que eu levar qualquer um desses poucos corações haverá um sol lindo brilhando sobre nós e serão risadas e entendimento e VONTADE de estar junto.

eu não vou tirar cá de mim o que sinto pois seria um atentado à minha paixão. mas o mundo está aí, aberto, e certamente quando me vier uma melhor-companhia-paixão-completude, dessas que a vida já me ofereceu duas lindas e belas vezes, eu fecho os olhos e vou.

não invalida o que vivemos, o que ainda vamos viver, nada disso. e é triste, em certo sentido, olhar assim pra situação. mas tentei, tentei diversas vezes, eu acompanhei, e fui deixada de lado, acompanhei de novo e mais uma vez eu fui deixada de lado. não é culpa de ninguém e não adianta: simplesmente não é uma das minhas melhores companhias e eu também não sou a dele. eu gosto é de ter com quem falar e calar, ser ou não, com quem querer e poder dizer que quero, sem receio de parecer tola. eu sinto falta de demonstrar com euforia, de sentir o gosto sem medo.

me encanta não necessitar do outro, ficar livre e deixar livre; mas, a despeito disso, PREFERIR estar junto. ah, o segredo: não é precisar do outro nem nada disso, nada de dependência. é simplesmente querer estar perto porque se gosta, porque se prefere mesmo. não há que se forçar ficar longe pra provar isso, basta deixar a vida acontecer. a liberdade sincera não precisa de provas, nem precisa se reiterar, sem motivo, só pra ter certeza que ali está. fica forçado. e nada que é forçado é real. tem de vir de dentro.

então que a vida se faça, se apresente a nós e possa ser capaz de trazer ares bons pra que caminhemos juntos por enquanto, mas não deixe de nos apontar um caminho outro para que eu tenha ao meu lado alguém por completo, e ele também possa viver algo que, pelo que parece, nunca viveu: algo todo, cumplicidade absoluta dessas que só se tem quem se permite, que não te isola, que não te tira pedaço - às vezes ele parece temer que tire -, que não seja sufocante ou nada assim, mas que renove e seja, quando perto, o lugar-coração onde você gostaria de estar, que você queira levar pra onde for... não porque você depende da presença dessa pessoa, mas porque você QUER, você GOSTA, e só. e ponto.

na verdade, pode até ser que ele nunca viva isso, talvez por não querer mesmo, não fazer questão. é digno, cada um que viva o que acha válido. mas eu, depois de naturalmente, sem esforço, ter tido esse sentido mais de uma vez, não me furto ao prazer de uma relação que se baste em si e que se possa amar sem ver nisso um problema ou um atentado à privacidade-individualidade do outro.

pode-se ter na vida da gente inúmeras pessoas, e cada uma elas têm de ser a melhor de todas.

não me contento com nada que não seja o melhor do mundo!