quarta-feira, 19 de março de 2014

da gratidão




grata, menina-fada de roupa colorida, pelo mundo-arte que me apresenta todo dia, e por quando tenta pegar uma xícara

grata, menina-dos-olhos-de-gato, de olho expressivo, de tanta força nos olhos, os olhos. grata pela sua vida única e profunda, duma profundidade que só quem é de ar consegue ser, e eu tão longe, tão longe...

grata, moço bonito, de morada lá no alto, porque parece que nunca está aqui. grata pelas ruas que me mostrou, ruas da sua vida, do seu lado de lá da ilha, grata pela sua paciência com minha aceleração e grata por não saber a diferença entre vestido e blusinha. grata também por não saber o que é um bolero.

grata, ariano, pela espontaneidade, pelas conversas boas, pela energia, pela disposição, pela verdade, pela vida sua que me tem sido tão cheia de cores.

grata, moço-do-sul, por ter me deixado entrar na sua casa, por ter me mostrado como é sua vida, por ter me dado um pedaço de cada coisa boa que tem, de cada beleza que seus olhos vêem. grata por me levar contigo, por estar comigo nas vistas mais bonitas que tenho tido, no canto daqui que mais mora meu coração. tem o maior valor do mundo um caminho bonito com você, uma conversa sincera, ou um elogio ao contrário de que meu cabelo, afinal, não é arrumado como o das outras gurias.

grata.

segunda-feira, 10 de março de 2014

do mar



bruna e o mar

mar e bruna

aproveito os carinhos do mundo, os 4 elementos de tudo sentada na montanha de frente pro mar

a mente descansa

é bom que descanse, afinal, não quero o que a cabeça pensa, mas o que a alma deseja. a alma, ela, além

fique a leveza, durma o medo, venha o sol, abra-se a estrada

seja vida, seja pura, seja música, só música que entra na alma e arrepia o antebraço

encante o sorriso de criança, viva os olhos dos outros e por isso os seus também

limpe, ar; sinta a esperança no ar

abra. apenas abra. a boca pra falar, o coração pra amar, a porta de casa pra receber, a porta da alma pra doar








segunda-feira, 3 de março de 2014

da solidão


hoje vim à solidão. com e sem metáfora.

mas fui sozinha não.

trouxe o bru. ele na sua sem-fim desempolgação com trilhas e matos. Mas com tanto amor, mas tanto amor, capaz de fazê-lo acordar com meu relógio biológico esquisito e ir comigo.


trouxe o ticiano na maior vontade que eu já tive de alguém estar comigo a cada segundo.


trouxe meus pais e minha irmã. porque eles são parte de mim dum jeito que não sei. sou boba demais ainda pra saber.

trouxe o rodrigo, porque o conheci aqui nessas lindas terras. porque era mágico encontrá-lo na lagoa pra tomar chopp duplo e discutir e aprender e admirá-lo. ah, que leveza você me deu. e dá.

trouxe o pedro e seus-meus-nossos pulos em pedras e cachoeiras. pedro foi amor de pedra e natureza.


senti falta imensa e trouxe a bruna do coração selvagem.


e trouxe você. e você é o maior dos problemas. com você eu fiz cada passo dos que faço hoje. não digo que te lembro o tempo todo: mais que isso, é exatamente como se estivesse aqui comigo colado ao lado. éramos duma felicidade aqui, exatamente aqui, que eu não sabia explicar, não fazia idéia do que era, só sabia que era bom e vivo, colorido. até agora ainda não sei o que foi aquilo tudo.
agora, só sei que ninguém ao meu lado chega aos pés do que foi aquela solidão daquele dia com aquelas cores de rosas e lilás. fora a plena plenitude - redundante, como é todo sentido demasiado forte. plenitude de saber que alguém nesse mundo também tinha vontade de pedir um pedaço da comida dos outros. plenitude de ter com quem rodopiar. é bom rodopiar só. mas com, ah, com. ultrapassa limite, isso tudo.



alguém que cante junto e sorria sem se preocupar quem está vendo. alguém que seja, só.

somos vagalumes a voar perdidos...

domingo, 2 de março de 2014

das primeiras impresões



de sentir sorte por, ainda com algumas inacabadas dores, ver só a beleza de flores que encontro

de sentir sorrisos bons, ainda que eu saiba que, por ora, não vai ser fácil

não é fácil mudar, são recursos todas as horas, são começos, novos começos a cada passo que se dá, a cada ônibus que descubro que vai daqui direto pro centro

não seria fácil, eu sabia, sempre. mas ter vindo, ter saído, ter mudado é uma das poucas vitórias que se pode dizer alto que foi possível, que ainda é tempo de começar, de deixar sempre de lado a certeza e arriscar tudo de novo com paixão.

levamos conosco pra qualquer canto a nossa essência (será que há?) e vamos ali canto a canto plantando nosso ser, conquistando aqui, 'perdendo' ali - ainda que, na verdade, haja nunca perda mas sim reconstrução. a leveza de ser por ser, de ir caminhando sem que seja necessário pegar esta ou aquela rota já conhecida. rota nova...

então são perguntas toda hora, são sorrisos inaugurais, é um ser diferente que se abre pra isso tudo, com farpas ainda daquelas que vão saindo devagar, que o próprio corpo vai regenerando e absorvendo de modo a um dia, em breve ou não, pouco importa, dissolver na gente mesmo.

andar caminho errado pela simples alegria de ser...