segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

a castidade

Bruna - que gosto estranho querer comer filé de bacalhau à milanesa. Cê vai ser pai?

Fulano - logo menos...

Bruna - bom, posto que estou mais casta que a mãe de Cristo, não engravido tão cedo...

Fulano - definição de casta, por favor?


Pois bem. Esse pequeno diálogo me leva a esse post. A castidade. Bom, ela existe pra mim. Eu defini pro Fulano:

- Casta: condição atual minha, de duração indeterminada, em que eu não tenho aproximação nenhuma com nenhuma pessoa do sexo oposto pelo fato de ter sentimentos ainda por outra pessoa.

Ridículo da minha parte, mas menos ridículo que muitas coisas que eu vejo por aí. Menos patético do que se sujar pra ter alguém de volta, fazer o diabo pra separar casais felizes... eu, se perco, perco com classe no salto agulha. Passo por cima sozinha sem ter de pedir pra ninguém voltar pra mim, porque volta, assim como ida, tem de ser espontânea.

Voltando à castidade, é assim que eu resolvo meus problemas: não procuro ninguém enquanto alguém-outro ainda está na memória. Eu sei que eu poderia pelo menos não mandar todos os homens do mundo pra puta-que-o-pariu, ou não ser tão grossa sempre com qualquer um que se aproxime, mas fazer o quê se não consigo de outro jeito?? Se eu der trela, se beijar alguém, se fizer qualquer coisa eu vou me sentir tão mal, tão mal, e vai ser como passo-retrocesso. É claro que eu preferiria mil vezes sair por aí tocando o foda-se, vivendo pequenas coisas enquanto não tenho de novo algo importante. Mas não é esse meu mecanismo, eu fico casta o tempo que for necessário, pra quando encontrar alguém que me desperte interesse eu estar lá, bonitinha, tranquila, livre...

OW...
Será que algum dia esse blog vai me ver sem estar nessa situação de tentativan de esquecimento?? Que coisa chata... nem eu aguento mais essa fase

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

amores e românticos são poucos, loucos desvairados...

Eu pensava isso durante minha viagem proutro estado. Românticos querem ser o outro, pensam que o outro é o paraíso, são lindos, pirados, choram com baladas, amam sem vergonha e sem juízo, mesmo certos vão pedir perdão, passam a noite em claro, conhecem o gosto raro - que eu conheço também, na condição de nada-romântica-grossa-até-demais - de amar sem medo de outra desilusão. Espécie em extinção. Mas havia alguém romântico por mim, isso me fez ganhar o mês, o ano, a vida. Porque existem amores de diferentes espécies:

amor de ônibus, amor de moto
amor de companhia, amor de sedução
amor de olhar, amor de mão (pode ser um nos dois)
amor sincero, amor bandido
amor lindo, amor desajeitado
amor que entende a gente, amor que não faz questão e quer te amar mesmo assim
amor de dia, amor de noite
amor de vida toda, amor que dura menos que uma gripe (como esse meu último)
amor de bolero, amor de sertanejo, amor de samba (não tive)
amor que você canta 'tive sim outro grande amor antes do seu', amor que você nem canta porque não quer quebrar o encanto
amor de novela, amor de robertojustusebigbrother
amor de interioridade, amor de corpo inteiro
amor produtivo, amor re-produtivo

São tantos amores...

Tive todos, talvez. nenhum melhor que o outro.

Todos parte de um todo que hoje chamo HISTÓRIA.

Amores com gosto de café, amores sem gosto definido mas gostosos pra caramba...

Alguns eu sinto falta, outros estão nas caixas a eles designadas, outros ainda podem voltar, se quiserem.

Só que amor é complicado. droga, muito complicado. a linha mais tênue é a que separa o amor conjugal do absoluto nada.

Hoje? Tem nada não... [tenho meu violão...]

Há de ter algo.

Amor não se implora, nem se joga fora.
Amor a gente conquista, e não há quem desista se o coração chora.

Chora porque esse choro de agora, assim como os choros que esses textos já viram, viraram sorrisos de lembranças boas...

Essa noite estou fixamente lembrando da noite do dia 14 de setembro. Fui pro outro lado da cidade, de madrugada, trazer um desses amores loucos de volta. E ele disse: "me leva onde você for". Eu o levei comigo, juntinho, pertinho, pois ele era o outro lado de mim, a metade, a tampa, a alma-gêmea, enfim, qualquer lugar comum ele era, mas um lugar comum que não cabe em nada que eu possa escrever.

Foi tudo verdadeiro, de julho a outubro. Meses de frios e de chuvas, e de abraços, poucas promessas, leveza e olhares que são parte de mim ainda, que eu não esqueço, que eu procuro em outros que não chegam aos pés, que não são nada perto do que foi esse carinho puro de conhaque com chocolate numa noite fria do fim do mês de julho.


Eu apenas queria que você soubesse...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

LET THE SEASONS BEGIN!!

Ontem tive uma das melhores noites da minha vida. Assisti ao vivo ao primeiro episódio da última temporada de LOST. Parece pouco, principalmente para aqueles que não gostam ou não acompanham a série. Mas para mim, devo dizer que foi o início de uma temporada também.

Eu me comprometi a não esconder dentro de mim a tristeza mais, quando ela vier. Agora se necessário eu vou expressá-la, para que possa expulsá-la também. Fingir que não há nada e simplesmente sorrir é eficaz a curto prazo, mas tem efeitos colaterais intensos.

John Locke ensina com o sorriso largo e os olhos sinceros que nothing is irreversible. O tempo reverte, torce, desmonta mesmo nossos maiores preconceitos, preceitos, princípios. Locke era o único que sabia que fora da ilha sua vida era mesquinha. Ele quis viver a ilha, viver a mudança, viver seu milagre. Eu, na ilha, agora. Vivo também o que me está sendo mostrado, encaro de frente cada texto a ser lido, cada pessoa a ser descoberta, cada perda a ser imposta. Isso porque, no fim, dude, we are lost! E se tivermos a sabedoria de Locke, a gente volta a caminhar mesmo quando dizemos em alto e bom tom que nosso caso é irreversível.