sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

do ano que vai


só sorrisos. compartilhados, boa parte.

entrou o ano com chuva e amor, num branco envolto de romantismo-de-chaves

tanta coisa se desenrolou... bom ter essa consciência de que o que foi, na verdade, está sendo.

dentre as melhores realizações, estão as viagens, todas desde a primeira até essa última que me cativou o coração e me tirou daqui em alma. cada lugar que passei, os céus lindos, o sol que hoje nasceu alaranjado no caminho pra casa.

dum ser cigano que bateu em mim, de andar sem rumo, de preferência sem sapatos que apertem o pensamento e o sentido. de caminhar sem nem pensar onde vai chegar, e tomar chuva e dançar nela, estender canga no chão de terra, no meio das folhas e gravar músicas com minha alma parceira e simpática, meu amor de outras vidas que me sente tão bem e faz rir da bandidagem toda da vida.

dum diminuir os vícios e tentar as virtudes, de aprender com o novo que surge e dar a mim e aos outros a oportunidade de ser mais do que se pensa que pode, de viver respirando mais, sentindo o ar entrar, a cada respiração.

de horizontes coloridos, de vida dividida com tantos corações, de conhecer pessoas e deixar de lado certos preconceitos. de ver mais beleza nas pessoas, de ser mais tolerante - e ver que ainda há tanto caminho pra percorrer, tantas arestas pra lapidar...

no mais, só sorrisos pra vida, pro Universo, pros amores que tenho cá no peito, pros novos ares de olhares profundos que surgem, pros ares bons de paz que se renovam no azul pintado pra durar.

letras e melodias todas, podem vir!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

da lição mais linda - ode à confusão


dias de sol no meio de julho, bons sentidos, energia que flui, encontro de almas, re-encontro.
viagens de estradas novas, chuvas, conversas em pedras, amor.
desentendimento também - nem só paz há.
mas paz, que invadiu o meu coração. a minha paz.

de repente não.

e não, o que é?
que verdade há nisso?

estamos longe de entender os desígnios de nossa própria vida, longe de saber verdadeiramente o que queremos.

sei o que quero e o que não quero. sei? sei, mas quando vejo e sinto parece que não sei de nada. me entrego no presente que é.

te proponho...

como se novos fôssemos. nada de querer passado então. vou seguindo sempre adiante, nunca volto, eu sou mesmo assim.

sejamos novos nós, vejo que estamos mudando, numa velocidade, numa beleza...

quero sua risada mais gostosa e esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa.

não há nada que se iguale a andar na estrada sob luz da lua, chegar ali numa vila bonita com a noite, as luzes, a rotina de cada um. e ter do lado alguém que eu admiro, gosto, sobretudo compartilho.

quer levar minha bagagem ou não?
eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

do coração e da vontade


como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade
como arroz e feijão, a perfeita combinação, soma de duas metades
como feijão e arroz que só se encontram depois de abandonar a embalagem
mas como entender que os dois, por serem feijão e arroz, se encontram só de passagem?

me jogo da panela pra nela eu me perder
me sirvo à vontade
QUE VONTADE DE TE VER!!

o dia do prato chegou, é quando eu encontro você, nem me lembro que foi diferente!
mas assim como veio, acabou, e quando eu penso em você...



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

do diálogo de reflexão

EU - mas aí agora bateu um arrependimento, não consegui fazer metade das coisas que quis, que sentia, que estava sentindo. no fundo, eu sou uma princesa brega e romântica... embora na aparência eu seja sempre bem racional, às vezes fria, lá dentro tem algo que me faz emocionar com corações aflorados. não abraço, não sei sobre toques ou aceitar toques. áspera mesmo, saca? rude...

ELA - mas se você é romântica, seja você! faça porque você gosta... a outra pessoa vai sempre admirar, por mais que não faça ou que não fale.

EU - é difícil... é como se eu não conseguisse dar passo nenhum antes de a pessoa se mover. vou até onde o outro vai, e só.

ELA - mas por que esperar dos outros se você mesma pode fazer? a pessoa pode estar esperando de você também. e aí não vai pra frente.

EU - nossa... faz todo sentido! mas bate um receio de parecer que gosto mais, que quero mais, como uma insegurança. medo de afastar, não sei bem. eu controlo tudo, cada palavra, às vezes até minto, porque acho que, se falar e fizer TUDO que quero, vou afastar a pessoa... é um pouco inconsciente.

ELA - inconsciente, bruna? você acabou de me falar tudo isso, então você tem consciência do que faz. e, viu, tem que se arrepender do que você NÃO faz! se fizer e sair besteira, serviu de lição. e outra: sempre achei que, se você for sincera com seus sentimentos e a outra pessoa fugir, é porque não valia a pena mesmo. e falar o que sente não é grude, nem feio, nem chato.

EU - acho que me expressei mal quando disse que é inconsciente. o que quero dizer é que sai assim, na hora não consigo agir de outro modo, minha mente racional controla tudo.

ELA - mas agora você já sabe onde está errando. é só relaxar e fazer o que tem vontade.

EU - caramba... vou até reler tudo isso.

* * *

pra não caber arrependimento aqui, simplesmente aceitar o que foi porque foi do jeito que tinha de ser, bem disse meu sábio de trilhas, john locke.

à une passant II

http://meninaazuldesaiacomviolao.blogspot.com.br/2011/06/une-passant.html

eu senti. o beijo, o cheiro, a voz, a vida. e certamente ali, presa no momento, eu teria ficado sem fim. mas muitas coisas só me fizeram sentido depois, como sempre acontece quando de algum modo não se consegue entregar o completo.

era tanto tempo passado de vontade que talvez tenha sido meio complicado compreender ali. era como se eu estivesse vendo tudo de camarote, assistindo minha vida acontecer, e não conseguisse ser, então, a protagonista.

obrigada por tudo, sobretudo pelo encanto e pelo toque. obrigada por oferecer carinho e só carinho, por ser assim dum jeito que nem dez vidas poderiam me fazer definir. obrigada pela luz de computador, café, pão-com-manteiga-e-panettone, noite longa, bons risos, bons fluidos, músicas e o cuidado que teve. sorte demais tudo isso acontecer. vista linda.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

pra viver um grande amor


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho (...) conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Vinícius de Moraes

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

dos erros


na verdade, não há 'erro' propriamente. há circunstâncias em que agimos de maneira contrária ao que já compreendemos racionalmente e, com isso, acabamos por abrir feridas nos outros e em nós mesmos. mas, no entanto, há que se aceitar essas ações, pois são o reflexo daquilo que somos no momento presente. parece simples... mas, caramba, como é complicado.

quando fazemos algo assim guiados por um pensamento/sentimento/sentido nosso, trata-se do 'erro' perfeito: escolhemos aquilo - seja pelo racional, seja pelo emocional, seja pelo físico, não importa - e colhemos os frutos, responsáveis totais e completos por cada consequência. aí basta tirar a lição da situação e seguir seguindo.

esses erros de percurso são parte da história toda. nada de ignorar, arrancar página, rabiscar, queimar... provavelmente demora anos pra entender o que se fez, o porquê de ter agido assim. essa é a grande graça e a beleza de tudo! 

sábado, 15 de dezembro de 2012

da primeira à última


quanta beleza, quanto amor, quantos litros de álcool vida a fora.

duma sinceridade essa vida que tenho em você, dessas sinceridades que raramente se encontra. ah, o agradecimento.

entende as músicas, o silêncio, ri de piadas babacas e simplesmente me entende, a cada comentário, a cada instante de vida juntos.


à última de todas, a mais bela, que é sempre a presente.

mas quanto amor, meldels, cabe aqui não...



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

do acaso

não tem coincidência não. é tudo parte duma estrutura grandiosa demais pra que se acredite na arbitrariedade.
desde as pessoas que cruzamos aos lugares que calhamos de conhecer, cada olhar que lançamos a um lado e não a outro e cada chance que nos damos da renovação. uma coragem de agir aqui, uma recepção tolerante ali, tudo faz ter certeza de que há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

das viagens

de ouvir 'frete' parece que sempre o coração disparou. e 'vento negro', que dizia que em cada céu, em cada chão, minha alma lá deixei. sinto isso, sentimos todos. lugares novos de bons ares, solidão acompanhada, verdade nos olhos, vontade, sobretudo. da liberdade, dessa de ir, ir, e sair andando como forrest gump. não mais querendo fugir de si mesmo, mas simplesmente vivendo um presente, um momento que não, não vai voltar. é agora, a hora certa de um jogo incrível de olhos e sentidos que só podem acontecer por estarmos menos intolerantes, mais flexíveis com o humano.
de cachoeiras belas, lagos, vida, praias, andanças e sons de violão que eu gosto sim, que me fascinam, que me acompanham no som da voz, de melodia que gosto e sinto bem. de encontros fortuitos também, dessses que não sabemos ainda da importância.

da mão aberta.