sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

do ano que vai


só sorrisos. compartilhados, boa parte.

entrou o ano com chuva e amor, num branco envolto de romantismo-de-chaves

tanta coisa se desenrolou... bom ter essa consciência de que o que foi, na verdade, está sendo.

dentre as melhores realizações, estão as viagens, todas desde a primeira até essa última que me cativou o coração e me tirou daqui em alma. cada lugar que passei, os céus lindos, o sol que hoje nasceu alaranjado no caminho pra casa.

dum ser cigano que bateu em mim, de andar sem rumo, de preferência sem sapatos que apertem o pensamento e o sentido. de caminhar sem nem pensar onde vai chegar, e tomar chuva e dançar nela, estender canga no chão de terra, no meio das folhas e gravar músicas com minha alma parceira e simpática, meu amor de outras vidas que me sente tão bem e faz rir da bandidagem toda da vida.

dum diminuir os vícios e tentar as virtudes, de aprender com o novo que surge e dar a mim e aos outros a oportunidade de ser mais do que se pensa que pode, de viver respirando mais, sentindo o ar entrar, a cada respiração.

de horizontes coloridos, de vida dividida com tantos corações, de conhecer pessoas e deixar de lado certos preconceitos. de ver mais beleza nas pessoas, de ser mais tolerante - e ver que ainda há tanto caminho pra percorrer, tantas arestas pra lapidar...

no mais, só sorrisos pra vida, pro Universo, pros amores que tenho cá no peito, pros novos ares de olhares profundos que surgem, pros ares bons de paz que se renovam no azul pintado pra durar.

letras e melodias todas, podem vir!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

da lição mais linda - ode à confusão


dias de sol no meio de julho, bons sentidos, energia que flui, encontro de almas, re-encontro.
viagens de estradas novas, chuvas, conversas em pedras, amor.
desentendimento também - nem só paz há.
mas paz, que invadiu o meu coração. a minha paz.

de repente não.

e não, o que é?
que verdade há nisso?

estamos longe de entender os desígnios de nossa própria vida, longe de saber verdadeiramente o que queremos.

sei o que quero e o que não quero. sei? sei, mas quando vejo e sinto parece que não sei de nada. me entrego no presente que é.

te proponho...

como se novos fôssemos. nada de querer passado então. vou seguindo sempre adiante, nunca volto, eu sou mesmo assim.

sejamos novos nós, vejo que estamos mudando, numa velocidade, numa beleza...

quero sua risada mais gostosa e esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa.

não há nada que se iguale a andar na estrada sob luz da lua, chegar ali numa vila bonita com a noite, as luzes, a rotina de cada um. e ter do lado alguém que eu admiro, gosto, sobretudo compartilho.

quer levar minha bagagem ou não?
eu vou levar sua bagagem e o que mais estiver à mão.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

do coração e da vontade


como arroz e feijão, é feita de grão em grão nossa felicidade
como arroz e feijão, a perfeita combinação, soma de duas metades
como feijão e arroz que só se encontram depois de abandonar a embalagem
mas como entender que os dois, por serem feijão e arroz, se encontram só de passagem?

me jogo da panela pra nela eu me perder
me sirvo à vontade
QUE VONTADE DE TE VER!!

o dia do prato chegou, é quando eu encontro você, nem me lembro que foi diferente!
mas assim como veio, acabou, e quando eu penso em você...



segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

do diálogo de reflexão

EU - mas aí agora bateu um arrependimento, não consegui fazer metade das coisas que quis, que sentia, que estava sentindo. no fundo, eu sou uma princesa brega e romântica... embora na aparência eu seja sempre bem racional, às vezes fria, lá dentro tem algo que me faz emocionar com corações aflorados. não abraço, não sei sobre toques ou aceitar toques. áspera mesmo, saca? rude...

ELA - mas se você é romântica, seja você! faça porque você gosta... a outra pessoa vai sempre admirar, por mais que não faça ou que não fale.

EU - é difícil... é como se eu não conseguisse dar passo nenhum antes de a pessoa se mover. vou até onde o outro vai, e só.

ELA - mas por que esperar dos outros se você mesma pode fazer? a pessoa pode estar esperando de você também. e aí não vai pra frente.

EU - nossa... faz todo sentido! mas bate um receio de parecer que gosto mais, que quero mais, como uma insegurança. medo de afastar, não sei bem. eu controlo tudo, cada palavra, às vezes até minto, porque acho que, se falar e fizer TUDO que quero, vou afastar a pessoa... é um pouco inconsciente.

ELA - inconsciente, bruna? você acabou de me falar tudo isso, então você tem consciência do que faz. e, viu, tem que se arrepender do que você NÃO faz! se fizer e sair besteira, serviu de lição. e outra: sempre achei que, se você for sincera com seus sentimentos e a outra pessoa fugir, é porque não valia a pena mesmo. e falar o que sente não é grude, nem feio, nem chato.

EU - acho que me expressei mal quando disse que é inconsciente. o que quero dizer é que sai assim, na hora não consigo agir de outro modo, minha mente racional controla tudo.

ELA - mas agora você já sabe onde está errando. é só relaxar e fazer o que tem vontade.

EU - caramba... vou até reler tudo isso.

* * *

pra não caber arrependimento aqui, simplesmente aceitar o que foi porque foi do jeito que tinha de ser, bem disse meu sábio de trilhas, john locke.

à une passant II

http://meninaazuldesaiacomviolao.blogspot.com.br/2011/06/une-passant.html

eu senti. o beijo, o cheiro, a voz, a vida. e certamente ali, presa no momento, eu teria ficado sem fim. mas muitas coisas só me fizeram sentido depois, como sempre acontece quando de algum modo não se consegue entregar o completo.

era tanto tempo passado de vontade que talvez tenha sido meio complicado compreender ali. era como se eu estivesse vendo tudo de camarote, assistindo minha vida acontecer, e não conseguisse ser, então, a protagonista.

obrigada por tudo, sobretudo pelo encanto e pelo toque. obrigada por oferecer carinho e só carinho, por ser assim dum jeito que nem dez vidas poderiam me fazer definir. obrigada pela luz de computador, café, pão-com-manteiga-e-panettone, noite longa, bons risos, bons fluidos, músicas e o cuidado que teve. sorte demais tudo isso acontecer. vista linda.


terça-feira, 18 de dezembro de 2012

pra viver um grande amor


Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho (...) conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Vinícius de Moraes

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

dos erros


na verdade, não há 'erro' propriamente. há circunstâncias em que agimos de maneira contrária ao que já compreendemos racionalmente e, com isso, acabamos por abrir feridas nos outros e em nós mesmos. mas, no entanto, há que se aceitar essas ações, pois são o reflexo daquilo que somos no momento presente. parece simples... mas, caramba, como é complicado.

quando fazemos algo assim guiados por um pensamento/sentimento/sentido nosso, trata-se do 'erro' perfeito: escolhemos aquilo - seja pelo racional, seja pelo emocional, seja pelo físico, não importa - e colhemos os frutos, responsáveis totais e completos por cada consequência. aí basta tirar a lição da situação e seguir seguindo.

esses erros de percurso são parte da história toda. nada de ignorar, arrancar página, rabiscar, queimar... provavelmente demora anos pra entender o que se fez, o porquê de ter agido assim. essa é a grande graça e a beleza de tudo! 

sábado, 15 de dezembro de 2012

da primeira à última


quanta beleza, quanto amor, quantos litros de álcool vida a fora.

duma sinceridade essa vida que tenho em você, dessas sinceridades que raramente se encontra. ah, o agradecimento.

entende as músicas, o silêncio, ri de piadas babacas e simplesmente me entende, a cada comentário, a cada instante de vida juntos.


à última de todas, a mais bela, que é sempre a presente.

mas quanto amor, meldels, cabe aqui não...



quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

do acaso

não tem coincidência não. é tudo parte duma estrutura grandiosa demais pra que se acredite na arbitrariedade.
desde as pessoas que cruzamos aos lugares que calhamos de conhecer, cada olhar que lançamos a um lado e não a outro e cada chance que nos damos da renovação. uma coragem de agir aqui, uma recepção tolerante ali, tudo faz ter certeza de que há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

das viagens

de ouvir 'frete' parece que sempre o coração disparou. e 'vento negro', que dizia que em cada céu, em cada chão, minha alma lá deixei. sinto isso, sentimos todos. lugares novos de bons ares, solidão acompanhada, verdade nos olhos, vontade, sobretudo. da liberdade, dessa de ir, ir, e sair andando como forrest gump. não mais querendo fugir de si mesmo, mas simplesmente vivendo um presente, um momento que não, não vai voltar. é agora, a hora certa de um jogo incrível de olhos e sentidos que só podem acontecer por estarmos menos intolerantes, mais flexíveis com o humano.
de cachoeiras belas, lagos, vida, praias, andanças e sons de violão que eu gosto sim, que me fascinam, que me acompanham no som da voz, de melodia que gosto e sinto bem. de encontros fortuitos também, dessses que não sabemos ainda da importância.

da mão aberta.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

do nosso lar


que ele seja abençoado bonito, colorido e nos recolha
que contenha as flores que contém nosso coração
que emane paz e cheiro agradável, vistas belas, sutis
que nele entrem pessoas que tragam consigo energias sublimes
e que ele saiba também sentir as tristezas, mas acarinhá-las, sabendo de que são efêmeras e que ali estão pra ensinar
que dele venha sons de pureza, de viola caipira, de mato virgem
que, quando nele, possamos sentir a vida fluir belamente, os gestos ternos, as palavras mais doces
que as paredes do nosso lar guardem cada amor que foi construído, cada boa conversa na cozinha, cada alma amiga que está ou que esteve e trouxe consigo o divino
que seja um castelo de amor
um reino de brunamaria

domingo, 25 de novembro de 2012

das novas sensações

negar como que eu adoro andar sem rumo na rua a pé? e ver a cidade dum jeito novo com companhia de encaixe perfeito?

negar como que eu estou gostando de re-conhecer pessoas, olhá-las de novo e poder novamente gostar?

não tem como negar. nesse momento, a cautela me parece a melhor saída. agir com cuidado, pra não causar nada de negativo em ninguém, pra que tudo que tiver de ser seja puro, bonito, harmônico como tem de ser! faz bem, faz bem, e ainda que às vezes eu desconfie dos propósitos, não me prendo a isso pois sei que eu estou agindo com o motor certo. eu estou sendo sincera e permitindo a vida trazer águas limpas. agora é confiar no universo e simplesmente caminhar, caminhar... 

pros perdidos

de retrógrada pra quem tem se dado a qualquer momento que seja. hoje aceito que nem todos sentem-se como eu diante de certos assuntos, pelo simples fato de nunca terem aprendido a tal lição. tudo a seu tempo...
mas sim, meu caro: para mim, quem está nessa busca incessante por momentos físicos destituídos de ternura e harmonia está perdido. perdido, perambulando, e isso também pode ser belo porque é busca. é ensinamento. eu é que não preciso disso, você talvez precise, ele também e eles todos. 

"O desejo sexual visa à fusão, e não é, de forma alguma, apenas um apetite físico, o alívio de uma tensão dolorosa. Ele pode ser estimulado pela ansiedade da solidão, pelo desejo de conquistar e ser conquistado, pela vaidade, pelo desejo de machucar e até destruir, assim como pode ser estimulado pelo amor. Parece que o desejo sexual pode vir mesclado a uma emoção forte, ser facilmente estimulado por ela, e o amor é apenas uma dessas emoções. Como o desejo sexual está, na cabeça da maioria das pessoas, ligado à idéia de amor, elas são facilmente levadas à conclusão equivocada de que as pessoas se amam quando se desejam fisicamente. O amor pode inspirar o desejo de união sexual; nesse caso, a relação física é privada de ganância, do desejo de conquistar ou ser conquistado, e é carregada de ternura. Se o desejo de união física não for estimulado pelo amor, se o amor erótico não for também amor fraterno, nunca levará a mais que uma união orgiástica e transitória. A atração sexual cria, momentaneamente, a ilusão de união, mas, se não houver amor, essa "união" deixa os estranhos tão distantes um do outro quanto estavam antes - às vezes ela os faz ficar um com vergonha do outro, ou até odiar um ao outro, porque, quando a ilusão se dissipa, eles sentem seu estranhamento de forma ainda mais acentuada do que antes."

Erich Fromm, A Arte de Amar.

não compreendo essa busca, mas aceito. não adianta, simplesmente não consigo entender talvez por já ter entendido. que cada um viva seu vazio maquiado de liberdade. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

do sentir

sente que volta, que não volta. sente que é uso simplesmente, que é performance, que é pouco.

sente-se muito pra pouca coisa. sente algo estranho de passado que volta. sente que não devia ir, mas vai.

sente que tem um quê de enganação nisso tudo. sente que tudo te leva a crer que, sim, você é um grande idiota.

sente que, apesar disso, ainda há amor puro desses que seus filhos podem dar, que amor nenhum cobre.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

pro novo começo



a você é cada palavra. ontem de noite, como num passe de mágica, o universo arrancou do meu coração tudo. a saudade, as lembranças. foi da matéria, do fato de não ter conseguido sentir seu corpo, gradativamente para o coração e agora está assentando cá na mente. tem coisa que nem consigo mais acessar, como se num bloqueio mesmo. resultado do fato de eu não reconhecer nada em você. não sei quem você é mais. aquele por quem senti paixão, carinho, com quem vivi e compartilhei se esvaiu, foi no vento, não o vejo mais. e que bom! que bênção, que amor do mundo por mim! talvez tenha percebido que fiz tudo que pude, que agi adequadamente à maneira como estou, me respeitei, senti a dor que devia sentir da maneira como deveria sentir.

meus olhos não enxergam, meu corpo não sente, minha mente não aprova, meu desejo sumiu.

seria inútil dizer que é prazeroso: não é. tem um nó no peito que insiste em ficar, uma dor de estômago que eu torço pra que seja só fome, e não é. é engasgado, uma sensação mesmo que não dá pra descrever. ainda estou no processo de compreensão do que estou sentindo, e sem aversão, sem aversão. 

de tudo, tirei lindas lições, dias bons, leveza, e torço para que, de certo modo, seja o mesmo pra você!

só agradecimentos por tudo que foi e principalmente pelo que não foi, sobretudo por ter me mostrado ainda a tempo que, realmente, somos inadequados um ao outro. 

não esqueça de viver, de se aceitar, se adequar, ter atitudes retas. em tudo. se valorize, sobretudo. cuide de você. desinfle o ego, você fica mais bonito e agradável, mais natural.

quanto a amar você, compreendi que amo mesmo. sempre amei. mas a paixão dificultava as coisas. o amor é a vontade que tenho de que você viva sua vida, o amor é lembrar com carinho de cada viagem, de cada estrada que você me ofereceu do seu caminho, o amor é saber que te cruzei na vida e você me cruzou e hoje sou quem sou por causa disso. amor é ter construído palavras, gestos, músicas, rotinas, vida juntos! amor é ter sido capaz de compartilhar perrengues na chuva e dias felizes no sol. é ter sempre achado aconchegante e colorida sua companhia, fosse prum grande evento, fosse pra ficar vendo filme juntos.

amor é, também, dizer que estarei aqui, pra qualquer coisa. isso é amor. e isso fica. obrigada e obrigada!

mil desculpas eu peço por não saber dizer adeus direito
sei que tentamos, mas nossos ideais não são mais os mesmos
talvez não fale de amor, mas é algo que sinto aqui dentro
feito flor que perde o perfume com o tempo
que esse fim não traga dor, pois é apenas um novo começo
guarde as tardes de sol no seu coração!

veja, agora ando só
sabe, tô tentando descobrir, tentando desatar os nós, me livrar das amarras 
difícil chegar aqui...

esqueça a dor e leve o beijo e o gosto da nossa história
e saiba que daqui por diante o eterno contigo com tudo eu quero dividir!!



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

dos lugares comuns

daquelas coisas que a gente diz pra si mesmo diversas vezes na vida, e que no fim a gente vê que foi só a maneira como vimos as coisas na hora. os sentimentos vêm, se instalam e, embora na teoria seja tudo lindo e já tenhamos aprendido, na prática é sempre ao contrário. é mais complicado esquecer, é mais difícil não pensar. difícil não querer gritar, não querer fazer as coisas serem como queremos. mas olha só na prática, que lindo: não depende nunca só de você. tem sempre outro agente direto.

e a gente já viveu o suficiente pra saber que não é em todo canto que se encontra quem não ligue - e até goste! - de contar moedas pra pagar a cerveja, de fazer xixi na rua chique da vila madalena, de pegar o carro e sair rumo a qualquer lugar no interior que dê calmaria, de tomar chuva e se abraçar horrores mesmo assim. tá raro quem pegue trem pra paranapiacaba a qualquer hora só pra cantar umas músicas num cenário lindo, que entenda a magia de 'dark side of the rainbow', que ria do chaves desde-sempre-e-para-sempre-amém, que fique feliz numa sexta à noite de ver filme, que entenda conversas boas, que faça trilhas loucas no meio do mato desconhecido sem temer a natureza.

caramba, sorte, muita sorte, porque na vida eu tenho tudo isso em companhias!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

do pôr-do-sol

o pôr-do-sol é dum sentido que certamente eu ainda nem sei... mas dá pra vislumbrar o que ele diz quando acontece.

do ciclo que se fecha prum novo começar
da necessidade de que se tenha esse espetáculo belo anunciando uma escuridão tão necessária quanto a claridade

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

de dicas ao amor

não dificultem o amor.

façam-no simples, mesmo que ele não pareça. o parecer é só uma face. a face verdadeira, mais intrínseca, é sempre simples, sempre pacífica. deixem pra lá o que não interessa.

tornem tudo paz. entendam que a paz é um estado que vem de dentro e reflete fora. então pacifiquem-se todos, não compliquem nada.

as coisas simplesmente são. seja do jeito que queremos, seja do jeito completamente totalmente absolutamente absurdamente ao contrário.

estejam ao lado, repensem antes de dar voz ao ego, sorriam ao outro, entendam os maus momentos e tornem-os risadas e levezas. não argumentem, não discutam. simplesmente vivam.

tomem chuva, olhem bem no fundo dos olhos, guardem bem o formato dos rostos, a tonalidade das vozes todas. da voz de manhã, de tarde e de noite. do rosto de acordar, de viver e de dormir.


estejam atentos à linha tênue que faz algo construído belamente desmoronar. e caso ela seja transpassada, aceitem. sem resignação, mas com amor.

caso amem, digam. expressem. não digam nada contrário ao sentimento - é mais garantido dizer algo contrário à mente, essa que acreditamos que é nossa essência. não é. a lógica da mente, muitas vezes, embanana tudo, implica em dias chuvosos.

sobretudo, valorizem cada instante que têm ao lado um do outro, e por nada façam se perder a magia que os uniu.

do trabalho do Universo

digna, digníssima a vida. lindo poder perceber que o Universo trabalha sozinho pelo que é necessário, forçoso que se faça. e é por amor tudo isso, sempre. sofrimento, tristeza e dor NUNCA vem pra que nós possamos sofrer, ficar tristes ou doloridos: é para que seja veículo de aprendizado, para que seja possível aprender. senão nada disso teria sentido algum, imagine? por que cargas d'água a gente viveria?

de cada folha que cai, de cada providência maior dessas que acontecem quando nós já estamos dando cabeçadas demais e é preciso dum poste na frente pra que a gente pare. ah, quanta beleza eu sou capaz de ver nisso. não digo que agora isso seja com sorriso propriamente, mas dentro do coração.

sinto no peito um amor maior muito grande, por mim, e que passa por mim e que pode me usar de canal pra manifestação.

sinto isso toda vez que minha princesa me confia o coração, toda vez que meus nenéns me rodeiam e sobem no meu colo pra ter aconchego - ou pra me dar aconchego, já que preciso bem mais que eles...

o amor que eu posso dar a ela e a eles eu pretendo estender ao mundo, por mais difícil que isso possa parecer a mim.

e quão magnífico é ver o mundo se encaixando...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

das melhores conversas

bruna carla diz: 

bru, vou casar. já tenho várias possibilidades de marido:

- daniel boaventura

- keanu reeves

- joão suplicy

preciso nem dizer que você será madrinha, né?

bruno roberto diz: 

joão suplicy, bru. daniel boaventura tem cara de virgem e keanu reeves, né, convenhamos, deus existe mas não te ama tanto assim.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

pra vida juntos - a nós dois


pra vida juntos, é preciso deixar de se olhar um pouco e olhar pro outro

é preciso não precisar do outro mas amá-lo por perto, e se dispor a assumir riscos

pra vida juntos, é preciso não ter mais orgulho, embora deva-se manter o amor próprio. é preciso, ainda, não responder à altura quando o outro falha, para que o estrago seja sempre o menor possível e a discussão sempre acabe antes do previsto

pra vida juntos, é preciso que se tenha vontade. da vontade, a iniciativa. é preciso ter lapsos de sonhos, o que não é o mesmo que fazer planos. pra quê tantos planos se quero te amar e te amar e te amar muitos anos?

pra vida juntos, é preciso seguir ao lado, dar toques no caminho, deixar claro que a companhia é boa e a conquista é mútua, aos dois pertence.

pra vida juntos, é preciso se dispor. 

a você, é preciso arrumar a cadeira daqui da cozinha e não só as cadeiras do mundo fora daqui; é preciso consertar quando se quebra não só o que é dos outros, mas também - e sobretudo - o que é meu-nosso; é preciso aplicar as teorias na prática de nós-dois.

a mim, é preciso aceitar, é preciso ouvir, é preciso mais delicadeza e menos orgulho; é preciso fazer o que tenho vontade ainda que eu não queira fazer em resposta a algo que não me foi feito. é preciso deixar passar.

e aí? bora seguir?


dos lugares do coração


há cantinhos no mundo onde parece que bate mais meu coração. são lugares em que eu ando descalça, falo com minha voz verdadeira, sinto os corações e as alegrias dos outros em mim. temos em nós mais de uma cidade natal, em cada céu e cada chão que passamos deixamos nossa alma e levamos a alma de lá conosco, e carregamos então mais de uma naturalidade.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

da felicidade completa


ai, fato: no fundo, você é apenas um homem lindo preso no corpo de um homem lindo.

e te amar é uma consequência de tanta perfeição!

que alegria, que amor, que delícia de dia, na piscininha mais colorida do brasil à la patati&patatá.

como o universo me é bondoso oferecendo tanta felicidade num espaço de 24 horas!

entre tantas pessoas que passaram, você ESTÁ, e isso é dos presentes mais belos. é uma parte linda minha, de cantorias e zombarias que só tenho quando junto!

je t'aime, mon amour!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

ao caminhar

é bom andar a pé sem sapato, sem direção, à toa
na cabeça o sol...

é bom andar a pé devagar pra aguentar o calor
e olhar a vista melhor

é bom andar a pé sem dinheiro, sem documento, a favor do vento

isso é tempo livre pra viver
andar acompanhado de ti faz meu coração se sentir melhor!

eu lembro de caminhadas longas porque nas férias não tinha passe escolar, então a gente ia pro centro da cidade numa loja de camiseta de banda que a gente nem podia comprar, só olhar mesmo, e íamos à toa, papeando, e sem olhar pra trás... nem se pensava na hora de chegar em casa. descer a rua união e seguir, sem dinheiro nem pra comprar uma água - o que era ainda melhor, porque a gente pedia nas padarias e permitia que os outros exercessem a bondade, hehe. lembro também que eram longas caminhadas pra comprar geladinho natural, muito, muito longe de casa! era chegar, comprar dois geladinhos de 25 centavos e seguir seguindo de volta pra casa.

eu lembro de caminhadas na rio pequeno, já em são paulo, já com um grande companheiro pra todas as horas. o céu era lindo, a avenida ficava bonita naquela circunstância, porque era tanto amor...

pra chegar na cachoeira da cidade, lembro de andar muito também ao lado da minha princesa, com tantas risadas e fotos e belezas que dá vontade até de andar tudo aquilo todo dia!

e bela andança também com meu companheiro de voz grave pra minha aguda, atrás de cachoeira pra que a gente pudesse cair e quebrar o braço.

e na estrada de inúbia com meu amor.

e todas as estradas que ainda virão.

é bom andar a pé!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

da noite

ficar repassando as cenas na cabeça às vezes não é a melhor solução. ou talvez NUNCA seja. só faz ficar dum lado pro outro sem solução nenhuma. mas, enfim, tem solução?

aí eu lembro dumas coisas que me fazem sentir bem idiota. boba mesmo. enganada e tal. e talvez por uma questão ainda da infância, as duas coisas que mais me dão desgosto é me sentir ridícula e enganada. aliás, tenho uma dificuldade grande em ser chamada de ridícula. imagine só em me sentir assim...

aí eu pensei: "putz, que filha da puta!". daí eu respirei. na verdade ninguém é mau. o problema é que a maioria de nós faz tudo pensando só em si próprio. aí tomamos atitudes imbecis que soam como maldade, mas na verdade é só egoísmo e ignorância. algumas palavras que na hora não me remeteram a nada, agora, recapituladas, me fizeram ver que eu estava sendo "motivo de chacota" (ah, mas que expressão contemporânea...).

pensar que fez de maldade gera aversão e vontade de dar um tiro no rabo. então melhor não. pensar que é ignorante dá piedade, que também não é tão bom. digo piedade porque, sinceramente, não me dá a menor vontade de ajudar alguém que está assim. talvez fosse o 'certo' ou adequado, mas não sinto. e o mais foda disso tudo é que, aparentemente, tudo faz efeito - sobretudo a ação do ignorante.

talvez eu também já tenha feito o mesmo, quem sabe? por pura vaidade, por ignorância também. mas, enfim, cada coisa a seu tempo. quando se sabe que exerce influência sobre alguém, geralmente usa-se isso, e quase nunca pro bem supremo. a maior parte das vezes por interesse próprio e exaltação do ego. só que o 'pobre' influenciado não vê. ao contrário, se sente bem porque, finalmente, conseguiu essa atenção. troxa.

eu devo dizer que isso de confiar no Universo é lindo na teoria, lindo mesmo, é o tipo de discurso que eu, particularmente, faço de boca cheia. mas quando se está numa situação em que é preciso agir assim, parece tão mais difícil! isso porque confiar no Universo significa deixar que as coisas aconteçam ma velocidade própria delas, e caminhem conforme um julgamento que não é o nosso. e não deter o controle da situação é foda.

mas, a despeito disso tudo, não me sinto arrependida por não ter feito nenhuma das coisas que não fiz por achar que não devia. cada um que aja como quer, e guie sua própria história, dê corda para a música que bem entender. ninguém tem de agir como eu - mesmo porque vai saber se fiz certo? talvez eu só tenha sido uma grande idiota que perdeu oportunidade.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

tem dor de emoção que dói o corpo. caramba. lembro da primeira vez que ouvi alguém dizer isso, do quanto achei uma babaquice. lembro da primeira vez que alguém sentiu isso e me falou chorando. lembro, ainda, da primeira vez que senti isso. é que hoje eu já tô grande, sabe, não é mais pra sentir. mas levando em conta o que aprendi nos últimos tempos, vou sentir e deixar passar, sem criar sankara de aversão.

e fica a doce lição de que as coisas não são como a gente quer que sejam nem como a gente acha que é o melhor jeito. elas são como são e acabou. do mesmo modo que uma partida de futebol não depende só do goleiro ou só do atacante. depende de todos em conjunto. depende da sincronicidade presente - ou não - dos fatores todos. não tem culpado. tem quem poderia agir diferente, ou quem poderia não se importar, mas culpado não tem não. as coisas se fazem, as ocasiões se apresentam, os dias acontecem e é assim.

a única frase que parece martelar na minha cabeça agora é: aceitação. de tudo. ainda que com dor e essas coisas todas que, quando é com a gente, parece que é mais forte e que o tempo não vai passar...


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

do re-encontro

num abraço foi embora todo esboço de idéia de qualquer coisa que não fosse boa.

é bom estar de volta! rever os lugares comuns, as pessoas, os ônibus, os caminhos que percorro todo dia há tanto tempo. mas agora eu olho tudo diferente, vejo tudo bem mais belo, porque, afinal, nunca se volta o mesmo de uma viagem. sempre deixamos parte do nosso coração por lá e trazemos belezas conosco, e esse belo toma conta de tudo que nossos olhos vêem.


sábado, 20 de outubro de 2012

do oculto

eu queria saber esconder que não tá nada bem assim

que eu quero tanto, tanto a diferença, seja lá o que ela for

I was two steps, two far away

sabe, over?

go away from my window
go at your own chosen speed
i'm not the one you want, babe
i'm not the one you need

you're lookin for someone never weak, but always strong
it ain't me, babe...

everything inside is made of stone
there's nothing here moving
and, anyway, i'm not alone

it ain't me you're looking for, baby

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

da volta

a natahalia, que brilha, brilha, com sua mente tão à frente, tão livre, tão leve.
a sônia, que me bem recebeu em sua casa e me fez sentir tão bem!
a vó da nathalia, que eu não lembro o nome porque me foi apresentada como 'a vó', que com seus comentários engraçados enchia o dia de risos internos meus
a lucimar, com seu cuidado e sorriso bom
a marina, linda de olhos de gato que se solta e se joga no mundo e me fez aprender tanto!
o gilberto-rico, que em 5 minutos contou todas as suas posses e titulações
o pedro, do carro estiloso, que ofereceu a carona mais bela da semana cheia de pisos na caçamba
o felipe, que é o melhor guia turístico da cidade, e me falou o nome de cada comunidadezinha no caminho da linha amarela com riqueza de detalhes e informações adicionais sobre a cidade
o felipe, que morava na corifeu e gosta de milton nascimento e é uma ótima companhia pra tomar cerveja!
o filipe, com "i", que manja de política dum jeito que é difícil se ver, e nem dormiu na minha apresentação...
a ana carolina, que me ajudou no caminho de volta do fundão e mora coincidentemente no mesmo prédio onde eu estava
a bruna, que me mostrou onde ficava o h.u.
o moço que me ajudou com a mala no ônibus pra rodoviária
o luis, que estava indo pra juiz de fora e me acompanhou até a rodoviária

caramba, muita boa energia em dias que eu não esqueço e que me fizeram voltar outra!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

família

quem tem uma dessas, tem razão nenhuma de qualquer outra coisa que não sorrisos, alegria, e amor puro a todas as criaturas.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

meanwhile

enquanto isso, anoitece em certas regiões
e se pudéssemos ter a velocidade para ver tudo, assistiríamos tudo

a madrugada perto da noite escurecendo
ao lado do entardecer a tarde inteira logo após o almoço

o meio-dia acontecendo em pleno sol
seguido da manhã que correu desde muito cedo
e que só viram os que levantaram para trabalhar no alvorecer que foi surgindo

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

pra sabe la o que

saudades do que eu nem mesmo tive, vi, pude, senti...

soh pensei...

as vezes da uma vontaaaade de sair correndo

o melhor eh ter amor

o melhor lugar eh ser feliz

domingo, 14 de outubro de 2012

da necessidade da solidao

caramba, como eu preciso. preciso muito. muito mesmo. acho que so vejo isso quando nao da pra ficar sozinha. acostumei a ser casmurra, e agora gosto mesmo.
casmurrice. casmurrice.

o amor eu ando entendendo agora que longe. que pode ser e deve ser isso aqui que ele tem sido, calmo, paz, vento suave de dias bons.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

daquilo que ela sente

ela sente hoje que queria voltar em 29 de julho de outro ano

sente, também, que certamente vale mais do que ela tem acreditado que vale

sente que ali em janeiro tem outro coração, outras coisas para além daquilo que parece

e o parecer, ela sente que é importante porque nela não há mais. nada parece. tudo parece que foge

ela sente, além disso, que quando cai chuva é porque ela precisa de um abraço

ah, caramba, ela não pára de encher o saco querendo um abraço

ela sente que tudo que aflige agora está no âmbito das coisas que não dependem dela. porque o que depende dela ela fez meio mal-feito

ela queria agora estar num aquário, ascendendo um animal peçonhento e no mesmo sol seu só que na lua

ela sente que nada que ela diga-pense-deseje-seja é de alguma importância. e não é, não é

só que ela já deveria estar ciente

perder chave às 6 da tarde é certamente a pior coisa que lhe poderia acontecer...


ao amor maior



ai, mas quanto sorte nessa vida minha de ter ao lado cores belas, sutis, que em nada destoam das minhas! companhia pra qualquer coisa que seja, amor pra dar e vender, risadas que não cessam, nem quando a gente tá bêbado de sono e não entende nada do que tá acontecendo.



não importa que toda vez que surge uma barata você jogue ela pra dentro do cômodo onde eu estou. tudo bem, não tem problema mesmo. acho que até já me acostumei...

é bom andar no sol sem rumo, pegar busão cheio de gente doidona que não gosta de saia curta,nossa, caramba, como pode tudo ser bom??



pela sua amizade muita coisa passa a valer, bru. e você ainda traz pra minha vida mais e mais luz quando me oferece uma parte do seu coração tão pura e tão bela!

obrigada, obrigada, obrigada!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

das cartas



cada um entende dum jeito, como quer, como sente, enfim. do meu jeito de entender, o tarô traz pra cá algo que já é num plano mais sutil, onde as coisas são mais claras.

e não posso negar também que me emociono sempre que toco nas cartas. é inevitável essa emoção... é bonito porque é sentir!

elas me disseram tudo aquilo que eu sei. e sei mesmo. sei, vejo, sinto, assumo. só falta aceitar.

aceitar que há mais razão do lado de lá. que ainda não me sinto pronta pra isso. que estou dividida mesmo, que tem outros ares soprando, que posso sentir uma brisa com cores outras, noutro lado. eu me deixei sentir e, na verdade, ainda que qualquer coisa possa acontecer, eu fecho os olhos e vou.

porque a torre, a casa de deus, é um começo novo, e precisa dum fim pra isso. eu que fecho a porta. somos  os escritores da história, afinal.

pros pensamentos

caramba, que luta louca essa entre a gente e aquilo que a gente acha que é a gente.

mas eu, falível, ainda não senhora de mim, devo dizer que sinceramente tem mudança acontecendo. como se não houvesse agora nada que me faça parar certas águas que correm.

 agradeço por ontem não ter sido um outro dia.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ao amormeu



quero sua risada mais gostosa
esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa
quero toda sua pouca castidade
quero toda sua louca liberdade
quero toda essa vontade de passar dos seus limites e ir além


pras jóias

certa vez uma amiga disse que era balela se considerar feliz, pois sempre havia um probleminha ali escondido. disse também que gente que se julga feliz demais acaba por se lascar pois, quando vem um problema gigante daqueles impossíveis de maquilar com as vestes de aprendizado, não sabe lidar e sofre mais do que aquele cidadão que se conformou com as tristezas da vida. pois bem... sinto dizer que eu sou dessas, que se acha feliz demais, que não consegue enxergar um verdadeiro problema na vida. vejo tudo caminhando com tanta destreza, como se encaixado num plano maior. vejo os dias nascerem e dormirem com tanta elegância, com a ousadia de dias novos que conservo por saber que não há fim nisso tudo.

de repente ela está certa, quando um sério problema me acometer talvez eu não esteja pronta, quem vai saber? mas ainda acho mais vantajoso do que esse constante sofrimento de achar que a vida é um martírio sem fim que cresce a cada dia, que momentos felizes são efêmeros e tal... caramba, deve ser meio complicado viver assim, não?

as companhias nossas no caminho são de suma importância. alegram, trazem cores que muitas vezes nós, pela nossa própria natureza, não temos. e é bom que tenhamos cores diferentes justamente porque a união é necessária. não só nos ensina mas sobretudo nos possibilita ensinar.



jóias, são jóias, lindas e reluzentes, todos os que ocupam as linhas da nossa história. os virginianos melhores amigos, os leoninos que eu admiro, os taurinos que me testam e me provocam e me fazem aprender, os aquarianos que eu olho como se fossem guias e mestres...

jóias rústicas, lapidadas, não importa: têm valor único e insubstituível, e a mim só cabe cuidar, cuidar, cuidar, pra que assim se mantenha, mesmo com ausências, sempre em amor no coração!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

da linha tênue


conversar é bacana, né. embora eu não tenha muita paciência pras pessoas, às vezes vejo tantos pontos bons na troca de informação... estava ilustrando as relações amorosas, contando algo que me acontece com frequência.
e causo vai, causo vem, associaram certa história minha com essa música. caramba, casou perfeitamente.

todo lugar que chego você não fica
tudo o que eu te peço você não dá
se dou opinião, você implica

por que fazer questão deste jogo duro e de me mostrar o muro a nos dividir?
seu coração de fato está escuro ou por detrás do muro  tem mais coisa aí?

toda vez que passo você não nota
eu conto uma lorota e você nem ri
me faço fina flor, você vem  e desbota
me boto numa fria, não socorre
eu cavo um elogio - isso nem te ocorre?
a indiferença escorre fria a me ferir
será porque você não me suporta?
ou dentro dessa porta tem mais coisa aí?

entre o bem e o mal a linha é tênue, meu bem
entre o amor e o ódio a linha é tênue também
quando o desprezo a gente muito preza, 
na vera o que despreza é o que se dá valor
falta descobrir a qual desses dois lados convém
sua tremenda energia pra tanto desdém
ou me odeia descaradamente ou disfarçadamente me tem amor

e numa dessas boas conversas, falávamos de literatura e da maneira como os adolescentes lidam com ela. um amigo disse que um aluno do cursinho perguntou o que a literatura tem a ver com a nossa vida. ora, tanto quanto as músicas. mostra que mais alguém aí fora já sentiu o que você sente, já pôs pra fora algo que você por muitas vezes quis gritar e não fez por não saber como ou por não ter força mesmo. ta aí a prova, pô!

terça-feira, 18 de setembro de 2012

à une passant - II

quando você vem ou não?
o que você quer de mim?
deixo por aí...
o que você tem?
de onde você é?
pode me esquecer se você quiser
ou se deixar chover, se você vier, eu vou te acompanhar de fitas
te ajudo a decorar os dias
te empresto [meu dia de sol]
vamos nos espalhar sem linhas
ver o mundo girar de cima no tempo da preguiça

mas tudo bem, o dia vai raiar pra gente se inventar de novo

o que você é enfim?
onde você tem paixão?
segue por aí...
eu não sou ninguém de mais
e você também não é
é só rodopiar em busca do que é belo e vulgar

vamos onde ventar, menina
foi bom te encontrar lá em cima
odeio despedida

mas tudo bem, o dia vai raiar pra gente se inventar de novo
e o mundo vai nascer de novo

*  *  *

Ailleurs, bien loin d'ici! trop tard! jamais peut-être!
Car j'ignore où tu fuis, tu ne sais où je vais,
Ô toi que j'eusse aimée, ô toi qui le savais!

Charles Baudelaire

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

do colinho de mãe

eu sou mãe. tenho dois guris pra cuidar. e os amo dum jeito que eu realmente não imaginava que era possível. é amor de graça mesmo, mas que não foi instantâneo: eu fui aprendendo dia após dia.

a sociedade cobra muito sobretudo das mulheres. nós temos de: 1) querer mais que tudo nessa vida ter filhos; 2) amá-los incondicionalmente acima de qualquer coisa. eu sinto as coisas dum modo diferente. acho que sentir amor pelo seu próprio filho é algo bom, mas quando é SÓ esse amor que se experimenta, de nada vale. de que adianta amar o filho e detestar o filho da vizinha? cuidar do seu rebento mas negar-se a ajudar qualquer pessoa que necessite de você?

entende-se que amor de mãe é aquela entrega absoluta sem medida, cheia de carinhos, abraços, afagos e mimos. minha mãe não é daquelas carinhosíssimas, que enchem a criança de dengos e tal. não tem abraço, beijinho, nada disso. o amor dela, no entanto, pôde ser visto e apreciado por mim em outras formas: nas frutinhas cortadas TODOS OS DIAS antes de sair pra escola, no fato de andar kilômetros no sol levando nossas mochilas pra garantir que chegássemos na escola, nos livros que pegava na biblioteca pra gente ler, na comidinha sempre pronta, sempre fresquinha... devo a esse amor grande parte do que levo hoje de disciplina, cuidado, estudo. e como dizer que não é amor?

essas observações e algumas experiências acabaram me mostrando que eu devo canalizar minha vontade de cuidar para outro âmbito que não o da família convencional. mais ou menos assim: ter um filho é criar uma vida. ela não existia antes de você inventar história. esse filho nasce completamente dependente de você. se tirarmos o romantismo criado nos últimos séculos em torno da criança, o que temos é a criação de um problema que você poderia ter evitado. como resolveu contribuir com mais um ser humano pra terra, o mínimo esperado é que cuide dele pessoalmente. 

de todo modo, é só uma opinião. tem pessoas que querem mesmo ter filhos e sentem essa necessidade - e isso é até bom, garante a perpetuação da espécie, embora eu também não esteja certa sobre os benefícios de continuarmos nos reproduzindo... acho digníssimo esse instinto materno de algumas mulheres, mas acho urgente que elas repensem se é de fato vontade de amar ou carência. pois mais me parece um mecanismo: você cria algo que vai depender demasiadamente de você porque, na verdade, é você quem está carente e essa necessidade que o outro tem de tomar seu colo te faz maior, te preenche, te garante aquilo tudo que você sozinha não consegue.

a verdade é que o adulto, imerso em carências mil, necessita de algo que dele dependa. com isso, vem uma série de expectativas que, quando quebradas, fazem cair um universo. vira e mexe escuto que ter filho é garantir que alguém irá cuidar da gente na velhice. ah, ledo engano... ter um filho não é garantia de nada - se é, certamente é de trabalho árduo e sem descanso. uma velhice tranquila e com cuidado vem de outros aspectos: alimentação, exposição ao sol, cuidado com o corpo, cuidado com a mente, cuidado com a alma, e PRINCIPALMENTE semear amor. quem semeia amor colhe ele, não tem jeito. é a lei. ter um filho e criá-lo sob bases líquidas não garante absolutamente nada. garantia, a propósito, nunca há. o que se tem é a ação e a reação. 

depois de ter meus nenéns, aprendi um amor maior, o cuidado gratuito, o sorriso sem esperar nada, o desprendimento de interesse. e tento dia após dia dissolver qualquer apego que possa surgir, medo de que eles sumam e não voltem mais. porque o importante mesmo é a qualidade da nossa convivência, é o amor que sinto nos olhos deles e que passo a eles pelo meu olhar. exercitar esse amor todos os dias é uma dádiva, e não pára aqui, não se esgota na relação mãe-filhos: quando o motor está certo, o sentimento se estende para outros cantos, e consigo ver a cada dia que minha impaciência se dilui, minha falta de saco pras pessoas vai cedendo lugar à compaixão... não é da noite pro dia, nunca é. mas para mim esse tem sido o processo. o amor que sinto neles passa por mim e eu sirvo de instrumento para ativá-lo na vida como um todo. se não fosse assim, o sentimento se esgotaria em si mesmo, e a idéia não é essa, é ser amor produtivo, que nos ensina na prática, nos renova, nos faz repensar e sentir ao inverso do que era antes.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

pra agradecer ao universo


nalgum lugar em que eu nunca estive
alegremente além de qualquer experiência
teus olhos tem o teu silêncio
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram
ou eu que não ouso tocar porque estão demasiado perto
teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra

me abres sempre pétala por pétala, como a primavera abre
tocando sutilmente, misteriosamente a sua primeira rosa

nada que eu possa perceber neste Universo iguala o poder de tua intensa fragilidade
cuja textura compele-me com a cor de seus continentes
restituindo a morte e o sempre cada vez que respirar

não sei dizer o que há em ti que fecha e abre
só uma parte de mim compreende que a voz dos teus olhos  é mais profunda que todas as rosas
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão macias...

das datas do coração - parte III


ah, a minha princesa... o maior amor do meu coração, meu coração batendo noutro corpo, minha inteireza e entendimento perfeito. não tem palavras, por mais que eu tente dizer e dizer e dizer, não tem jeito. precisa viver, nos ver juntas em dias de sol, em dias de chuva de canga na praia encarando o mundo e se propondo a viver e sorrir ainda que as coisas não estejam do jeito que queremos. 


ela é toda e qualquer cor que meus olhos vejam, é com ela que eu faria tudo que faço, cada caminhar, cada descoberta. a vida se abre em danças pra nós, para sermos penélope e sabrina sempre, ainda que distantes, cada uma no seu compasso que no fundo é o mesmo compasso. porque as lições e os amores e a vida toda nos vem sempre em ciclos iguais, nos une mais e mais a cada instante assim. somos almas irmãs, e certamente caminhamos juntas em tantas outras dimensões, há infinito tempo. 



e nós agora, as duas, com a mesma idade, mais perto dos 30 que dos 20, oficialmente. e isso pouco importa, daqui a pouco estaremos mais próximas dos 40, dos 50 dali a um tempo. só que seremos o que somos hoje e sempre fomos, adolescentes descalças andando de trem, soltas no mundo, com ar de liberdade que temos, falando toda sorte de alegrias e vivendo como nós bem sabemos: oferecendo sorrisos ao mundo!






terça-feira, 4 de setembro de 2012

do fundo da terra ao coração do Brasil


não é difícil compreender meu amor pelo pantanal. até aqueles menos sensíveis à natureza hão de concordar com a magnitude da beleza pantaneira...

o pantanal pra mim tem diversos significados. ele está colorindo as lembranças de 2008, quando eu vivia um amor belo que tem sons de viola e paisagens róseas. o pantanal era nosso sonho, refúgio, vontade, lugar de ir pra viver cada dia como se fosse um amor que começa, e nossa alegria chama, e um violeiro tocava em nossa cama, que era o mundo.


o pantanal é um som lindo, de aves que cá não vem, de cores de céus que cá não aparecem. é como se um mundo à parte, algo que o universo esconde ali no meio que é mesmo pra ninguém ir tocar. é pra ficar ali, preservado, distante, longe pra chegar.

tenho a impressão, nítida, de que a vida vai me conduzir pra lá. ou será que essa impressão já me fará, de certo modo, tomar minha própria condução praqueles lados? seja como for, eu findo bem no pantanal, eu vejo bem, sinto bem, vivo bem. 

meu coração, na verdade, já está lá, já é nativo. desde aquelas noites em que saía mais cedo das aulas pra chegar em casa a tempo de assistir a novela de cenas e histórias mais belas que há. eu olhava pra janela, contava 5 andares de baixo pra cima, ou desde o décimo segundo de cima pra baixo, pra ver se a luz da sala estava acesa e se o meu amigo-amor-companheiro estava lá sentado no sofá - ou no chão, como a gente gostava - me esperando pra mais um capítulo.


a vida vai mudando os traçados e fazendo o desenho que bem entende das nossas histórias. eu sou grata pelo traçado que segui, por ter entendido logo cedo que lá é meu lugar, um dos tantos lugares que temos na vida. pode ser limeira, acre, natividade da serra, mas no meu coração é sempre mais o pantanal, é sempre mais.

os caminhos de rio, a vida que parece pulsar num outro tom, num outro tempo. o dia começa e termina numa beleza, num espetáculo divino, num horizonte de aquarela que ninguém jamais pintou. 

Dia de tudo ter ou de nada ter
Desde cedinho horas pra se viver
Dia para plantar
Dia pra colher
O mesmo dia de sempre
O velho sol
Se esparramando pelo Pantanal.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ao que me ensina

só admiração. só bons sentimentos, só sorrisos. sorrisos largos bem azuis, de dia claro ou de dia de cinza pra gente fazer clarear dentro de nós. 

no andar, sobretudo. no andar percebendo mais que os olhos, mais que os sons, percebendo a vida que movimenta.



ah, que sorte, que mérito, que honra, enfim, te reencontrar aqui embaixo! porque lá nós também somos, aprendemos juntos...

de todas as belas coisas - e foram muitas! - que já vi em você, uma das mais encantadoras foi vê-lo levantar do chão, hoje de manhã: antes mesmo de saber se estava inteiro, veio até mim, ver se eu estava bem. antes que eu pudesse me dar conta do que houve, você estava bem diante de mim, segurando minha mão, pra se certificar de que comigo nada tinha acontecido. 

foi uma das cenas mais bonitas que meu coração sentiu.

cheguei a pensar, durante o dia: e se tivéssemos ido? um, o outro, ou os dois? caramba... daí nos percebemos frágeis e entendemos que aqui só havemos de doar, e doar, e doar sobretudo AMOR, porque, afinal, é o único legado que se faz possível.





terça-feira, 28 de agosto de 2012

dos dias assim...


 (AQUI ERA PRA TER UMA FOTO DUM CÉU CINZA,. MAS O COMPUTADOR DA USP NÃO SALVA FOTO DA INTERNET E NÃO CONHEÇO OUTRO JEITO DE FAZER A FOTO VIR PRÁ CÁ; ESSE MESMO COMPUTADOR QUE DESCONFIGUROU TODO MEU TRABALHO 5 MINUTOS ANTES DE EU TER DE ENTREGAR E CONTRIBUI PRO ACINZAMENTO DO MEU CÉU)

olha, tem dia que não dá... fatalmente, de vez em quando, tem dia que não dá...

tô tentando achar uma justificativa, o inferno astral, tpm, mas não tem motivo mesmo, é só um tom acinzentado, saca?

e, na boa, nem tô me culpando porque não acho o fim do mundo ter um dia chato. sério, não acho mesmo. sou tão feliz, tá tudo sempre tão lindo pra mim, ué. só não tô a fm de sorrir e fingir que tá tudo bem porque, hoje, não tá. mas também não tão tudo ruim. continuo sendo feliz. pra caramba.

eu queria MUITO ver o bru hoje e cantar até lascar de vez a minha garganta dolorida.

o bom de tudo isso é ter aprendido que nunca é alguém que torna seu dia cinza: é sempre você! então fica até mais fácil, porque aí não tem revolta, não tem discussão nem nada, afinal, não vai discutir com você mesmo, vai? a culpa é minha, o problema é meu e basta que ninguém venha me enchar a paciência. ai, que bom morar sozinha! imagina ter gente querendo conversar no dia que realmente você não tá pra papo?

é isso, não tô pra papo!

temos esse direito, não estar pra conversinha um dia ou outro. e o tempo vira, pra ajudar... sabe, eu levo bem a sério essa questão de estar sempre bem, feliz, contente, achar a vida bela e tal. mas hoje... ah, hoje...

devemos aceitar também as sensações ruins e esperá-las passar, né? ok. vou observar minha amargura hoje - mas é melhor observar sozinha pra nem correr o risco de destilar veneno por aí!