terça-feira, 31 de julho de 2012

no fundo da memória

numa estrada nova de terra, com belos raios de sol que despontavam entre as árvores, não sei porque nem como brotou na mente uma música que eu já não lembrava mais, que devo ter escutado por volta dos 5 anos de idade. e lembrei de cada frasezinha, lembrei de tudo, e cantarolei no cenário perfeito para cada verso:




Virgem relva se abre pelo chão
E o orvalho de noiva te veste
Um coral de aves rima a canção
O sol ilumina a filmagem
Árvores e o vento são as testemunhas
Aprovando o ceremonial
E a cachoeira entra com o véu
Nesse casamento natural
Laranjeira ofertou o buquê
A terra deu a recepção
A cana de açúcar deu a aguardente
E o refrigerante foi limão
Doutor João-de-Barro foi o construtor
Dona aranha teceu as cortinas
Pica pau foi quem presenteou os móveis
E o vagalume foi a lamparina
Ei, sertão, noite e dia,
As flores do campo
Que decoração
Tudo em perfeita harmonia

pro começo de novo

é, me sinto uma grande boba sorridente imersa no meio do mundo tudo de novo.

e que bom que a gente vê os erros, volta, começa, metamorfoseia, tem a chance de re-começar dum jeito inusitado, novo, sorridente, contente! acho belo, construtivo, produtivo, lindo mesmo! a gente se vê ao longe - muitas vezes nem tão longe assim, né - e reconhece tudo que fez de maneira tola, sorri e pensa na maravilha que é o amor do mundo por nós, que nos deixa ajustar o novo, e faz o que passou servir de experiência única daquilo que, agora, já mais conscientes, não é adequado fazermos novamente. e o movimento de energia começa a fluir de maneira mais con

obrigada, minha paz, pela chance concedida de uma nova pessoa e de um novo amor!

sexta-feira, 27 de julho de 2012

pra falar do amor de verdade, vou começar pela melhor metade


acho difícil amar tanto no mundo, porque tá tudo tão cinza e coroado com ares de falso. e mesmo você não demonstrando seu amor em atos altruístas como ir lá ver se 'alguém' afinaria meu violão, mesmo não ajudando a pata-choca da sua amiga que tropeça e gagueja quando na frente de 'alguém', eu o amo. amo de amor sincero, amor que  sempre há de amar e de querer mais e mais músicas. e você presente aqui quando recebo um elogio, bobo, de que estávamos bem-cantando e, mesmo que seja só algo sem importância, me fez bem, me deixou com sorriso bobo ali, tão perto, tão perto.
da próxima vez, prometo ser mais corajosa e menos bocóia e tentar, afinal, do chão - e do não - não passa, e eu que sou a fêmea alfa dessa história.
eu amo nossas músicas, nossas afinidades de vida, de risadas, de astral, de olhar. caramba, eu nutro a cada dia um carinho sem fim, uma vontade grande de compartilhar a vida de anos e anos e ainda outras vidas, porque a primeira conversa deixou claro que antes e depois nós existimos, e somos irmãos de alma, de coração, de alegria. eu sorrio com você e eu aprendo com você, a cada passo que damos juntos ou separados, são passos consonantes.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

“Mas, embora meu corpo esteja aqui, um pouco de mim é capaz de viajar por este céu, e levar-me a mundos desconhecidos. Então, vejo que meus sonhos são tão reais e concretos como estas dunas, esta lua, estas coisas que me cercam”.
Antoine Saint-Exupéry

segunda-feira, 23 de julho de 2012

pra saudade...

a saudade é uma estrada longa que começa e não tem mais fim
suas léguas dão volta ao mundo, mas não voltam por onde vim

a saudade é um estrada longa que começa e não tem mais fim
cada dia tem mais distâncias afastando você de mim

tantas foram as vezes que nos enganamos
outras vezes nos desencontramos
sem nem perceber...
mesmo sem razão, eu quero lhe dizer, sem intenção:
ver tudo se perder dói tanto, tanto...

a saudade é uma estrada longa
nem é boa e nem é ruim
vou seguindo sempre adiante
Nunca volto, eu sou mesmo assim

a saudade é uma estrada longa que hoje passa dentro de mim
me armei só de esperanças, mas usei balas de festim

sábado, 21 de julho de 2012

pra dias assim - da metamorfose ambulante

eu sou meio inconstante e, embora isso por vezes me traga algumas perdas, eu prefiro do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. eu vou mudando aí no decorrer dos acontecimentos e de repente eu já penso completamente diferente de ontem. e aí eu falo mesmo, volto, me desculpo, tento de novo. mas, claro, nem todo mundo tem de estar disposto a passar por esse turbilhão 365 vezes por ano... de todo modo, eu não ligo de tentar e retornar ao ponto inicial de novo. claro, agora acho que nem adianta mais dizer: "dessa vez é sério", porque TODA VEZ É SÉRIO. nunca é besteira ou criancice, é sempre sério na hora que é. mas depois muda e eu vou lá, começar de novo a tricotar o cachecol azul...

pra esses dias, eu sinceramente tenho pouco a dizer e bastante a mudar. porque mudança é processo, muito embora venham esses dias. dias que servem pra gente pôr a cabeça no lugar e entender que é verdade, tudo o que reclamamos nos outros é o que nós não oferecemos. se damos um carinho, vamos recebê-lo de volta, na mesma medida. o mesmo acontece com cada tapa, com cada comentário rude, com cada aspereza. é sempre assim, sempre foi e será. e eu já vi isso algumas vezes e, agora, mais preparada, pareço, pra realmente ENTENDER, COMPREENDER E AGIR.
mas são esses dias que nos fazem despertar a consciência pra certas coisas. não é lembrar do passado e lamentar que fizemos algo que, agora, olhando, parece errado. é simplesmente se dar conta e não hesitar em mudar de conduta. dar início ao processo já, imediatamente, afinal, não há mais nada que se possa fazer, alguma atitude cabe então.
caramba, é meio ruinzinho se sentir com 14 anos fazendo um monte de besteira, agindo que nem tola; mas sem me culpar, se agi daquele modo no tempo que passou é porque, de algum modo - mesmo me parecendo ridículo e impossível achar essa forma adequada hoje! -, era adequado ao que eu pensava, ao que acreditava.
não haverá adequação do mundo a mim: fato. cada ser é uma pontinha de unicidade... cada um tem suas características daquele jeitinho, e qualquer mudança que venha a acontecer em cada curso de vida é de responsabilidade de cada indivíduo. não que não se possa expor uma chateação ou algo assim, mas não tem de ser toda hora, nem com tudo! e nem toda chateação deve colocar em questão o que existe de real entre você e o mundo.
fica uma dica a quem quer que venha a ler o texto e queira manter em sua vida as pessoas que REALMENTE importam, merecem, brilham, trazem corzinhas: faz isso não... deixa o outro ser do jeito que é, libre, bonito, de dias soltos, de vento de brisa. deixe a espontaneidade do outro ser, mesmo que ela não seja do modo que te agrada. porque provavelmente há UM MILHÃO E MEIO de coisas que te agradam muito e o foco deve estar sempre voltado pra essas coisas. volte o foco para as conversas incríveis, para as energias compatíveis, para os agrados que hoje no mundo não se vê, pros dias-de-ano-novo com música do chaves e muito amor, pra sinceridade de palavras esboçadas a lápis numa cadernetinha, pro nome mais bonito do mundo.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

pra tudo que importa

dizer a verdade
ser gentil
(delicada
carinhosa
prestativa)
ver cores
ter cores
criar cores
lembrar de nós
querer estar perto - perto
querer estar perto - longe
tecer histórias
amar em sonhos
amar na vida
pensar menos
pensar o que deve ser pensado
não imaginar
esperar
calma
cessar
parar
respirar
calma

fechar os olhos
ver um rosto
sentir um aroma bom
sentir brisa bem leve
amar perto
amar longe
não pensar tanto
não inventar
não ansiar

não brincar com o que é sério
esperar
calma

demonstrar, bruna, demonstrar
seja!
entender saudade
escrever
sobretudo, fazer o que deve ser feito

e como não? se a gente foi

é, pode ser sim que às vezes a gente não consiga demonstrar o que sente pros outros. caramba, mas parecia que tava certinho... aí a gente entende também que talvez os outros possam errar também quando tentam mostrar qualquer coisa pra nós.

não deixei de estar apaixonada nem um segundo que seja. não foi nem de longe esse o motivo de nada. meu coração bocó ainda dispara que nem um acelerador louco quando te vê, quando pensa em você, quando lembra da sua voz. nunca mudou. nem esmoreceu. dá frio na barriga, fico vermelha, a mão treme, não sei bem o que falar, tudo igualzinho nas primeiras semanas.

agora tá ficando tudo mais calmo e eu começo a ver que realmente não demonstrei. foi medo de correr risco mesmo. correr o risco de parecer idiota, de parecer menina demais. medo idiota. bruna idiota.

eu fiz muitas coisas babacas, que me pareceram adequadas na hora. falei muita tolice também. mas, sobretudo, perdi grandes chances de mostrar coisas boas que ainda têm em mim. agora não é a hora de fazer isso, porque tá sabendo, i missed the starting gun. mas deixo claro então que, a despeito dessa grosseria e dessa banca toda, caramba, como eu sou apaixonada por você.

mas nem eu que sou esperta teria conseguido enxergar isso nas entrelinhas.

e isso não é bom não. tá longe de ser bom. porque dá um sentimentozinho babaca que a cabeça sabe bem que nem tenho o direito de ter.

tá claro já? não acho minha grosseria uma virtude, nem os ataques de frieza bons. mas saiu assim... então é porque era pra ser assim, né. não pela natureza da grosseria e da frieza, mas pelo que precisávamos aprender com isso.

eu fui bem pouco carinhosa e não quero repetir isso na vida. afinal, já é a terceira ou quarta vez que me dou conta disso, que fui um ogro perfeito e que não precisava. e, pô, burrice demais persistir assim.

"o ar, o vinho vão com os dois amantes, a noite lhes oferta suas ditosas pétalas, tem direito a todos os cravos. dois amantes não têm fim nem morte, nascem e morrem muitas vezes enquanto vivem, têm da natureza a eternidade"

quarta-feira, 18 de julho de 2012

foi bom e pra sempre será

hoje está sendo um bom dia, mas não posso negar que bem saudosista. tem uns flashes passando por mim, umas lembranças bonitas, azuladas, e um só querer bem!
hoje faz um ano de um dia muito, muito bom, desses que mudam nossa vida pra sempre. confesso que quando saí de casa dia 18 de Julho do ano passado eu nem pensei que seria assim tão mágico, encantado. eu nem esperava nada, na verdade - mas claro que, por via das dúvidas, passei uma maquiagem de leve... só pra destacar um pouquinho...
eu lembro de cada instante, mesmo com essa memória esquisita que eu tenho.
agora fui pegar meu diário de 2011 pra escrever o dia 18 de Julho aqui e abro, sem querer, na data certa. acaso?

"É, a vida tem dessas boas e agradáveis idéias de nos surpreender. Mesmo com receio, insegurança, eu o encontrei. Sem palavras. Meu coração dispara só de lembrar pra contar aqui. Me alegrou e coloriu os meus sentidos. E agora, de fato, estamos fudidos..."

ai, que gosto doce que me vem de lembrar! quisera toda história de amor pudesse ser assim, começar assim, e não terminar nunca, porque na verdade histórias de amor são como amizades belas e sinceras: não terminam, apenas se deslocam no tempo. são trajetórias opostas sem jamais deixar de se olhar. é um carinho guardado no cofre de um coração.

eu só tenho a ele graças, por tê-lo conhecido, vivido com ele, sentido o aroma daqueles primeiros dias que será sempre o mais leve que conheci. a vida vai trazer pra nós dois tantas outras histórias, mas nós bem sabemos o lugar que tivemos um no outro, o inédito de tudo, a inauguração dum jeito diferente de fazer as coisas.

eu vou sempre lembrar e sem tristezas, não só em 18 de Julho. na verdade, nem é bem "lembrar" a palavra: é um viver-com, já que ele é parte agora, do que eu me tornei, de quem eu vejo quando olho no espelho, quando falo, quando como, quando leio.

minha história bonita!

quando nada, nada te faria tirar o pijama, não fosse o vento que vai lá fora, é a voz do seu amor que chama agora... e você vem...

segunda-feira, 16 de julho de 2012

à rememória

minha irmã é uma pessoa bem saudosista. vê uma beleza no passado extraordinária, e parece que pra ela lá estão todas as coisas que realmente valem a pena. as melhores músicas e as melhores histórias. ora, tem seu fundo de verdade...
é bem mais difícil encontrar as mesmas graças na vida quando a gente cresce. porque tem coisa que fica chata mesmo. por mais legal que seja, não é tão legal como era antes - e não é por saudosismo PURO, é porque se sente assim! havia despretensão, nossa mente ainda não estava contaminada, era de uma pureza bela e que, na verdade, é da natureza de todo ser humano aquele simplesmente SER da criança.

as músicas de lá, ouvidas hoje, tem purpurina dourada e tilintam no ouvido, são encantadas. e trazem estampadas cenas presentes comigo, componentes de quem sou. músicas, aberturas de novela, lugares, cores. são os versos da minha canção, essa canção de quase 26 anos.

existe a beleza de cada idade, de cada fase, que deve ser vivida com a dança condizente. mas, de todo modo, as cores da infância, "a primeira amada" do coração da gente, sempre sai na frente, sempre tem mais beleza que os outros dias.

domingo, 15 de julho de 2012

à beleza

quanta beleza junta! e que venham mais noites de -10ºC, guardinhas doidões, ar quente no carro, estrada de terra à la filme de terror, visconde-de-sabugosa, frio e mais frio, licor de cambuci, risadas sem fim e muita, muita groselha pra falar!
eu amo e amo muito e foi bom e perfeito do jeitinho que foi! eu quero muito mais disso vida a fora!!

das boas pessoas

gosto de boas pessoas. dessas que a bondade transparece, que não há malícia nos olhos nem no coração, que ao olhar vejo uma criança. e o choro é sincero, os olhos são transparentes e não se tem vergonha de ser o que é, e ir sendo, conforme se aprende e recebe, se doa, se entrega...

tem dia que se aprende tanto e tanto, com conversas boas e olhares nosso que já estão mais puros pros outros.

recebo bem palavras de boas pessoas. recebo, entendo, compreendo. a pureza é bela e me faz bem - talvez por me faltar às vezes.

o problema de se teorizar muito é que a gente acaba perdendo o senso, aplicando as teorias na vida dos outros, muitas vezes, e aí a gente acaba ficando chato!

olha que bonito:

respeito/aceitação
responsabilidade
cuidado
conhecimento

precisa disso pra amar. é fato. simples entender na teoria, super simples, aliás. mas e na prática? a gente cuida? respeita? é responsável? a gente nem se conhece... nem busca conhecer. perdemos muito tempo em nós mesmos.
é importante a auto-análise, pra sabermos se de fato nós exercemos amor ao mundo. também não devemos ser injustos conosco. se alguém não nos oferece isso, ao contrário, oferece apenas fel, o mais justo é encontrar uma forma de sair disso. não se trata de aceitar o desrespeito dos outros conosco ou a forma como os outros não cuidam do que somos juntos e sós. e quando as palavras já não querem dizer nada e o interlocutor não entende MESMO nada do que eu falo, a vontade vai se esvaindo e se esvaindo e eu já dou respostas babacas pras implicâncias porque não pode ser real. acordar e ter alguém aqui pra me dizer que faço as coisas da maneira errada DEFINITIVAMENTE não está nos meus planos. ora, e o que é fazer errado? não fazer do jeito do outro? é, faço tudo errado mesmo. e daí? o problema é meu. a casa é minha e eu limpo da maneira que eu quiser. acho lindo ver como as pessoas conseguem colocar defeito e 'cuidar' do modo errado de mim - porque quando meu corpo se sente mal e clama por cuidado, elas tomam chá de sumiço e são incapazes até mesmo de perguntar: "e aí? melhorou? tá se sentindo bem?". tô. tô melhor sim, que bom que você não perguntou, mesmo porque acho que meu problema era o tempo de exposição a pessoas assim, que não querem meu bem nem de longe. querem só que eu seja adequada a elas. isso não é querer o bem dos outros, mas o seu próprio. vai tentando adequar o mundo a si. boa sorte!

não quero desrespeito comigo, não quero ninguém ao meu lado lembrando toda hora o quão errado está tudo que eu faço. não é bom, não dá vontade de passar uma hora sequer do lado de pessoas que não nos fazem bem, que sempre tratam logo de nos repreender em qualquer coisa que seja, apenas para exercer a autoridade e o controle. coisa mais besta. nisso o mais chato de tudo é que me dá preguiça até de dizer tchau, e eu simplesmente me afasto. e não vou sentir falta.


Me decidi não fiz alarde
Nenhum de nós vai ter saudade
Se vou lembrar da experiência, estou pouco preocupada
Mas de tuas teias, de hoje em diante, estou afastada

Tentei mudar as leis
Desprezei o velho ditado
Pensei ser ventania
Logo veio tempestade
E, não sem razão, a nossa paixão é um vaso quebrado


that's all, folks!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

às invenções

O teu amor é uma mentira que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego, você não pode ver

Não pode ver que no meu mundo um troço qualquer morreu
num corte lento e profundo entre você e eu

O nosso amor a gente inventa pra se distrair
E quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu

Te ver não é mais tão bacana quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama, parece que fugiu de casa

Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açúcar, dança sem par
Você podia ao menos me contar uma história romântica

O nosso amor a gente inventa pra se distrair
E quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu

quinta-feira, 5 de julho de 2012

à vaidade

tem algumas pessoas pelas quais, sem explicação, conservo uma paixão platônica. aquelas de criança mesmo, sabe, de olhar, babar, dar suspirinhos... nessa lista, tem o bento ribeiro, o daniel oliveira, o wagner moura, a scarlett johansson, a penélope cruz. meu coração dispara, fato. e parece que não vai sossegar enquanto não viver uma tórrida história de amor com cada um deles.
que coisa, né? e não tem nada a ver com beleza, nadica. mesmo porque sei que em matéria de beleza existe uma grande relatividade... e o que conta muito mais é o charme. nunca gostei de homem bonito-óbvio, sempre fui fã dum dentinho torto, dum cabelo desgrenhado (ah, o cabelo desgrenhado...). e sempre achei mais bonitas as mulheres mais fortes - não caminhoneiras, mas com algo de fêmea alfa, sabe? nada de princesa de porcelana, é meio chato, parece que vai quebrar e que tá sempre emburrada...
e daí que tenho pensado bastante nessas paixões platônicas. tenho tentado entender porque elas despertam. e acho que encontrei um fio pra explicar: todas essas paixões são pessoas com as quais eu gostaria MUITO de passar horas e horas a fio trocando idéia. nossa, eu me acabaria de conversar com o bento ribeiro. tudo que ele fala é engraçado, sem forçação de barra; sem falar da inteligência dele expressa em cada frase, meio sem querer, desleixado, com olhos de ressaca. caramba, sou bem apaixonada por ele. acho que ele lidera as minhas paixões. gosto de quem me faz rir. e de admirar.
me disseram quando eu era adolescente que, quando a gente está apaixonada, tende a achar todo mundo parecido com o objeto da paixão. faz todo sentido, afinal, parece que a pessoa fica saltando aos olhos o tempo todo. claro que tudo tem limite, não vou sair por aí vendo meu branquelinho no batoré. o problema é quando chega num estágio próximo da loucura e você passa a achar MESMO que seu amado é a cara do david beckham... ou melhor, não só parecido como MAIS bonito. só pode ser um mau sinal...
e ontem eu estava pensando em como vou envelhecer. me olhei no espelho, franzi os olhos e me vi com muitas rugas - já tenho umas, uns pés de galinha à la dona florinda, mas nada que me faça passar dos 30... acho que é o que mais tenho de trabalhar: a vaidade. já enxerguei essa fraqueza. me sinto meio estranha quando sou a pessoa mais feia do recinto. é sentido mesmo, não é racional. se bem que acho que o tempo vai ensinando a gente na hora a certa a entendê-lo. eu que fico aí preocupada com coisa pouca.
acho bonito marca do tempo, cicatriz, sinal de movimento que houve e está impresso. acho belo quando a juventude se torna algo muito mais parte do espírito, e a idade física acaba por se diluir nas ações, nos movimentos, e nem se dá bem pra definir quanto anos a pessoa tem. é lindo isso! minha mãe disse que se olha no espelho e ainda se vê exatamente como se via com 20 anos, que nada mudou, porque é mais uma questão de como a pessoa se sente. faz todo sentido, pois eu também não sei onde ficaram os últimos 10 anos, me sinto tão menina ainda...
uma amiga que tive dizia que tinha uma imensa vontade de envelhecer, de ser avó, gordona, e abraçar os netos. não tenho essa vontade não, mas acho que com o tempo, se estivermos em harmonia com o universo e conosco, nem vamos estranhar: tudo vai fluir com tanta naturalidade! é que tem uma ode à juventude sendo entoada a todo instante hoje em dia - o que é belo -, mas em detrimento da velhice. conforme os anos passam, vai ficando tudo cada vez mais claro, eu acho. tanta coisa eu aceito hoje que antes era tão difícil...
num eterno presente, o belo é estar sempre exatamente onde se quer estar!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

pros bons ares

acho bonito aquilo que não se pode explicar pela razão. mesmo porque, muitas vezes, a razão atrapalha um tanto. gosto de sentidos e sentimentos que tocam o coração e daí já se tornam vivos sem nem mesmo a gente conseguir racionalizar... porteiras, pontes, janelas, estradas de terra, trilha mato adentro, sinceridade, coração, espontaneidade, carro antigo, casa velha, escada de pedra, trilho de trem. não dá pra explicar, deve vir tudo de outras vidas.
é bom ver quando as pessoas são sinceras, ainda que bem diferentes uma da outra e todas de mim. satisfaz, dá vontade de abraçar cada um e a vida longamente, e a gratidão que se sente é daquelas que vem de dentro pra fora e se expressa no corpo, na voz, no riso.
é gostoso de olhar, faz bem pra alma quando entra como uma fotografia na nossa memória, na nossa alma. não sei bem, mas me parece que momentos assim a gente carrega pras vidas todas, sempre, ainda que não necessariamente lembrando: por vezes só sentindo. me gosto mais agora, me aceito mais, gosto de ser assim e recebo sem nenhum receio cada bruna que tem aqui. porque vi um coração tão pulsante e tão cheio de vida que transborda, e que é felicidade apenas, daquela pura, daquela plena. e quanta beleza eu vi nesse coração! o universo me disse pra que eu não receie ser assim, que eu seja e ponto, e que a cada vez que sentir algo bloqueando eu simplesmente não me importe: a energia tem de fluir do jeito que tem de ser, movimento espiral, que é produtivo, que cria; e grite, e não passe ao largo, mas firme! seja a explosão que é, se assim for por natureza. não seja marasmo nem mentira, seja no ritmo que seu coração sente.
com mais cores agora, mais anseios bons, aromas suaves desses que só o coração pode sentir e nem quer explicar, afinal, nem faz sentido. bom mesmo é deixar esse sentimento se espalhar pelos corpos todos, encher de cores cada célula nossa, e depois olhar ao longe com aquela gratidão toda pela vida. o caminho é lindo, e nem se precisa saber quanto tempo demora pra chegar, e chegar onde mesmo? o caminho... a estrada...