terça-feira, 30 de março de 2010

i can't take my eyes off you


Droga! Fato: ainda estou apaixonada.

Mega-power-blaster. Minha cabeça não pára de pensar nele. Mas não é uma paixão que deseja, é paixão que remói. Que sente pelo que não foi, que queria só um perdão sincero e uma possibilidade de virar boas lembranças no outro também.
Eu não alimento esperanças, já que isso não seria digno. Eu não quero nada, eu acho. Eu quero que o tempo passe às vezes; outras, quero que ele volte a descer a Av. Rebouças cantando Tim Maia, quero que ele se inverta e traga os momentos de 31/07 de novo. Eu não tiro minha cabeça daquela noite, e isso tem sido meu atraso e minha alegria. Eu não olho pro lado e não é por querer, vem de dentro. Vem da não-possibilidade de algo igual, parecido ou mais.

Eu tenho paixão sincera e isso irrita, dói, dá sorrisos, dá conversas de horas com minha flor que me tem.

Paixão que não tem fim é o tipo de coisa que dá cor pra vida da gente e depois tira as cores, aí volta a ter cor, aí fica preto-e-branco novamente. É como a sequência do Mágico de Oz.

eu teria ficado com você mais uns duzentos anos, como eu cantei em 24 de setembro, às 21:19...

e mesmo sendo tarde, mesmo com todas as marcas ruins de passado que me fez mal, nenhuma palavra escrita ou dita é mentira. é tudo verdade e eu diria quantas vezes fosse necessário, mesmo sendo parte do ontem, mesmo sabendo que não seria como 14 de setembro, quando simplesmente tocar sua mão o fez dizer que deixaria tudo se eu ficasse e que eu poderia levá-lo onde eu fosse. eu levaria de novo. eu ficaria mesmo presa em 31 de julho, em 3 de agosto, em 6 de setembro. em toda a brevitude do que me faz sorrir - e lamentar - até hoje.

terça-feira, 23 de março de 2010

olviedo


Eu tenho também tristezas estranhas, tive vazios: eu olhava dentro dos olhos e não enxergava nem mesmo cumplicidade.
Isso porque cumplicidade é o início de todo amor. Mesmo sem afinidade extrema, a cumplicidade importa. Eu tenho sorte na vida, uma sorte sem preço de ter alguém, cúmplice, amiga, companheira, sincera, sorrisos-meus, pensamentos-meus. Eu também, minha flor, já acordei sem entender nada.
Eu tive manhãs de presença apenas, eu mesma já causei isso a alguém. Hoje eu sei o que errei, com quem errei, onde errei. Mas muitas pessoas que nos deixaram vazias não entenderão nunca o que fizeram. A gente sentiu, a gente ainda sente, mas temos sempre aquela possibilidade de mudar, de olhar por outro ângulo, de virar o rosto simplesmente não esquecendo nunca do que foi bom. Foi, foi, foi bom e pra sempre será...

Eu vislumbro novos ares - mesmo ainda querendo abraçar uns antigos. Eu tento, mesmo aos poucos, me esquecer. Agora ainda mais difícil quando se tem logo à frente o prédio da MAPFRE seguros...

É... eu pegaria aquele avião particular e iria pra Olviedo. Eu iria pra qualquer lugar do mundo, eu seria a Cristina, a María Elena (que somos) e tô buscando nas lembranças Juans Antónios, minhas completudes, artistas plástcos, fotógrafos, pessoas com nome em Atos dos Apóstolos 13:1...

Amores [tristezas, vazios, silêncios, dores, saudades] são coisas da vida...

sábado, 6 de março de 2010

ELE IA SER O DONO DA MINHA SINA...


Minha ansiedade é já parte de mim há tempos. E por vezes ela vira nervosismo, de tremer e tudo! Pois bem, passei por isso ontem. Fiquei tão nervosa que não conseguia respirar, pensar e enxergar ao mesmo tempo. Parecia uma criança, uma adolescente boba ou qualquer coisa imatura e irracional.
Cabe ressaltar que esse nervosismo todo foi causado por três letras: OLÁ.
Algumas pessoas de tão marcantes conseguem tirar meu chão com três letras?? Será possível? É possível, aconteceu, e eu estou há 24 horas com um sorriso idiota estampado no rosto, um misto de alegria com tristeza, com arrependimento.
Esperei tanto, tanto por um OLÁ que, quando veio, tremi tanto que nem digitar eu conseguia direito. Não sabia o que dizer, o que pensar.
Agora eu já sei o que pensar: nada. Não tem o que interpretar, não tem o que se lamentar. O que está feito, está feito. Ele é exatamente do mesmo jeito que eu sempre soube que ele é, fascinante, sim. Imprevisível de tal modo que me faz ganhar o ano por simplesmente falar OLÁ. Simplesmente existir, talvez.

Oh, minha doce paixão...

quinta-feira, 4 de março de 2010

um meteoro


Eu não tenho uma facilidade muito grande, por assim dizer, em expressar qualquer coisa que eu sinta, boa ou ruim. Escrever é bem mais fácil, muito embora eu já tenha tido provas suficientes de que não é o meio mais eficaz. Isso porque ninguém está interessado em aguardar palavras escritas, mas sim em gestos feitos e frases ditas. De todo modo, eu escrevo agora a alguém de quem eu gosto bastante, por quem tenho um carinho sincero com trilha sonora de barulho de chuva no telhado.
Ele tem cara de bravinho emburrado, olhinhos pequenos, parece um menino na maioria das vezes. Mas mesmo assim eu sempre o vi como homem, como mais inteligente, mais competente que eu. Afinal, ele sabia que na guerra do Vietnã a quantidade de vietnamitas mortos é 4 vezes maior que a de norte-americanos. Ele me surpreendia a cada instante que eu ficava perto, e sempre tinha palavras certas. Eu o olhava de baixo pra cima, como se ele me detivesse em tudo, fosse superior em todos os aspectos que eu tentasse medir. Aí uma hora eu parei de medir e admiti pra mim mesma que sim, ele já detinha tudo que podia e era infinitamente superior a mim.
O jeito que ele mexe a mão, que ele respira, que ele suspira(va), era tudo tão friamente calculado que me fazia ter até medo de olhar demais e depois não conseguir mais ficar sem. Ah, sem contar que ele reclamava de tudo e parecia ser sempre um desafio fazer ele se sentir bem. Eu gostei de cada conversa, e foram poucas, pouquíssimas, muito menos do que eu naquela época gostaria que fosse. Ele entrou na minha vida sorrateiro, dizendo que gestos valem mais que palavras e protagonizou gestos simples, gestos que eu nem sei se eram sinceros mas que hoje pouco importa saber. O ar que eu precisava respirar no início do ano era o dele, e foi, e por isso já sou grata.
É uma figura estranha esse sujeito que dormiu um dia me achando a menina mais legal do mundo e agora mal fala comigo. Isso doeu, mas agora não dói, porque gostar gratuito é assim, e eu sempre soube que era gratuito, embora ainda não tenha entendido muito bem por que raios eu o conheci. Mas pra tudo há um propósito – é?? – e eu continuo tendo o maior carinho do mundo por esse bravinho mesmo que ele seja chatinho, grosso, mal-humorado. Ele entende as piadas de Cidade de Deus, de Tropa de Elite, ele é seguramente um alguém que, se eu pudesse voltar atrás, teria sido só amiga pra que hoje nós ainda fôssemos amigos, porque ele é ótima companhia, ele ri das piadas idiotas que eu faço, e ele me faz rir também. Ele tem o mesmo senso de humor, ele bebe, ele não se importa com a minha desclassificação, ele tem uma família linda, é amável (com todos, menos comigo...), é carinhoso e me faz bem.
Em breves linhas; ele é PHO-DA². Mas ele não sabe. Ninguém conta, hein. Segredo.