quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

pro pulsar


O que será que me dá?
Que me bole por dentro, será que me dá?
Que brota à flor da pele, será que me dá?
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita...

O que será, que será
Que dá dentro da gente e que não devia?
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá?
Que me queima por dentro, será que será?
Que me perturba o sono, será que me dá?
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo

O que será, que será
Que andam suspirando pelas alcovas?
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...

O que será, que será
Que vive nas idéias desses amantes?
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...

Será que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...

O que será, que será
Que todos os avisos não vão evitar?
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

pras desculpas

me desculpa esse mal jeito?



pode ser medo, pode ser um milhão de coisas babacas que nem eu mesma conseguiria explicar em mil anos. pode ser qualquer coisa que agrade ou não.

só sei dizer agora que sinto falta do brilho que tinha os seus olhos quando me via e que agora, por culpa minha, tem se dispersado... sinto falta do seu abraço me procurando sem medo que eu exploda ou feche o tempo. está tudo complicado pra mim, bagunçado, sem saber se construo ou não fica tão esquisito...

meu bem, o meu lugar continua sendo onde você quiser que ele seja. e eu ainda não quero o que a cabeça pensa, quero o que a alma deseja.

me dá tempo de eu mostrar que é isso?

cada vez que você correr e for rodopiar de cartola, eu vou contigo. e rodopio com você no espaço por um sem-tempo como fazemos quando nos jogamos no chão. é isso que eu amo. é disso que eu tô falando. do seu desprendimento, da sua infantilidade, da nossa alegria e da nossa vida um no outro, do seu sorriso que ilumina minha vida, da sua voz de som alto que me faz a princesa mais sortuda de todos os reinos.

meu bem, me desculpe...
vamos passar por cima disso?
não solta a minha mão?

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

pro meu ascendente

quantas vidas foram precisas pra te encontrar assim?


de falar alto, de ser escândalo e nada de brisa, embora a brisa agrade aos dois.

é tempestade, e, ah, como me agrada a tempestade! que falta fazia você, mesmo que você não existisse.

de diversas coisas lindas que vieram, que houve, que li, estava você como um conto diferente, algo que não há língua capaz de traduzir.



de repensar posteridade, isso realmente não tem precedentes. é inauguração de fogo, de explosão que irrita tanto quando vai embora e que tira a calma, e quem foi que disse que eu queria calma?

eu nunca quis calma. eu tive mas algo faltava. faltava o grito, faltava o teatro, e veio você de peça de estréia, minha paz bonita. como se a paz fosse em parte dependente da tua voz cantando aqui, do teu violão louco e gritante, que me desconcerta, que me faz olhar e admirar pra sempre, porque admiração não tem tempo, como não tem tempo o seu ser em mim.




eu cuido, e você cuida, eu vejo. eu te vejo em mim e te olho pra mim, como um espelho e tanto nas boas maneiras como nas falhas - tantas falhas nós temos, e elas são lindas como são todas as imperfeições.

dizer 'eu te amo' não devia ser um problema.

pra gente não foi. foi de alto de pedra, de salto de lost, de pulso tão firme e tão grito e tão alto que, se fosse pulo, seria morte.

e medo eu não tenho - tento não ter - nenhum.

pula todas as músicas comigo, pulo todas com você segurando minha cintura. prometo a cintura, prometo pular, prometo ainda que as promessas sejam do agora e possam ser nada depois. não me importa. me importa só que sou aqui. sou agora, sou que nem você. assusta, né? você não tem medo de nada... eu tenho mas finjo que não tenho e toco com você.

me ama todo dia que eu hei de amar você cada dia, dia a dia, pratododia.


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

aos meninos

Vou pro campo, no campo tem flores, as flores tem mel
Mas à noitinha estrelas no céu, no céu
O céu da boca da onça é escuro
Não cometa, não cometa, não cometa furo
Pimenta malagueta não é pimentão, tão, tão
Vou pro campo acampar no mato, no mato tem pato
Gato, carrapato, canto de cachoeira
Dentro d'água pedrinhas redondas
Quem não sabe nadar não caia nessa onda
Que a cachoeira é funda e afunda
Não sou tanajura mas eu crio asas
Com os vaga-lumes eu quero voar, voar
O céu estrelado hoje é minha casa
Fica mais bonita quando tem luar, luar
Quero acordar com os passarinhos
Cantar uma canção com o sabiá
Dizem que verrugas são estrelas que a gente aponta
Que a gente conta antes de dormir, dormir
Eu tenho contado mas não tem nascido
Isso é história de nariz crescido
Deixe de mentir , mentir
Os sete anões pequeninos, sete corações de meninos
E a alma leve, leve, leve
São folhas e flores ao vento, o sorriso e o sentimento
Da Branca de Neve, Neve, Neve

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

do pouco humano

Porque na rua ninguém mais se encontra: se esbarra
Ninguém mais se olha: se encara
Ninguém mais se ama: se amarra
Pra ser feliz, ninguém mais se joga: se agarra

terça-feira, 24 de setembro de 2013

do movimento


a velocidade dos dias tem espantado, e como nosso corpo e nossa mente e nossa alma e nossa vida respondem às mudanças.

desde praias belas com amizades duma sinceridade impagável, até sorrisos que ofereci e decidi fazer deles amor, de amor contido mas sincero.
desde incômodos profundos até eles próprios, tempos depois, que se manifestam como perdas de chão às vezes, e não entender isso é ainda mais cruel comigo porque temo sair correndo léguas na frente pra nem correr o risco de cair.
desde músicas novas até descobertas de que belchior é o que mais me emociona dentre tudo que há de música na terra e que tenho agora com quem compartilhar e cantar estrada afora.

desde estrada bela até a nunca chegada no destino feita em planos de outras novas, de sem-fim, de mar imenso, de igreja antiga, de ruínas bonitas e companhias que, se eu pudesse escolher, passava dez vidas curtindo e vivendo e rindo e sendo.


domingo, 4 de agosto de 2013

do pensamento



hoje e não só hoje meu pensamento foi praí, seja lá onde aí for hoje

foi pra dias coloridos

não os que foram, porque passado já fora assimilado e é parte do agora; os dias coloridos de outra dimensão

outras estradas, que não caminhamos nem apertamos sua mão na minha perna

outras cidades que não andamos juntos em busca de um prato com omelete

outras camas que não dormimos pra esperar o dia amanhecer em lugar de minas

minha mente já está sendo adestrada, não tenho sido tão rude na exigência comigo mesma, confesso. mas, por ora, pensei demais, demais, de olhos repletos, e quis por um momento que você estivesse aqui pra terminar o dia, e me abraçasse pra dormir, e detesto pretérito imperfeito.

ter passado nada foi imperfeito.

vou seguindo sempre adiante: nunca volto, eu sou mesmo assim.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

do aprender


com uma fada, uma moça de filmes renascentistas e beleza enquadrada, como se saída duma história contada. de risada doce, de gestos certos e movimentos leves, caramba, como me ensinou sem querer só andando, só passando...

com olhares doces de países distantes, de moços com algo especial no silêncio e na tentativa, que não se vê na rua, que se encontra sem acaso e se pode extrair na doçura do sorriso, na arte de utilizar o espaço e sair dele apenas após deixá-lo alvo.

com uma sutileza de andar vagaroso, de falar macio, de carinho em tudo que diz e faz.

com o ser forte de presença, de energia solta ou concentrada, não deu pra saber ainda.

com o reencontro, com a descoberta de afinidades que vêm dum dentro tão íntimo, e pôde se mostrar, ah, que bom, que sorte ter me jogado sua corda, e que bom que ali do alto da torre, no eufemismo mais sutil que eu jamais construiria em palavras, eu também joguei as tranças de rapunzel e permitimo-nos conversas, sonhos, lembranças e risadas - sobretudo as risadas!

com alegrias de comentários puros e do saber que há homem-menino e mulher-menina, e que eles casam-se, bailarina e soldado de chumbo.

com o que incomoda, o que tolhe, o que nos faz ver aquilo que temos - afinal, fácil perceber que o que nos causa incômodo no outro nunca está no outro, mas sempre dentro de nós.

com o que destoa, a aceitar. aceitar o tempo, aceitar o equilíbrio, aceitar que muitas vezes se pode aprender pelo viés contrário.

com o outro, distinto, com a coragem de quem consegue abrir mão do que já foi e construir uma vida de andar, vida nova num momento em que a maioria de nós desistiria.

a respirar, a renunciar ao ego, à personalidade, à opinião.

com último sorriso bonito que colore a viagem de volta.


grata a cada ser ali que me pôde ensinar a viver, a ser uma família, com seus ônus e bônus. dias que são parte de mim dum jeito que jamais seria possível passar pra palavras. viver ao lado de pessoas, humanas, com tudo que se pode depreender do que é ser humano. ser humano é ser falho, passível de erros e repleto de acertos que dissolvem tudo. cada um de nós carregando nossa experiência em cada atitude - como se ver alguém cozinhar ou limpar o chão revelasse diversas histórias de seu livro e pudesse dizer muito sobre quem ele é.

se percebe o amor num lavar de pratos. se percebe o amor num café feito com cardamomo e canela. se percebe amor ao juntar comidas e fazer delas todas uma bela-outra-coisa. como se deve fazer na vida: juntar o que se tem e realizar, fazer brotar, dar cor, dar aroma, dar sabor.

no doar-se, dá pra notar que cortar um pepino ou morangos em quadradinhos, levar uma bandeja à mesa ou mexer um tacho de goiabada não são o que são, absolutamente. são oportunidades. dessa que se tem todo dia pra equilibrar nossa humanidade, deixar a essência vir à tona, essa essência que todos temos mas começamos a esquecer na hora do nascimento.

volto outra, com mais vida, com a soma de cada um de vocês, bonitos, ali na janela, desejando boa viagem, que foi boa, que está sendo boa, que não acaba. e agora pra onde for eu levo vocês no coração.

obrigada.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

just in case...

2809
eu amo você demais. caramba. acho que nem eu sabia o quanto.

to no interior do mundo. no meio do nada. onde to tem só eu e deus e deus e eu.

vi umas fotos nossas e pude ver claramente como tem eu em voce e como tem voce em mim.

me desculpe por qualquer idiotice minha. a qualquer tempo. é que sou humana e isso implica necessariamente em erros e babaquices. de todo modo, pra voce eu sempre fui o meu melhor. ainda que esse melhor nao pudesse corresponder a nada que você quisesse.

obrigada por ser minha princesa. por ter me visto de camiseta do nirvana, por ter pulado elástico, por ter ido comigo e com meu pai à galeria do rock, por ter me contado de fichário de frajola na mão que tinha dado o primeiro beijo lá no bloco 16 apto 42. obrigada pelas andanças e pelo vasinho na perna daquele dia de guitarra nas costas e vinho em lata.

eu amo você demais.

2308
minha linda

as flores todas são suas. e sempre serão.

não importa quantas coisas acontecerem nem quantos anos passarem, eu estarei sempre aqui - seja onde for o meu "aqui" - pra te ouvir, te falar, te amar de todo jeito.

você apareceu como uma cor forte e sem precedentes na minha vida, e eu te amo desde lá. obrigada por ser quem você é, com cada coisinha sua, cada trejeito que me faz ser sua fã, e te ver dançar e admirar, e te ver viver e sorrir.

cada vez que tiver dúvida, qualquer dúvida sobre quem você é, olhe pra dentro de você e seja exatamente assim como é você, minha flor, e sorria, porque está aí tua alma.

eu sei lá que raio de pessoa eu tenho sido pra te magoar, mas te peço apenas que tente entender meu jeito bobo e que saiba que te amo tanto, tanto, e que minha vida jamais seria como é se você não tivesse enfeitado todos os dias que tive desde fevereiro de 2005.

perdoa as falhas, porque elas existem e sempre vão existir. vou falhar com você ainda, eu suponho. porque a vida é tentativa: é acerto e erro, um depois do outro. sempre assim.

amo você dum tanto que nem eu e nem você imaginamos.

2609
você é linda cada vez que dá um sorriso sincero e diz que está feliz.

você é linda quando me acorda perplexa com a beleza toda do nascer do sol na ponte que nos leva a florianópolis.

você é linda cada vez que fotografa o mundo com seus olhos, e seus olhos, saiba, muito querem dizer para quem verdadeiramente quer te conhecer.

você é linda quando tem tanto de seu pai, mas mostra que tem mais de sua mãe. não que teu pai seja menos, mas é tua mãe que te guia, e que deve te guiar. é ela teu lado moça, menina, flor, linda que eu amo.

você é linda nas trilhas, no mar, na água, na redenção.

renda-se, minha flor de lírio. você viaja comigo mesmo quando estou cá no serrado e você está nalgum lugar aí, que eu nem sei.

3008
sou eu você. só tenho obrigadas...

1205
você chorando estragando meu vídeo de amor de índio.

você sendo meu amor de índio.

eu agradeço todo dia sem querer por você ter cruzado meu caminho. porque você sendo me ensinou muito mais que você falando. você é uma bela melodia, ainda que não seja um músico, ainda que não saiba uma nota sequer.

você andando no mato, você sentindo as pedras nos seus pés.

obrigada pelo choro na música.

obrigada pela vida, você.

ainda que eu te ache um idiota, eu te gosto. e todo amor deve vira um gostar leve, pra não tornar o mundo cruel demais.

eu nunca vou te dizer uma palavra sequer do que escrevi aqui.h

0105
obrigada por cada pedacinho de amor que eu consigo sentir mesmo quando só te imagino, porque nem preciso te ver. você me amou da melhor maneira que pôde, e ainda o faz, mesmo que eu agora esteja tão, tão longe. você sempre será o meu casal, o meu parceiro, minha amizade-com-amor inseparável.

1008
ah.. tem palavra nenhuma no mundo não. no mais, terei sempre seu amor guardado num lugar chamado OZ.

2108
minha alma-gêmea. lindo você, lindos nós. linda a minha juventude com você. sorte na vida te ter te reencontrado.

2501
não sei. só sei que foi assim... infelizmente eu me encantei babacamente por você e agradeço por saber que isso vai passar. e hoje foi o dia que escolhi pra fechar a porta.

2301
foi a música mais bonita.



sexta-feira, 5 de julho de 2013

do se arrepender pela metade



algumas situações nos fazem QUERER sentir arrependimento. afinal, não era pra ser assim. era pra ter tido mais NÃOS, mais força, menos entrega a algo que já se bem sabe falso e falho. 

o mais estranho é não sentir arrependimento absolutamente. 

seria bom se viesse o arrependimento, porque daí seria sinal de que sei quem sou, me conheço e continuo sendo do jeito que acho que sempre fui. mas, como já me disse uma princesa de flores, eu sou uma metamorfose que prefere ser assim do que ter aquele velha opinião...

mudança, será? de conseguir entender que nem tudo que se faz precisa dum motivo racional ou duma explicação que abarque o fato todo. 

de entendimento que não se pode não fazer algo pelo simples fato de que não se sabe o que é. porque se aprende nesses lapsos de mente. quando alguma emoção seja qual for te faz abrir mão de ser tão arredio, ou calculista, ou sério, ou certo, ou moral.

breve a loucura prum tão longo arrependimento

mentira.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

do bom proveito


certamente parte de que há de mais complicada na vida é saber, de fato, qual o valor de cada coisa.

o valor do nosso corpo, da nossa emoção, do nosso pensamento. talvez se descobríssemos o valor, atribuiríamos alguma qualidade....

a qualidade da mente, de certa maneira, influencia diretamente a qualidade da emoção e do físico - muito embora não determine.

o tempo não existe dessa forma dividida, em minutos, anos, segundos, milênios, como um objeto, ou um objetivo. mas é inegável que vivemos, ora, e que há deslize, há eventos. tempo é vida. dar metade do dia a uma atividade mecânica é desamar a vida. desgastar-se por anos em algo que não ensina nem agrega é desrespeitar e limitar as próprias experiências. o tempo/a vida e a maneira como ele é usado determina, sim, a qualidade de nossa mente, emoção e corpo, e nos proporciona uma gama determinada de experiências. 

de certa maneira, escolhemos as experiências pelas quais vamos passar. nossa mente recebe informações, as concatena, emaranha, enraíza de tal modo que nos desencadeia uma emoção condizente com a forma como recebemos tais informações. a chuva não é o que é - embora seja. ela é, mas é revista dentro de cada um que a sente. pode-se sentir chover e blasfemar, porém pode-se sentir chover e se alegrar, encarando isso como um fato imutável e aceitando que, naquela hora, deve-se dançar na chuva pra receber o sol quando voltar. bom, o importante é a compreensão leve de que determinamos muitas das situações que nos acometem. vibramos energias, sensações, que atraem fatos naquela frequência.

daí já parece mais claro o quadro: o caminho que escolhemos nos faz restringir as experiências. claro que, se algo for realmente necessário ser vivido, o Universo dará um jeito de trazer a nós. mas, se restringirmos muito nossa vida, certamente será bem mais complicado adquirir experiência.

pensei por esses dias como é a realidade paralela em que eu ainda trabalho no banco, ou que segui como secretária de executivo babão. como sou lá? será que sou feliz? talvez seja, sim, de felicidade aparente, daquelas que finge tão bem que chega a fingir que é a dor a dor que deveras sente. talvez viva num mundo de aparência sem saber, talvez esteja com véu lá. talvez tenha percebido só um pouquinho depois... mas tem uma realidade em que eu li, escrito na estante de caneta preta, que a vida estava pra cá da internet e lá mesmo abri os olhos e passei a viver. 

e se eu tivesse feito outras escolhas? a história não é feita de 'se', ela é o que é, foi o que foi e pronto. aceito. mas não me furto a ter lapsos de de pergunta besta e de visualizar uma bruna ao longe, de chapéu de ponta, à la machado. 

se hoje trabalhasse num banco ou numa empresa, reduziria minha possibilidade de andar absurdamente. não teria as melhores viagens, as melhores andanças, o tombo na cachoeira, a noite mal dormida, o sono na praia, as praias e tantas praias, os mercadinhos, os encontros fortuitos [que de fortuitos não têm nada nunca], as pessoas mil que tornaram um dia mais bonito, uma paisagem mais festiva. pessoas que só cruzaram 10 minutos meus, contaram uma história que me lembro como se fosse a minha própria vida, de tanto que ensinou. 

ser viajante pode ser um sonho utópico, pode ser tipicamente irresponsável e inconsequentemente infantil. mas tenho notado que sou sonhadora, utópica, irresponsável, inconsequente e infantil. uma maçã e uma garrafa de água na bolsa, uma estrada nos pés: parece que isso que me basta. uma noite de sono pode ser dormida em qualquer canto, ela é uma noite, afinal. os caminhos, são tantos, eles precisam ser percorridos, e eu tenho pressa, pressa de viver! ter pressa não é passar rápido, nessa pressa que se vê de chegar n'algum lugar: é pressa no sentido de não perder segundos - embora eles não existam -, fazer as experiências virem, em outros céus, em outros solos, pra lá, sem parar, sem fim.


terça-feira, 2 de julho de 2013

do tempo


quando nos damos conta de que o tempo não existe, parece tão óbvio que dá até aquela sensação: "caramba, como não descobri isso antes?"

costuma-se olhar pro passado e ver um "eu" com outras roupas, outros amigos, outra estrada sendo percorrida. outra face, outro corpo. aquilo vira um ente, algo em si, sendo que basta observar um pé-de-planta pra se dar conta de que a semente não existe em lugar nenhum do passado: ela está ali, no presente, como planta. como o que é. porque não existe linha do tempo. existe o que existe. existe o rosto que se vê, o corpo que se tem, a luz do dia ou da lua, o que está.

talvez se há um ano eu soubesse disso não teria pedido pro mundo acabar pra eu poder sair de onde estava.  mas teve de ser da maneira como foi. pra que houvesse depois a compreensão. mas 'antes', 'depois', tem isso não!

toda e qualquer preocupação reside no 'antes' ou no 'depois'. se me perguntar: "AGORA, que problema eu tenho? que preocupação tenho?", é fácil perceber que  provavelmente não há questão nenhuma pra ser remoída no momento presente. se há, tem de agir ao invés de pensar! afinal, há só dois tipos de situações na vida: as que dependem de nós e as que não dependem de nós; estas, por não dependerem de nós, devem ser deixadas de lado a cargo de quem possa resolvê-las; já aquelas, sobre as quais devemos e podemos agir, basta agir, sem preocupações, sem gasto inútil de energia da mente.

é que temos essa impressão de que na mente se pode resolver as questões. dái vamos, voltamos, fazemos conjecturas, estabelecemos diálogos fictícios, lembramos e relembramos o que já foi. e não vai resolver nada...

não tem tempo não. 

e, pras escolhas, cada uma criaria uma realidade. e na verdade cada passo é uma escolha. poderíamos ter feito outro caminho, ter demorado um segundo a mais ou a menos pra virar à esquerda, o que determinaria se um teto desabaria na nossa cabeça ou não. sempre lembro do sorveteiro que passou embaixo do toldo da farmácia bem na hora que ele resolveu cair. era pra ser, será? de certo modo estranho, alguma escolha feita naquela manhã definiu a morte dele. será que ele levantou no exato momento que a mulher o chamou? será que ele tomou o café que ela fez com carinho pra ele ou, por estar um pouco atrasado, resolveu sair sem agradá-la (só uma mulher entende o quão prazeroso é alguém tomar nosso café! é um dos melhores presentes que se pode dar!)? o que será que o fez decidir ir vender sorvete na av. do rio pequeno? ou ali era caminho pra ele ir pra outro canto? nunca vou saber. e também não adiantaria muita coisa... cada realidade que poderíamos ter criado existe em algum canto do mundo das idéias. e, lá, talvez eu esteja morta, talvez eu tenha seguido alguma carreira glamourosa e não seja feliz. talvez eu nem exista. talvez eu seja uma borboleta...

era uma vez um sábio chinês que um dia sonhou que era uma borboleta, voando nos campos, pousando nas flores, vivendo assim um lindo sonho.
até que um dia acordou e pro resto da vida uma dúvida lhe acompanhou: se ele era um sábio chinês que sonhou que era uma borboleta, ou se era uma borboleta sonhando que era um sábio chinês.

para aquele homem que faz depender de si mesmo todas as coisas que conduzem à felicidade, ou disso se aproxima, e não fica na dependência de outros homens, cuja boa ou má fortuna forçaria também a sua própria sorte a oscilar, para ele a vida está disposta da melhor maneira possível. esse é o homem temperante, esse é o homem corajoso e prudente. esse homem, quando lhe sobrevierem riquezas e filhos e quando ele os perder, mais confiará no provérbio; e, por confiar em si mesmo, nem alegre nem aflito em demasia ele se mostrará.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

walden, ou a vida nos bosques 5



Aprendi que o viajante mais rápido [e que mais bem vive] é o que vai a pé.

Costumo pensar que os homens não são os pastores dos rebanhos e sim os rebanhos são os pastores dos homens, pois são muito mais livres. Homens e bois trocam serviços; mas se considerarmos apenas o serviço necessário, veremos que os bois levam grande vantagem, pois a terra deles é muito maior.

Certamente nenhuma nação que vivesse com simplicidade em todos os aspectos, ou seja, nenhuma nação de filósofos, cometeria a asneira tão grande de usar o trabalho animal.

Muito mais admirável é o Bhagavd-Gita do que todas as ruínas do Oriente! Torres e templos são luxos de príncipes. Um espírito simples e independente não trabalha sob as ordens de príncipe algum. O gênio não é criado de nenhum imperador, e seu material não é o ouro, a prata ou o mármore, exceto a um ínfimo grau. 

As nações são possuídas por uma ambição insana de perpetuar a própria memória pela quantidade de pedra malhada que deixam. E se dedicassem igual esforço para alisar e polir suas maneiras? Uma pequena obra de bom senso seria mais memorável do que um monumento da altura dos céus.

A maior parte das pedras de uma nação se destina apenas à sua tumba. Ela se enterra viva.

Muita gente está interessada nos monumentos do Ocidente e do Oriente - querendo saber quem os construiu. De minha parte, eu queria saber quem, naquela época, não os construiu - quem estava acima dessas miudezas.

Aprendi (...) que dá incrivelmente pouco trabalho obter o alimento necessário para viver (...); que um homem pode ter uma dieta simples como a dos animais, e manter a força e a saúde.

E, por favor, me digam o que mais pode desejar um homem sensato, em tempos de paz, num almoço normal, do que uma quantidade suficiente de espigas de milho verde cozidas com sal? (...) E no entanto os homens chegaram a tal ponto que muitas vezes passam fome, não por falta do necessário, mas por falta do luxo.


sexta-feira, 21 de junho de 2013

pra quem não sabe que é


Meu bem, guarde uma frase pra mim dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja no seu copo, no seu colo e nesse bar
Meu bem, o meu lugar é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa: eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde, eu quero o corpo, tenho pressa de viver!
Mas quando você me amar, me abrace e me beije bem devagar
Que é para eu ter tempo, tempo de me apaixonar

Sim, já é outra viagem e o meu coração selvagem tem essa pressa de viver
Meu bem, mas quando a vida nos violentar, pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida: "Vida, pisa devagar. Meu coração, cuidado, é frágil;
Meu coração é como vidro, como um beijo de novela"

Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo, vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem, alguma curva no caminho, algum punhal de amor traído completará o meu destino.
Meu bem, vem viver comigo, vem correr perigo
Vem morrer comigo, meu bem...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

da verdade



por que me sinto bem ferindo os outros - geralmente quem mais gosto, e com quem eu mais me importo?

por que vivo fingindo que nada me atinge e, ao menor sinal de palavras mal utilizadas e pessoas hipócritas, me despedaço?

por que finjo tão bem, como um poeta, e seguro essa barra toda com gosto de fel? é preciso isso?

resolvi fuxicar na verdade.

descobri que sou um poço absurdo de grosseria. de falta de tato. de tudo que aponto no mundo,

descobri que morro de medo de tudo. tenho medo de ser agradável, por isso sou detestável. imponho meu prazo de validade aos outros por ser medrosa.

descobri que minto horrores. minto pra mim mesma o tempo inteiro. nunca vivo uma verdade porque me escondo por trás de jogos e máscaras.

descobri também que recebo tudo isso na mesma medida.

há uma lei só. ela é clara. o que emanamos, atraímos. simples. simples até demais. se fazemos da vida bela em palavras, ela será bela em tudo o mais. no entanto, se fazemos dela puro fingimento, será tudo sempre assim, falso.

gostaria mesmo de poder deixar certas coisas claras mas, repito, medo. fraqueza, covardia, isso tudo aí. e como agora estou ficando velha e louca, pode ser que angarie fundos do fundo de mim pra começar a ser sincera mesmo sem medo de ser feliz - ou ridícula. 

tenho muito pra aprender. começo agora. mas sem remexer velhas verdades. deixe elas pra trás. o segredo agora é só não começar nenhuma mentira nova.

às vezes é sua inimiga a verdade
às vezes é sua aliada a mentira
por onde será que é mais curto o caminho?
qual deles mais sobe?
qual deles mais desce?

o dom da mentira, o som da verdade
a lábia do sábio, a arma do rude
são Deus e o Diabo unidos na prece

segunda-feira, 17 de junho de 2013

de viajar


o encanto se foi, mas eu digo acreditar no bem, na revolução, no amor, no pé-na-estrada, no zen
minha vida é um trem indo embora, trens, estradas, cidades que a você já não empolgam, meu bem
a sua alma adoece no rio ou no nepal
o seu mal nenhuma certeza, o meu mal é certeza total

tenho o dom de viver em qualquer lugar, mesmo quando o medo vem, mesmo quando uma noite é fria
mas o frio, ele é fácil de se espantar
os deuses sabem que a estrada ainda é uma farra
e, depois, o trovão não assusta alguém com essa marra de ser do tipo de cigarra que canta na chuva

domingo, 16 de junho de 2013

o lobo da estepe



"Com o nosso Lobo da Estepe, sucedia que, em sua consciência, viva ora como lobo, ora como homem, como acontece aliás com todos os seres mistos. Ocorre, entretanto, que quando vivia como lobo, o homem nele permanecia como espectador, sempre à espera de interferir e condenar, e quando vivia como homem, o lobo procedia de maneira semelhante. Por exemplo, se Harry, como homem, tivesse um pensamento belo, experimentasse uma sensação nobre e delicada, ou praticasse uma das chamadas boas ações, então o lobo, em seu interior, arreganhava os dentes e ria e mostrava-lhe com marga ironia o quão ridícula era aquela nobre encenação aos seus olhos de fera, aos olhos de um lobo que sabia muito bem em seu coração o que lhe convinha, ou seja caminhar sozinho nas estepes, beber sangue vez por outra ou perseguir alguma loba. Toda ação humana parecia, pois, aos olhos do lobo horrivelmente absurda e despropositada, estúpida e vã. Mas sucedia exatamente o mesmo quando Harry sentia e se comportava como lobo, quando arreganhava os dentes aos outros, quando sentia ódio e inimizade pelos seres humanos e seus mentirosos e degenerados hábitos e costumes. Precisamente aí era que a parte humana existente nele se punha a espreitar o lobo, chamava-o de besta e de fera e o lançava a perder, amargurando-lhe toda a satisfação de sua saudável e simples natureza lupina.

Não se pode negar que fosse, em geral, muito infeliz, e podia também fazer os outros infelizes, especialmente quando os queria ou era por eles estimado. Pois todos os que com ele se deram viram apenas uma das parte de seu ser. Muitos o estimaram por ser uma pessoa inteligente, refinada e arguta, e mostraram-se horrorizados e desapontados quando descobriram o lobo que morava nele. E assim tinha de ser, pois Harry, como toda pessoa sensível, queria ser amado como um todo e, portanto, era exatamente com aqueles cujo amor lhe era mais precioso que ele não podia de maneira alguma encobrir ou perjurar o lobo. Havia outros, todavia, que amavam nele exatamente o lobo, o livre, o selvagem, o indômito, o perigoso e o forte, e estes achavam profundamente decepcionante e deplorável quando o selvagem e perverso se transformava em homem, e mostrava anseios de bondade e refinamento, gostava de ouvir Mozart, de ler poesia e acalentar ideais humanos. Em geral, estes se mostravam mais desapontados e irritados do que os outros, e dessa forma o Lobo da Estepe levava sua própria natureza dual e discordante aos destinos alheios toda vez que entrava em contato com as pessoas.

O Lobo da Estepe perecia por sua própria independência. Havia alcançado sua meta, seria sempre independente, ninguém haveria de mandar nele, jamais faria algo para ser agradável aos outros. Só e livre, decidia sobre seus atos e omissões. Pois todo homem forte alcança indefectivelmente o que um verdadeiro impulso lhe ordena buscar. Mas em meio à liberdade alcançada Harry compreendia de súbito que essa liberdade era a morte, que estava só, que o mundo o deixara em paz de uma inquietante maneira, que ninguém mais se importava com ele, nem ele próprio, e que se afogava aos poucos numa atmosfera cada vez mais tênue de falta de relações e de isolamento. Havia chegado ao momento em que a solidão e a independência já não eram seu objetivo e seu anseio, antes sua condenação e sentença. O maravilhoso desejo fora realizado e já não era possível voltar atrás e de nada valia agora abrir os braços cheio de boa vontade e nostalgia, disposto à fraternidade e à vida social. Tinham-no agora deixado só. Não que fosse motivo de ódio e de repugnância. Pelo contrário, tinha muitos amigos. Um grande número de pessoas o apreciava. Mas tudo não passava de simpatia e cordialidade; recebia convites, presentes, cartas gentis, mas ninguém vinha até ele, ninguém estava disposto nem era capaz de compartilhar de sua vida. Agora rodeava-o a atmosfera do solitário, uma atmosfera serena da qual fugia o mundo em seu redor, deixando-o incapaz de relacionar-se, uma atmosfera contra a qual não podia prevalecer nem a vontade nem o ardente desejo. Esta era uma das características mais significativas de sua vida."

HESSE, Hermann. O Lobo da Estepe.


Acho que me ajuda a compreender várias coisas...

da mentira

parece que na verdade a gente vive num impasse entre a verdade e a mentira. toda hora tem que escolher se vai ser sincero ou falso.

com os outros? a mentira pro outro varia de acordo com a mentira que se conta pra si mesmo. e após cada mentira que contamos para nós, precisamos sustentar mais mil pro mundo lá fora. 

mestra em mentir pra mim, tenho que fingir que não gosto, fingir que não quero, fingir que tá tudo bem. depois de contar essas lorotas pra mim mesma, o segundo passo é convencer os arredores disso. entra então o rosto, o gesto, a fala, a palavra escolhida, tudo pra passar a certeza de que, realmente, não se sente nada, se aceita bem, se toca a vida pra frente sem nenhum arranhão sequer.

agora eu falaria sobre o que realmente é, mas não o faço por medo de descobrir o que tem aqui.

só que pode pegar cada palavra, gesto, rosto e palavra e trocar pelo oposto, pode até florear porque acho que é bem isso daí...



  • Bruno Jardim Do bem e do mal
    Todos tem seu encanto: os santos e os corruptos.
    Não há coisa na vida inteiramente má.
    Tu dizes que a verdade produz frutos...
    Já viste as flores que a mentira dá?
  • Bruna Camara mentir às vezes faz sentir um vazio, sabe? mas ser sincero pode ser ridículo, então prefiro assim...
  • Bruno Jardim eu já tomei no cu uma vez por mentir para alguém que não merecia. mentir não, omitir. de qualquer forma, a omissão quando tem por fim evitar a verdade torna-se por si só tão mentirosa quanto. a questão é a consciência, sabe? gosto de ter a minha tranquila, magoe quem for.
  • Bruna Camara mentir dói. corrói. mas às vezes sinto que se eu não mentir pra mim farei papel daquilo que sou: uma ridícula. então prefiro distorcer o que eu mesma sinto... caramba, como sou imatura e imperfeita, HAHAHAHAHA! viva a criancice...
  • Bruno Jardim Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.
  • Bruna Camara Ousa dizer a verdade: nunca vale a pena mentir. Um erro que precise de uma mentira acaba por precisar de duas.
  • Bruno Jardim As grandes massas cairão mais facilmente numa grande mentira do que numa mentirinha.
  • Bruna Camara Há uma inocência na mentira que é o sinal da boa fé numa causa.
  • Bruno Jardim a verdade e a mentira são construções que decorrem da vida no rebanho e da linguagem que lhe corresponde. O homem do rebanho chama de verdade aquilo que o conserva no rebanho e chama de mentira aquilo que o ameaça ou exclui do rebanho. (...)Portanto, em primeiro lugar, a verdade é a verdade do rebanho.
  • Bruna Camara A mentira deriva, em geral, do medo injustificado.
  • Bruna Camara Mentir é maldade absoluta. Não é possível mentir pouco ou muito; quem mente, mente. A mentira é a própria face do demônio.
  • Bruna Camara Quando as pessoas falam de forma muito elaborada e sofisticada, ou querem contar uma mentira, ou querem admirar a si mesmas. Ninguém deve acreditar em tais pessoas. A fala boa é sempre clara, inteligente e compreendida por todos.
  • Bruno Jardim Se alguém mente sobre você, faça o contrário para que ele se passe por mentiroso.
  • Bruna Camara As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades.
  • Bruna Camara É difícil acreditar que um homem está a dizer a verdade quando você sabe que mentiria se estivesse no lugar dele.
  • Bruno Jardim O homem sábio sempre evita dizer a verdade quando ela possa parecer mentira, a fim de não ser injustamente tido por mentiroso.
  • Bruna Camara O orgulho é igual à humildade: é sempre mentira.
  • Bruno Jardim Quando se convive muito com a mentira, ficamos propícios a desconfiar da realidade.