terça-feira, 31 de janeiro de 2012

das coisas que me ensina

ah, minha paz, me ensina a te ver cada vez com olhos mais infantis - embora às vezes eu diga o contrário, embora em horas de mágoa o coração fique quietinho e não diga o quanto ama.

me ensina a compartilhar, a querer compartilhar ainda mais, a acordar cedo pra fazer café e ficar junto os minutos que temos - que são infindos quando neles estamos!

me ensina, com placidez, que é mesmo melhor a tranquilidade do coração, a calmaria sem angústia, o desejar o bem simplesmente porque se gosta dum tanto imensurável.

me ensina que há tantos caminhos pra percorrer que não há que se ter pressa: a vida está aí, se apresenta a cada nova manhã, a cada nova noite, e a nós cabe recebê-la, vivê-la, sempre juntos, em corpos ou em corações.

beleza dos meus dias, me ensina a caminhar viva, e garante ainda que eu acorde todos os dias pensando, rememorando, desejando, estando contigo.

me ensina, sobretudo, porque te vejo criança, te quero criança, não quero mutismo ou um viver blasé. te gosto leve, como você sabe ser e é, em verdade, bem sei. te vejo belo, como uma paisagem dum lugar onde é possível acordar todas as manhãs e em todas se sentir vivo, sem nunca querer estar em outro lugar.

não desisto. nem mesmo quando a mente tenta fazer ruir. isso porque, como me disse certa vez, a razão às vezes engana a gente, dá uns pensamentos "lógicos" que em nada agrada o coração. e agora sou só alma humana pra você e com você. só duas almas humanas.

almas que se entrelaçaram em lindos dias, toques, carinhos, lábios, corpos, palavras, desentendimentos, e re-entendimentos, readequações necessárias para que se consiga um entrelaço desse que se fez. e é a vontade mais terna do mundo essa que tenho de manter minhas mãos juntas às suas pra eternidade que fizermos ser.


me dá a mão?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

a vida em três atos

material/físico - concerne ao que é aparentemente agradável, possui um incrível poder de realizar o ego. aquisição material que se quis por muito tempo, desejo latente que se tem por alguém. dá sensação forte de realização completa, mas logo se esvai, caso não alinhada a outros fatores. muitas vezes, ainda que saibamos que um prazer nosso tem apenas escopo material, continuamos atrelados ao ciclo existente por motivos outros, não passíveis de julgamento alheio, mas minimamente questionáveis.

sentimental/emocional - quando esse aspecto aflora, geralmente vem associado ao plano material. paixões propriamente são fruto deste aspecto, sobretudo. entenda-se por paixão não apenas aquela direcionada a outro ser humano: há paixão por objetos de diversas naturezas. o sintoma é sempre semelhante, e move uma energia grande dentro de nós.

racional/mental - traça linhas lógicas, movimenta o ânimo intelectual. cria ligações, estabelece vínculos entre razões semelhantes, que associam os mesmos atos, têm reações parecidas diante das mesmas ações. quando alguém ou algo nos toca a razão, temos um sentimento bom, terno de que estamos seguindo a trilha certa, que agrada ao nosso ser pensante.

se apenas no plano físico, tem-se riscos de vazio constante, mesmo que por vezes, em raros momentos, o sentido nos engane em roupagem de felicidade.

se apenas no sentimental, há falta clara de relações lógicas e cria-se vínculos que, ainda que pareçam fortes, são frágeis e temperamentais.

se apenas no plano racional, tem-se frieza, crueza, dum tanto que por vezes se torna chata a convivência, por mais que haja produção intelectual quando junto.

fica fácil entender que há que se ter os três aspectos alinhados para que se tenha uma interação válida. nada além, nada aquém.

desse modo - e apenas desse modo - se poderá ter na vida algo que vale a pena de fato. eu, pessoalmente, costumo perder pouco tempo me dedicando ao que está faltando um pedaço.

"Fui atrás do amor definitivo
Nem tão enfadonho nem tão vivo
Desses que no ritmo não tem defeito algum
Nunca antes da hora, nem também depois da hora
Não avança, não demora
Nunca joga tempo fora e ainda aproveita o que sobrou
Nada além, nada aquém
Amor na medida, que cuida da vida
Que cuida da gente, que dá acolhida
Que não sai na frente
Que não intimida ninguém
Amor desse jeito, amor tão perfeito
Amor assim não tem mais nem no estoque
"

é. tem mesmo não.

domingo, 22 de janeiro de 2012

e agora?


já uns dias que eu tava numa nuvem estranha de pensar: "será?"

talvez eu já tenha a resposta. como tudo que nos cai como um estalo, já era movimento antes, já estava revelado mas não com essa roupagem nova de certeza.

estradinhas dessas que a gente vê, se interessa e sobe pra ver onde é que dá. a estrada é linda, é idílica, me faz querer parar pra admirar, e eu paro, inclusive. curto, me delicio, me admiro... mas continua e continua e continua e não parece que tem um destino. e aí, a essa altura, já começa a entardecer, e eu tenho de voltar porque ficar aqui no escuro não dá. então, mesmo que a estrada de fato não tenha me conduzido a um destino dado, me aventurei, vi céus, conheci vida e isso basta. mas seria loucura continuar na estrada quando já vi que não é aquele o caminho pra nenhum lugar que eu queria chegar.

mais uma vez, uma daquelas epifanias da vida, uma das catarses que experimentamos, me diz: para. para porque agora as cartas já estão lançadas...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

185 dias de pensar em você


desde a vista primeira, e agora já tão parte do meu coração...

foi chegando, sorrateiro.

não dá pra explicar o que faz sentir quando fica horas ao lado, sem fim, sentindo, olhando... te gosto por tantos motivos - e ao mesmo tempo sem motivo algum, como se fosse o que tem de ser e só. dum gostar que corre por dentro de mim, transborda nas palavras que te digo, no café que tomamos juntos, nas viagens repentinas pra qualquer lugar, nas conversas à noite à meia luz com aroma de paranapiacaba.

de te ver, dá vontade de criar arco-íris no céu, de esperar o pôr-do-sol contigo num gramado de outra cidade, de se embrenhar na mata pra procurar cachoeiras belas.

caramba, o tempo passa assim, voa, e traz só boas lembranças, oportunidades de construir só lindos dias com carinhos e afetos, mais vontade ainda, sinceridade, cuidar, discutir horas e horas e depois mudar, gostar mais, cuidar mais, aprender a ser menos intransigente, menos racional e técnica.

bem meu, o 'nós' me ajuda a viver sim, me desperta o melhor que existe aqui, e também nos vejo em paz.

compartilhar, sentir, caminhar, gostar de você. me garante sol constante, cores lindas, bons sentidos.

parabéns para nós!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

cadê?


bom que dá pra disfarçar, mas me senti bem sozinha. senti que na hora que preciso bastante, tô sem. claro, fato é que é uma tendência, sobretudo hoje em dia, que se passe seus próprios interesses na frente.

mas por que não mudou de idéia?

passou no pensamento que talvez ali fosse preciso, querido, necessário se manter do lado?

não passou. ou passou, mas como brisa leve... e se foi. não demonstrar é possível, alcançável, mas não sentir...

o processo de queda agora passa por mim.

domingo, 15 de janeiro de 2012

fallin' down


eu sinto um processo de declínio começando. sinto força esmorecer - mas não em mim. só escrevo porque sinto, mas fato é que pode ser só um sentido mal interpretado.

sabe a história da ascensão, apogeu e queda? até então era claro que eu me sentia sempre no auge, e não era possível visualizá-lo num ponto no passado, posto que eu estava sempre nele, presente, atuante. o auge era o AGORA. e agora? agora não. agora eu olho prá trás e vejo o auge ali, tão perto, mas passado...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

pros dias de dizer não


acredito que se deve procurar apenas dias bons e palavras belas. aí, quando não se pode oferecer isso ao outro, qual a atitude mais digna a tomar?
pode-se simplesmente ficar só, na ausência de vontade de compartilhar. tão simples... o outro não tem de nos fazer companhia pura e simplesmente. talvez eu é que não seja assim, tão magnânima. mas perder tempo de vida num nada contínuo não está nos meus planos. pra quem pretende me ver, me visitar, passar um tempo mínimo que seja comigo, tenha disponível para o mundo sorrisos, alegria, vida, abraços. de outro modo, não quero, seria melhor ter ido ver o filme do Pelé...

nada disso significa que não saiba estar ao lado em momentos de dor. isso é virtude, adquirida ou já nascida-espontânea. não é difícil - ainda mais quando se tem sentimento por alguém. a dor compartilhada se dissolve, em abraços e palavras ou simplesmente silêncio... mas não se trata disso o desabafo. se trata de ausência, mudez. o velho problema da mudez... quando se sabe de uma tristeza do outro, aí se pode ajudar, compartilhar, ainda que essa ajuda seja de fato ficar quieto e do lado. mas, frente a um silêncio sem motivo aparente e uma falta de vontade de compartilhar, aí sim, não suporto e nem faço questão alguma de suportar.
e algumas coisas nos fazem ver com uma clareza de água cristalina o que realmente NÃO queremos. o que queremos, ora, isso vai se formando ao longo do tempo, há a chance ainda de nunca sabermos... mas o que NÃO queremos está claro, à frente. não quero dias ruins, não quero horas perdidas, não quero ter de arcar com falta de carinho dos outros. é pedir muito só querer bons dias com quem se gosta? nunca havia passado por coisa parecida, e isso só me faz ter a certeza de que não precisa ser assim! se for só pra piorar meu dia, por favor, que cada um limite-se a não aparecer... ninguém deve se dispor do direito de borrar o sorriso do outro.
morar sozinha me faz simplesmente não ter paciência pra aguentar qualquer um que seja vir e se ausentar. já que temos cada um sua casa, seu canto, pra quê raios compartilhar silêncio? não quero, e bato o pé. silêncio e incapacidade de abraço a gente curte só, espera passar e, pro outro, oferece só o MELHOR de nós.
entende? só quero o MELHOR. se é isso que ofereço, é isso que me apraz receber.

*pois que vire contra mim o argumento, tente me mostrar o quão errada estou, o quanto devo eu mudar. faça o que for, mas faça o favor: desapareça até que consiga ser agradável.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

pros dias de se desentender


vira e mexe, aparece um motivo pra gente ver o quanto somos diferentes um do outro, a despeito da proximidade, e o quanto o 'outro' sempre será um mistério pra nós. bem nomeados os outros, quando na ilha não se sabia bem de onde vinham, pra quê estavam. o outro é um mistério indecifrável, e belo por ser bem assim. é aquele de quem não se sabe e nem se pode entender, embora se deva tentar e tentar e tentar à exaustão. as atitudes podem nos parecer incorretas, indignas, impróprias, pouco importa: são o que são! e não nos cabe julgar nem nada, afinal, fato é que o outro age diferente de nós porque É diferente de nós, oras! simples! e nós também sempre agimos acreditando estar no acerto, e o outro também. e nós não acertamos sempre, o outro também não. as falhas estão aí pra que aprendamos a admirá-las, vê-las com a beleza de um acerto, ou mais belas, já que tendem a ensinar com mais afinco do que o que é propriamente ajustado às nossas expectativas e às dos outros.
não esperar do outro a perfeição de atos e palavras é aceitar a si mesmo, conferir à sua existência e à dos outros o estado de movimentto, aprendiz, tentativa. ora, e o que mais seria nossa jornada senão a tentativa? tentar ser melhor, ser mais paciente, mais coerente, mais humano - no que se trata do essencial dentro de nós, do puro, incorrompido. a liberdade é justamente o que nos garante o aprendizado, o erro e o acerto na dose perfeita do equilíbrio, por ser busca, incessante e árdua.
eu aprendo com ele e com o nós, vou sentindo a cada sorriso ou a cada lágrima pós-desentendimento os corações se movimentando, "ora compartilhando, ora cedendo, ora doando". o crescimento vem daí, vem de saber aceitar o que ele diz, o que ele pensa, e aprender com isso, mudar se preciso - já que as mudanças atingem primeiro o coração, que faz querer e só daí então é que se racionaliza e, quando vemos, pronto: a mudança se instalou em nossas almas e somos outros, ainda os mesmos mas outros melhores!
enquanto eu implicar com ele, a paixão continua... então se prepara, amado meu, que você vai ficar grande tempo apaixonado! :)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

ao carinho maior do mundo


grata ao Universo por ter descoberto esse amor grande que eu descobri nesse pequenininho... nos olhares que me lança, nos botinhos que arma querendo brincar às 3 da manhã, nos carinhos que faz em mim, no bocejo mais gracioso, sobretudo na companhia, o tempo todo, ao lado.

o carinho que me oferece independe de quem eu sou, das minhas virtudes ou fraquezas. é esbanjador, transborda nos olhos do meu pequenino, nas patinhas quando me faz carinho, quando vem dormir em cima de mim e não sai por nada nesse mundo, e volta e retorna quantas vezes sentir que eu preciso - sim, porque não é ele quem precisa de carinho e conforto: sou eu. seria ingênuo crer no contrário. eu é que necessito consolo, na minha condição de humana. eu é que tenho questões a decifrar, a estudar, a decidir. ja ele precisa apenas continuar sendo, me cuidando do jeitinho que só ele é capaz de cuidar!

meu bichinho, minha fofurinha, ternura! é inexplicável o amor que ele é capaz de demonstrar - dum nível tal que ser humano nenhum consegue, mesmo tendo a fala, a razão, o pensamento. isso porque o que rege mesmo é o SENTIR, é a emoção, é o imediato. me faz muitas vezes pensar se realmente é vantagem pra nós sermos humanos. é tanta liberdade, vida, felicidade, carinho, bondade, é realmente muita coisa que, por vezes, é difícil pra nós exercer, assumir, sentir. e pra ele é tudo tão simples, porque ele simplesmente É! ao mesmo tempo que ele me faz sentir tão especial e incrível, faz ver também a pequenez diante da natureza, do que nos ronda, do que existe em turnos eternos e nasce renasce e faz valer sua grandeza a todo instante.

aí alberto caeiro faz sentido:

"O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar..."


Talvez se devesse chegar cada vez mais próximo dessa aceitação contemplativa, para que mais se pudesse respeitar o tempo, a liberdade, a vida fora de si, o que há fora de nós, que é sempre tão maior e sempre mais ensina do que qualquer lição que possa tentar tirar da sua própria interioridade...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

pedacinho de céu


tem lugar na Terra em que meu coração se renova, se sente pleno, sente amor de todos os cantos, respira calmo, tranquiliza... nesse lugar encantado, tem pessoas que amo, crianças puras, belezas incontáveis e tantas, cheiro de mato e de vida que desabrocha de verdade e pode ser sentida e compartilhada! aí está o meu canto, o céu perfeito que se faz todos os dias frente a mim, para banho e para contemplação.

num ano que se incia tão belo, com melhor companhia que há, com carinhos sinceros, olhares que enxergam pra além do que se vê, só posso agradecer ao Universo pela minha vida, pela minha inteireza, pela perfeição dos momentos que chegam e são desvendados, vividos, postos à frente para que eu encare e siga! Ah, como sou grata por trilhar esse caminho, misto de escolha e oportunidade, junção de razão e fato inevitável.

que se possa aprender, que se possa criar, produzir, amar em totalidade, expressar-se em querer, em devaneios, sonhos, ação, percepção, VIDA!

as escolhas serão sempre as corretas se bem souber olhar o entorno, e clamo pelo discernimento sempre, que se faça presente, guie os atos, as palavras, as dúvidas, enfim.