sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

os verdadeiros amigos, do peito, de fé, os melhores amigos


fato que não caço amigos nem os tenho aos baldes. e essa conduta é fruto de muito ter sido ingênua no passado...
só que os verdadeiros, pouquinhos, esses cá estão, e ficam, e são preservados a cada nova idéia, a cada novo passo conjunto. são poucos os que acordam às 3 e 20 da manhã pra ir dar rolê de trem pra chegar na praia, e são raros os que, ao serem largados no meio da mogi-bertioga a 420 km da balsa, caminham a passos largos sem perder o bom humor, num sol incrível, por saber que tudo se dá como tem de se dar...
caçar borboletas azuis, contemplar céus, conhecer crianças, fugir de cachorro, caçar geladinho, viver cada instante como se fosse o único dia de sol, tudo isso, só se faz com quem se ama, com quem se tem no coração, com pureza de amor incondicional, que pouco se importa com dissemelhanças eventuais e foca no que se tem pra admirar, gostar cada vez mais, e querer sempre ao lado!

e olha, é só a primeira aventura de muitas por vir, mesmo porque somos jovens ainda, jovens ainda, jovens ainda, e seremos até que se prove o contrário! porque, afinal, juventude é estado de espírito, é andar livre, é vestir flores e ter cores consigo! e nós temos tudo isso a nosso favor...

sábado, 17 de dezembro de 2011

viajar é preciso, é preciso...


imagina só, viver viajando... e sair conhecendo as cidadelas, as matas, as pedras altas, os riachos...
explorar a vida, a terra, os caminhos e as estradas. só a gente detém as rédeas do que será nosso fim-de-semana, nosso dia de semana, nosso ano, nossa VIDA. a gente constrói pedacinhos de histórias a cada vez que decide ir mais, se inserir na paisagem do mundo, beber de fontes novas e que nada tem de cidade natal, na teoria, mas na prática, quando nosso coração se assenta, se sente perdoense, montealegrense, são-tomeense, extremenese, inubiense... brasileiro, enfim. de qualquer canto que acolha nossa alma, nossa visão bela, coisa que aqui muitas vezes não se tem, nem se tem tempo pra ter...

a importância de sair de si, de casa, do costume, inovar, viver ares outros, é grande demais, e se dorme em qualquer canto - ou esquece o sono! -, vai de charrete, pés no chão, qualquer meio de transporte, por uma rua ali do lado de casa que nunca passei, por uma cidadezinha sem referência alguma, ver o sol se pôr de outro ângulo. e isso acrescenta, agrega, movimenta vida!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

do que eu não gosto


não gosto de gente que não diz nada, que fica muda, que silencia toda hora!

não gosto de gente que responde com ar blasé a palavras ditas com empolgação.

não gosto de gente arrogante, prepotente, segura de si, dona de si, mas que no fundo não passa de mais um manipulado por discursinhos baratos que eu já conheço de cor e salteado!

não gosto de palavras vazias. não me agrada o que é pequeno, o que é pouco pra mim.

gosto é de gestos que explodem, de palavra gritada de sentido, com sons delicados, com sinceridade de olhar.

não gosto de quem está perfeitamente em mim e de repente parece não estar nem nas lembranças. cansa.

caramba, como eu não gosto de quem olha do alto, de quem não tem criatividade nem personalidade o suficiente pra me deixar ser quem sou, de quem não banca minha companhia.

não gosto de quem não responde. não responde a nada. e nisso, perde.

não vou perder tempo com pessoas que não me levam no coração. ou que de repente até levam mas, por orgulho ou burrice mesmo, não me deixam saber.

não gosto mesmo. sinceramente? nunca vou gostar.

mais uma tentativa, e eu desisto. pra não tentar mais.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

inventando histórias, sempre imaginei...


parece que o mundo pára.
e vai se compondo um poema, sutil, lentamente, de cores leves.
explicação já nem vou procurar. é um sentimento maior, um sentido pleno, que se deixa ser simplesmente, que flui, de dois seres que se encaixam um na alma do outro.
e assim a gente deixa ver o que é verdadeiro.
bem meu, é só assim que pode ser. de qualquer outro jeito, sem as mãos dadas, não dá.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

separações


Da história de Cabral e Glorinha, dá pra extrair sobretudo o seguinte: se de uma grande amor [amizade, história bonita, parceria, encontro, desencontro] não restar uma grande amizade, o mundo fica cruel demais...

A propósito, vale ainda saber sobre o homem lúcido.

"O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que ele nunca se entusiasma com ela, assim como ele nunca teme a morte. O homem lúcido sabe que o viver e o morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a vida contém tantos sofrimentos que a sensaçao [da morte] não pode ser considerada um mal. O homem lúcido sabe que ele é o equilibrista da corda bamba da existência: ele sabe que, por opçao ou por acidente, é possivel cair no abismo a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo.
Pode também o homem lúcido optar pela vida; aí então ele esgotará todas essas possibilidades! Ele passeará pelo seu campo aberto, pelas suas vielas floridas! Ele saberá ver beleza em tudo. Ele terá amantes, amigos, ideais! Urdirá planos e os realizará. Existirão os infortúnios e até mesmo as doenças e, se atingido por um desses emissários, saberá suplantá-los com coragem e com mansidão. E morrerá o homem lúcido de causas naturais, em idade avançada, cercado pelos seus filhos e pelos seus netos, que seguirão a sua magnífica aventura. Pairará então sobre a memória do homem lúcido uma aura de bondade. Dir-se-á: "Aquele amou muito! Aquele fez muito bem às pessoas!".
A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem se iguale sempre a quantidade de acontecimentos favoráveis. O homem lúcido, porém, esse que optou pela vida, com o consentimento dos deuses, ele tem o poder magno de alterar essa lei: na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria, porque essa é uma cortesia que a natureza faz com os homens lúcidos."

Domingos de Oliveira

domingo, 4 de dezembro de 2011

voa, passarinho...


e na nossa casinha apertada tá faltando graça, tá sobrando espaço
nossa casinha pequena parece vazia...

- se tem paixão ofegante, tem intensidade absurda, dessa que eu sempre quis. e aí não se abre nem a possibilidade de ficar longe, sobretudo estando perto.
- mas nem todo mundo é intenso e louco como eu. de repente é só diferente...
- pois é, mas me agrada a paixão completa, que olha o entorno e só emoldura um rosto.
- e se é assim, mas eu não sei? e se finalmente eu tivesse de ter aprendido outro ser, com dissemelhanças?
- a minha impaciência impede que eu espere pra ver, acredite, tenha fé mesmo sem ter o demonstrar.
- eu te penso, te pensarei. tá aí com você meu coração, meus sentidos, minhas vontades. se tem sentimento ainda, talvez haja porque tentar.
- mas eu não gosto de me ferir, não me ponho em risco mais.
- mas o risco é tão bom, não é? eu sempre gostei...
- ah, mas chega uma hora que empapuça, não dá mais...
- mas por que raios eu não tentei mais um pouco? por que não acreditei que pudesse ter mudança? afinal, são tantas coisas boas que existem em nós-dois!
- oras, simples: porque tudo indica que novamente ia voltar o cão arrependido, com suas orelhas tão fartas, com seu osso roído e o rabo entre as patas...
- mas por que tem de ter certo e errado? acho que acredito não nessa dualidade, mas em escolhas.
- sim, mas fiz a escolha certa pra não me machucar toda vez, toda vez...
- como toda vez? foi toda vez? eu pensei mesmo se foi toda vez?
- pensei, claro! sempre penso...
- talvez eu não pense sempre. talvez eu precise me dar a chance de errar. e de agora conviver com isso.
- é, Bruna... vê aí! acho que no fundo o importante é ficar bem... tentei ser sensata, agora só o tempo, só o tempo.
- sensatez? oras, nunca foi meu forte! eu falo e volto atrás, eu não banco o orgulho nem por 10 segundos. sou uma metamorfose ambulante, já dizia minha linda melhor amiga! eu mudo e assumo a mudança, porque vida é movimento, é dar um passo e aprender com ele, e gritar a mudança pro mundo, se julgar que ela é válida.
- mas vou mudar assim, já?
- já. eu mudo toda hora. toda toda hora. por isso que pouca gente me aguenta...
- tenho que ser forte, mesmo não sendo, e tenho que arcar com o que foi dito. a palavra dita não volta atrás!

- não disse nunca que não ia doer em mim. nem disse - tampouco pretendi - estar com a razão. só procurei fazer o que precisasse pra não sofrer. tenho a impressão de que fui completamente contra mim, já que nunca fui sensata, nunca tive gana de tentar não sofrer. sempre sorri e sofri com intensidade. mas e agora, faço o que?

- segue, Bruna. segue.
- volta atrás, Bruna. vai.
- não, Bruna. lei da ação e da reação, você bem sabe, tudo tem consequências.
- mas você não é orgulhosa. diga que errou, diga, mesmo que isso não signifique retorno. você nunca teve medo de voltar atrás, de mudar!

- mas agora é diferente. ele é importante demais. não quero me machucar de novo, então também não posso machucar ninguém mais de uma vez.

- é que eu não sei se quero voar...