terça-feira, 28 de agosto de 2012

dos dias assim...


 (AQUI ERA PRA TER UMA FOTO DUM CÉU CINZA,. MAS O COMPUTADOR DA USP NÃO SALVA FOTO DA INTERNET E NÃO CONHEÇO OUTRO JEITO DE FAZER A FOTO VIR PRÁ CÁ; ESSE MESMO COMPUTADOR QUE DESCONFIGUROU TODO MEU TRABALHO 5 MINUTOS ANTES DE EU TER DE ENTREGAR E CONTRIBUI PRO ACINZAMENTO DO MEU CÉU)

olha, tem dia que não dá... fatalmente, de vez em quando, tem dia que não dá...

tô tentando achar uma justificativa, o inferno astral, tpm, mas não tem motivo mesmo, é só um tom acinzentado, saca?

e, na boa, nem tô me culpando porque não acho o fim do mundo ter um dia chato. sério, não acho mesmo. sou tão feliz, tá tudo sempre tão lindo pra mim, ué. só não tô a fm de sorrir e fingir que tá tudo bem porque, hoje, não tá. mas também não tão tudo ruim. continuo sendo feliz. pra caramba.

eu queria MUITO ver o bru hoje e cantar até lascar de vez a minha garganta dolorida.

o bom de tudo isso é ter aprendido que nunca é alguém que torna seu dia cinza: é sempre você! então fica até mais fácil, porque aí não tem revolta, não tem discussão nem nada, afinal, não vai discutir com você mesmo, vai? a culpa é minha, o problema é meu e basta que ninguém venha me enchar a paciência. ai, que bom morar sozinha! imagina ter gente querendo conversar no dia que realmente você não tá pra papo?

é isso, não tô pra papo!

temos esse direito, não estar pra conversinha um dia ou outro. e o tempo vira, pra ajudar... sabe, eu levo bem a sério essa questão de estar sempre bem, feliz, contente, achar a vida bela e tal. mas hoje... ah, hoje...

devemos aceitar também as sensações ruins e esperá-las passar, né? ok. vou observar minha amargura hoje - mas é melhor observar sozinha pra nem correr o risco de destilar veneno por aí!




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

da temporalidade do amor



Estava, esses dias, revendo o que eu acredito em matéria de amor conjugal. Essa história de amar-alguém-pra-sempre existe pra mim? Acredito nisso? Aí acabei ficando num estado de aporia socrática...
Não tenho uma conclusão. Isso porque existe a Bruna, do jeitinho que ela é e com os sentidos dela, e tem a Bruna que passou por experiências, tem histórias, conhece pessoas, convive no mundo. São dois seres, em algumas coisas, diferentes. Vou tentar explicar melhor: eu, comigo mesma, acho lindo amores verdadeiros, bons, intensos, e acho muito factível que as pessoas se amem por anos a fio, por vidas a fio; mas eu diante do mundo não acredito em nada disso.
Não me parece haver pessoas que queiram amar sem contar os dias. Não tem de ser "pra sempre" - mesmo porque essa expressão compreende o espaço de uma vida terrena, e isso não é a eternidade de uma existência. Na minha vida, eu tenho um amor que sei vir de outro canto do qual não lembro, a minha flor de jasmim, minha princesa que certamente me acompanha desde a cosmogonia. Mas, de resto, vejo temporalidade ainda. Vejo amores pelo corpo, amores pela idade, amores pelo intelecto, mas não amores pela alma. Amores de aceitação perfeita, de entendimento mútuo, esses eu não conheço a não ser entre eu e minha princesa, meu coração batendo em outro ser. 
Mas, confesso, quando eu vejo casais velhinhos, que passaram uma vida juntos, e batalharam sempre um ao lado do outro, compartilharam vida, eu não sei explicar o que acontece: acho lindo, babo, meus olhos se enchem de lágrimas, essas coisas bem piegas. acho que imagino uma relação de amizade mesmo, sabe? de lealdade, de ares bons... é que, sinceramente, acho difícil, hoje em dia, uma relação se manter desde a juventude até a velhice sem que haja, por exemplo, traição física. a oferta ta aí, sempre se jogando no colo, e poucos são os verdadeiramente íntegros que não cedem a tentação alguma durante a juventude. mas aos 40, 50 anos, quando tudo já está mais claro dentro de nós, acho o momento ideal para se encontrar um amor verdadeiro e seguir caminhando, lado a lado, as afinidades apuradas... imagine, dos 25 aos 50 há um acréscimo de 100%. Impossível nesse tempo TODO não haver uma mudança significativa que faça os dois destoarem consideravelmente. não é impossível - e novamente eu confesso que acho bem bacana quando acontece. acho impossível, mas bem legal. 
"Não preciso ter medo e fugir dos seus abraços e de sentir
Ah, mas como é difícil a gente conseguir confiar
Ah, mas não é fácil sair do controle, só pra variar
Se entregar e aprender a amar sem esperar que o outro possa te dar o mesmo amor que recebeu de você
Vem, me diz, conta pra mim se algum dia você viveu algo assim.
Será que as pessoas podem se apaixonar no mesmo dia, hora e lugar?
Olhar um para o outro e conseguir acreditar,
Ir construindo aos poucos o sentimento que possa durar uma vida
Pra compartilhar esse amor, fazer planos, sonhar com o amor
Depois de anos sentar na varanda
E olhar o sol se pôr com o mesmo amor de anos atrás

domingo, 26 de agosto de 2012

das semelhanças

mais um da sessão "só-acho-bonito-quem-parece-meu-amor":
hômi bonito, né? pois bem, conversando com meus pais sobre sabe-lá-o-quê, lembrei dum piloto de fórmula 1 que morreu e que um colega de trabalho do meu bem disse que era 'a cara' dele - e era. fato. igual. e eu louca pra mostrar pros meus pais e não lembrava o nome dele nem a pau. lembrei que ele era alemão. no wikipedia, tem uma lista com todos os pilotos de fórmula 1 desde sempre, um bom tanto, viu? como na frente tinha a bandeirinha do país do cidadão, fui copiando o nome dos germânicos e jogando no google imagens. aí acabaram-se os alemães e nada. o fulano não era alemão. mas parecia tanto... eu queria muitoencontrar o moço e meus pais queriam tanto saber quem é que resolvi olhar nome-por-nome duma lista de 12 mil pilotos, organizados em ordem alfabética por sobrenome. e fomos olhando, tentando, vendo se minha memória ajudava... de repente, não mais que de repente, meu pai diz: "tenta aí o james hunt, certeza que é ele!". e não é que era?? mano, inacreditável... 
e aí novamente me vem essa constatação de que, quando você gosta de alguém, todas as outras pessoas no mundo que passam servem pra você espelhar o seu amado. acho todos feios, sujos, tontos; mas se tiver uma semelhançazinha com meu bem, basta pra eu achar escultural! e ainda, se de repente eu achar qualquer ser belo, seja pelo que for, e em nada se assemelhe, eu forjo uma semelhança, invento, faço que faço que torno os dois praticamente a mesma pessoa. caramba...

o james hunt era britânico, um doidão, dorgadão, pegador, rock star, saca? usou e abusou da vida, das bebidas e das mulheres. o manolo curtiu a vida adoidado. e morreu em 1993 de ataque cardíaco. é, o coração não aguenta tanta emoção... morreu feio, já com um cabelinho ralo... sem essa pose aí de bonitão. bem bonitão.

agora chega, não acho mais ninguém parecido com ele.

sábado, 25 de agosto de 2012

prum amor platônico


qualquer semelhança entre ele e meu amor-azul não é merda coincidência. quando a gente está apaixonado, qualquer pessoa que se ache bonita é por conta da semelhança com o ser amado. que coisa, não? já disse, acho meu bem a cara do david beckham...
cabelinho desgrenhado igualzinho, o arquinho no cabelo. meu estereótipo de beleza é o meu amor!

gente, tenho uma queda horrorosa por músico. e eu, que não tenho queda por ninguém, acho todos os homens fedorentos e nojentinhos. aí me vem o joão suplicy, que além de ser isso aí que vocês estão vendo, ainda é músico - e dos bons! a voz, o ziriguidum, tudo, tudo. por mais sequelado que ele seja, e que não tenha neurônios... não ligo. acho ele foda. tanto quanto acho a penélope cruz. aliás, acho que ele deveria namorar a penélope cruz. e ele chama João Smith de Vasconcelos Suplicynome de quatrocentão - que ele é, na verdade, mó família tradicional de café, barão, conde, essas coisas.

acho engraçado quando acho um homem bonito ou interessante. quase nunca acontece. geralmente, acho eles todos bobões, babões, bocós. e mesmo quando de repente eventualmente achei um rapaz interessante, durou só até ele abrir a boca. sempre achei isso esquisito, esse monte de critério que tenho. mas aos poucos fui entendendo que deve ser coisa de outra vida essa minha falta de paciência pra conversê, pra gente que não agrega, não possibilita troca, produtividade. acho que não tenho essa carência que se vê, de querer conhecer gente nova, conversar com qualquer um... me reservo aos poucos amigos e às poucas pessoas que SEMPRE aparecem pra colorir ainda mais nossa parede da memória...

e, sabe, eu gosto da marta e do eduardo suplicy. gosto mesmo, de ter carinho, chamar de vovô. ou de sogrinho.


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

das datas do coração - parte II

e hoje é um dia da flor mais colorida de todas! mas, antes de falar dela, uma consideração: ao longo da minha infância/adolescência, eu tive alguns amiguinhos próximos, poucos - nunca fui de ter 'galera' e vários amigos e tal, nunca tive muita paciência pra conversê... - mas daqueles que duraram um longo período. desses, tenho 4 que faziam aniversário nessa mesma data: a gabriela, que morava no meu prédio, e era uma amiguinha heterodoxa porque acho que ela não ia muito com a minha cara, saca? mas enfim, foi uma parceria de criança que durou anos e anos. tinha a ângela, da escola, fomos amiguinhas inseparáveis da 1ª até a 4ª série. ganhei uma boneca chamada NENU quando fiz 8 anos, em 9/9/1994, e dei o nome de ângela pra ela, de tanto que éramos amiguinhas. enfim, aí na 5ª série a gente mudou de escola e eu nunca mais vi. e depois teve a maria fernanda, uma linda, uma princesa mesmo, sabe? fizemos o colegial juntas, lembro que tinha um mercado na frente da escola, isto é, do outro lado da rua, só atravessar. lá a latinha de coca custava R$ 0,45, e na escola era R$ 1,00, e eu, claro, aproveitava o intervalo pra ir lá pagar mais barato - afinal, se era pra lascar meu pobre estômago juvenil, que fosse com 55% de economia. muquirana desde os tempos mais primórdios... enfim, eu sempre chamava ela pra ir comigo mas ela não ia porque a mãe dela não deixava ela botar o nariz pra fora da escola. eu achava lindo ela respeitar, e me sentia bem largada na vida, já que ia e voltava pra casa de busão e no último ano do colégio morava sem meus pais, ou seja, 0% de proteção parental.
e, agora, vamos falar da dona do dia:

caramba, o tempo assusta às vezes... mas a cada ano que passa a gente tá mais bonita e mais gostosa, hehe. somos tão parecidas, acho digníssimo ter esses pedacinhos de nós nos amigos, nas atitudes, nas cores. nós temos flores coloridas parecidas, cada um num tom só seu, mas são flores e flor atrai flor, oras! na sua leveza de pés que dançam, me conquista a cada nova conversa, como tem de ser uma amizade bela, que aprende junto. ah, e como eu aprendi desde aquela manhã de primeira aula de universidade, eu lá, perdida nessa cidade louca e você de macacão-de-calça, pequena, delicada, com cabelinho bem curtinho. uma fada. e devo dizer que eu me encanto com a sua vida, com as suas histórias, com seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa, com seu desapego a tudo que o mundo, louco que é, diz que se precisa. te vejo tão livre, livre de crenças bobas, livre de pensamentos que enrijecem, livre de ambição, e isso te torna mais linda, mais bailarina. eu aprendo a cada instante com a nossa amizade-confessional-verdadeira, e hoje eu sei que tudo que nos aconteceu ao longo desses tantos anos foram pro nosso crescimento e pra que, hoje, pudéssemos ter transposto todas as bobagens de adolescente e ser adultas juntas - adultas estranhas que se dão presentes de criança, e pintam livrinhos das princesas! eu amo você e sou grata ao universo pra sempre por ter cruzado seu caminho e sobretudo por ter continuado a caminhar junto com você, lado a lado!

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

das datas do coração

sempre achei incrível como as datas e repetem na minha vida. as datas e os períodos, na verdade, isto é, os signos. todos os meus grandes amigos, daqueles que marcaram mesmo minha história, são nascidos num curto período entre agosto e setembro, o que abarca 2 signos apenas: leão e virgem. os virginianos ganham, porque á algo inexplicável mesmo a identificação que tenho. do mesmo modo, surgem sempre taurinos para dificultar o meu percurso - ou me ajudar, afinal, sou eu quem precisa aprender a lidar com eles e não o contrário...
enfim, dia 10 começaram os aniversários importantes: o rafael. 

além de aniversário dele, é também comemoração de 6 anos que nos conhecemos. eu não estava aqui, nem falei com ele no dia, mas usei uma camiseta dele (essa amarela aí da foto!) o dia inteiro em sinal de agradecimento ao universo pelo grande presente que foi tê-lo conhecido, ter sido parte da sua vida e tê-lo como linda parte da minha!
e agora, dia 21, ontem, o bru.

taí na foto, lascado, no hospital. eu o amo tanto, e tanto, e tanto, que é até difícil de entender. lembro de quando a gente brigava pra ver quem era mais inteligente, tudo porque a gente se via um no outro, nas coisas boas e nas ruins, inclusive, hehe. éramos tão parecidos que irritava! ainda somos, agora com as devidas ressalvas e a aceitação que o amor supremo traz. eu o aceito do jeitinho que é, e mesmo que venham mais 100 quilos eu ainda andarei com ele de mãos dadas na rua sem vergonha nenhuma. pode ficar esquizofrênico, doidão, o que for, eu cuido. parece que te conheço de tantas outras vidas, e há ainda tantas pra que a gente se cruze, e se ame e seja assim, do jeitinho que a gente é cantando, rindo e vendo a vida com a leveza de fim de tarde!

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

das mudanças

os homens que namoram, têm uma companheira, são noivos, casados ou amigados são, por consequência, aos olhos das mulheres, mais bonitos que os solteiros.
me passou agora pela cabeça uma possível explicação. um homem solteiro sempre quer sexo. sempre. você, mulher, que cruza o caminho de um homem solteiro tem grandes chances de ser cortejada e traçada, e não se sentirá minimamente especial muito menos ganhadora de alguma contenda, afinal, o rapaz estava solteiro, qualquer coisa - com o devido limite do bom senso - seria melhor do que ficar sozinho ali, naquele dia, naquela ocasião, ou naquela semana, naquele mês. não há muitos critérios, a rigor, na vida 'amorosa' de um homem solteiro. mesmo para os que não querem só sexo e preferem uma namorada não há critério definido. mulher gosta mesmo é de ser única, de ter surgido num momento inoportuno e se tornar a dona do pedaço, saca? surgir quando o cara está sozinho esperando que alguém chegue não tem graça nenhuma. bom mesmo é aparecer quando o cara está casado, ou namorando uma moça bacana e super feliz no relacionamento, que é pra  poder destruir tudo mesmo e por dentro ainda soltar um "yes, ganhei!".

agora, quando há uma reluzente aliança nas mãos do moçoilo, ou ele vira e mexe conta sobre uma viagem ou um programinha-de-casal que fez com a namorada, todo feliz, com brilho nos olhos, meldels: parece que, de repente, não mais que de repente, ele se torna o homem perfeito, desejável, incrível, sonho de consumo mesmo. a explicação é simples: a mulher convencional está sempre em função de outra mulher. se há outra sendo feliz, sendo elogiada, amada e bem comida, é como se fosse um dever da sirigaita pelo menos tentar estabelecer uma disputa e, claro, sair vitoriosa.

além disso, todo homem que inicia um relacionamento fatalmente fica mais bonito. sei lá se é algo cósmico, já pra auxiliar nesse processo descrito acima, ou se a presença da mulher constantemente ali, a paixão por ela e o cuidado diário para manter um relacionamento torna o sujeito mais bem cuidado. e tem também os toques que a mulher vai dando ao longo do amor, né: deixe o cabelo assim, não corte, bagunce, prenda. o segredo é o cabelo. o bruno acha que a metamorfose foi macumba, mas foi não, amour: foi dicas de uma mulher que criou um monstro.

do tempo que passa

porque não, não poderia ser em nenhum outro momento que não fosse nesse.

isso porque, se antes, correria um certo risco de ainda algo de ruim, algo de estranho. mas foi agora porque tinha de ser agora e assim pôde ser puro e sem nada que macule.

a vida é muito foda, eu piro na vida. na maneira como as histórias se constroem, se desconstroem e vão fazendo a gente aprender na velocidade que tem de ser, não na que a gente quer. e como não há remédio a não ser a sinceridade, confesso que, neste caso específico, não foi algo que passou despercebido. eu reconheci, notei, observei e tratei de não reagir. não fiquei pensando, não trouxe à tona nada de passado porque só assim eu pude verdadeiramente ser honesta ali, em cada palavra e em cada sensação. não havia como contornar e sair pela porta dos fundos - o que sim, passou pela minha cabeça -, então não só mantive a calma e respirei como fui, altiva, ficar cara a cara com qualquer palavra ou sentimento não-tão-bem-resolvido.

é BEM estranho olhar o passado de repente, sem preparo. e lidar com ele ali. mas, sabe, foi bem mais fácil do que eu poderia ter pensado caso tivesse pensado que isso aconteceria em qualquer momento da minha vida. foi simples, leve, calmo e sobretudo foi sincero. não sobrou rancor algum, nem mágoa, nem resquício de qualquer coisa que eu tenha sentido, tudo revés de uma paixão que começou muito bem mas se tornou desmedida, uma loucura mesmo, sem temperança ou prudência. foi, pra mim, inaugural sentir daquele jeito, e de lá pra nunca mais, porque, afinal, o racional está aí pra ser usado. não vou dizer que foi ruim, porque não foi. foi incrível, lindo pra caramba, gostoso de viver. nem a parte póstuma foi ruim, embora tenha se manifestado numa forma que, num primeiro olhar, pensamos ser negativa, que é o sofrimento. não foi incorporado por mim como um sofrer, mas como um esperar-passar. passei altiva, com sorriso - ainda que em meio a certas lágrimas -, e me mantive até passar. e foi passando. o tempo foi diluindo...

a melhor parte de tudo foi quase dizer "muito obrigada por tudo". obrigada por cada palavra proferida pra me afastar, obrigada simplesmente por me afastar, na verdade. tudo aconteceu como tinha de acontecer: se não fosse daquele jeito, certamente de um modo ou de outro eu tomaria as mesmas lições, talvez em mais tempo, talvez em menos tempo. mas a iniciativa, ali, de me livrar do que me consumia não foi minha. era como um vício, e me foi arrancado de repente, contra minha vontade. obrigada por ter me privado de algo que eu queria desmedidamente mas que não era pra ser. era ruim, pernicioso. apenas agradecimento por tanto amor do Universo que me ensinou tanto nesse tempo, que me ensina tudo aquilo que preciso saber pra lapidar o coração.


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

da vida adulta

acordo cedo por uma série de motivos. eu gosto de frescor da manhã, sempre tenho um zilhão de coisas pra fazer e quanto mais cedo se acorda, mais tempo se tem. não me é uma boa hora pra estudar, minha capacidade de cognição fica melhor quando o sol se vai - mesmo porque, enquanto ele está aí, dá uma vontade louca de aproveitar o dia fora de casa!

confesso que um dos motivos, de um ano pra cá, é o programa do Patati e do Patatá. adoro eles. palhaço não é uma coisa engraçada, ao contrário, é medonho. foi criado para um fim - fazer as pessoas, sobretudo as crianças, rirem -, mas alguém já devia ter notado que não deu certo porque não tem graça nenhuma e as crianças sempre, sempre choram quando um palhaço adentra o recinto.

enfim, voltando ao Patati e ao Patatá. as cores do programa me fazem bem, sabe? tudo muito colorido, exageradamente, e aquela flor rosa no chapéu do Patati. a alegria toda meio boba, alegria pela alegria, que nem a minha mesmo. e pra ajudar tem o chaves em desenho - que, claro, não chega aos pés do chaves mesmo, mas pelo menos tem alguns personagens com a mesma dublagem e me faz muito bem escutar as vozes! hoje tava passando um episódio que eles estão num brinquedo daqueles que escorrega, que tem pula-pula, enfim, e super colorido, pirei! e lembrei dum ocorrido uns anos atrás...

estava em são mateus, no espírito santo. fui tomar um sorvete com minha amiga. na pracinha na frente da sorveteria tinha um pula-pula!! NOSSA, fomos correndo lá pra brincar! perguntei o preço pra moça e ela disse, olhando pra minha cara-e-corpo de marmanja: "quantas crianças são?". eu respondi que era pra gente, uai. e ela: "ah, querida, não pode, só aguenta 80 quilos". depois dessa, eu agradeci e saí da pracinha, eu e meu sorvete - que quase foi pro lixo por uma questão de vergonha na cara, afinal, ela afirmou categoricamente que não posso pular por ser pesada. até hoje me intriga saber se ela inferiu que eu sozinha tinha essa quilaiada toda ou se quis dizer que eu e minha amiga não poderíamos pular juntas porque - aí sim! - somamos mais de 80 quilos. nunca saberei... 

a questão são as dificuldades da vida adulta. pô, só um pula-pula, saca? quando eu era criança, era muito difícil conseguir convencer meus pais a pagar pra eu brincar num pula-pula, só lembro de ter pulado que nem pipoca quando, lá em inúbia paulista, nas férias, teve um pula-pula do bocão e o 'ingresso' era uma caixinha de gelatina. agora que eu tenho 5 reais pra pagar e pular 10 minutos, não posso mais porque passei do peso. que coisa, né?

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

felicidade


haverá um dia em que você não haverá de ser feliz
sem tirar o ar, sem se mexer, sem desejar como antes sempre quis

você vai rir sem perceber
felicidade é só questão de ser
quando chover, deixar molhar pra receber o sol quando voltar

lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz
se chorar, chorar é vão, porque os dias vão pra nunca mais

tem vez que as coisas pesam mais do que a gente acha que pode aguentar
nessa hora, fique firme, pois tudo isso logo vai passar

melhor viver, meu bem, pois há um lugar em que o sol brilha pra você
chorar, sorrir também e depois dançar na chuva quando a chuva vem



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

vipassana - dia último

ontem de noite foi muito louco, ficamos eu e as meninas mais belas do brasil rindo horrores no quarto, trocando as impressões, caramba, que foda, que delícia de fim de dia ontem!

hoje meditamos um pouco, e depois teve o encerramento. fomos limpar a sala de meditação, conversei bastante com a nathalia, que estava no meu quarto. é tão raro encontrar pessoas como ela na terra que fico até meio boba.

depois café da manhã em meio a mais e mais risadas e ainda teve a cozinha pra arrumar, a típica chave de ouro. ficamos o quinteto fantástico mais o pedro limpando, arrumando, organizando. pela primeira vez escutei o pedro narrar a nossa história pra alguém. contou ao gustavo como nos conhecemos. sorria que nem idiota. foi lindo. minha paz de fim de tarde ele é.

antes de contar o resto do dia, uma ode ao quarto 1:


a jú, que é doce demais, e pra confirmar que o universo é digníssimo conhece o pedro lá da academia. pode? ah, sincronicidade dos acontecimentos... poucas vezes estive ao lado de energia tão boa e tão leve!

a cinara, doidona, engraçadérrima, com as melhores análises de gente louca que eu já vi na vida! e vivas à espontaneidade dela, ao jeito gracioso de tirar sarro da vida e de analisar que eu trocava uma calça rosa por uma mais rosa, HAHAHAHAHA, vou rir toda vez que lembrar disso na vida!

e a nathália, de inteligência sagaz, produtiva, de sorriso puro, de idéia que flui, de risada sincera! daquelas almas que vêm e que não se sujeitam à gravidade, que flutuam e se movem livres, dispersas.

como eu gosto dessas meninas!

certamente o mais difícil foi não sorrir o tempo todo pra todos que cruzavam comigo. foi difícil quando teve de ser difícil e fácil quando teve de ser fácil. foi intenso, louco, misterioso e por um longo tempo nem vou entender direito, mas nem busco entender agora. de início, é tentar me encaixar pra fora e trazer comigo a experiência e o aprendizado de cada instante que estive lá, de cada nova bruna que surgiu a cada novo dia, tenha sido ele agradável ou desagradável, não importa: foi adequado, foi o que tinha de ser, foi o ensinamento que eu preciso! está sendo, está sendo...

vipassana - dia 10

descobri que eu e o pedro temos um mundo na dimensão dos sonhos, quem nem em 'inception'. temos diversas viagens, e lembramos delas juntos, passeamos, vamos a outros lugares... hoje estávamos lembrando uma viagem a miguel de cervantes, onde havia um lugar chamado 'prainha', uma espécie de rio gostoso e lindo, de pedrinhas, numa cidade do interior.

último dia. meditação e depois fim do nobre silêncio. pudemos finalmente falar. e as pessoas me parecem lindas, todas, dissolvem qualquer aparência, cada uma com uma beleza infinda de ser que faz parte de mim. muito louco isso tudo.

encontrei minha paisagem mais bela. e o vi diferente, de fato. completamente. foi puro, daquele amor de boa pessoa dos primeiros encantos. apresentei ele aos lindos que vieram comigo pra cá e pude senti-lo ali comigo tão próximo, no mesmo lugar e de coração junto também, foi incrível, indescritível, lindo mesmo.

é mais difícil praticar vipassana quando se está imerso em barulho mesmo. o nobre silêncio sempre fez sentido, mas agora faz mais ainda. a mente se agita no barulho, e o corpo também. as sensações são outras, parece que se vai explodir, o sangue passa mais rápido, os ossos expandem e contraem. o ar freneticamente nos toca.

vipassana - dia 9

12:45 do 9º dia.

a lú me emprestou uma linda saia, daquelas de flores de cima a baixo que gritam 'bruna maria' enquanto rodam, pra que eu novamente me sinta uma menina. foi bom abrir mão da vaidade esses dias. bom mesmo. desapeguei de muitas coisas. não de todas, afinal, a vida é um processo lindo que ensina conforme tem de ensinar. estando atenta, não há motivos pra ter pressa.

o universo me presenteou com uma pedra, uma jóia de rio em julho passado. como um livro bom de ler, cheio de ensinamentos e contos e lindezas pra me mostrar e compartilhar. eu teimei, tola. tola de tolice infantil, de não saber ainda. e quando julho se repetiu e o aroma se esvaia e fazia sentir só de longe o gosto de inverno de antes, o universo, por amor, me mandou esses dias aqui. tudo que eu sempre vi nele que não agradava era aquilo que eu mais admirava. o que 'quisera eu...', mas sem forças ainda nem mesmo pra aceitar no outro. o viver de leve, a maciez dos sentidos. o desapego, o não querer, o só viver, ser...

quanto à garganta, embora não fosse essencial pensar, acabei tentando entender e algo me ficou claro. falar me é tão fácil, as palavras fluem, construo bem, estruturo, dou ênfase. o âmbito da palavra me fascina, e compreendo como funciona, domino a arte. e como uso mal! uso mal, usei para ferir tantas vezes, não por querer ferir, mas por não saber aveludar, não saber carinhar. não por ser má, e sim por desconhecer ainda. pensei talvez mais no pedro porque, nos últimos tempos, foi alvo de um sem-número de catálogos verbais que construí sem amor, sem pureza, sem ensinamento. só com fins didáticos banais e sem razão. liderar o campo do argumento deve ser bom, gratificante, e engrandecer ao invés de diminuir o outro e a mim mesma. quanta palavra ao vento precisou ser lançada pra hoje eu ter visto, sentido, tudo junto, tudo de uma vez...

vipassana - dia 8

quase 14 horas do 8º dia. ainda penso bastante em voltar pra casa.

hoje foi um dia bom. bom mesmo, essencialmente gostoso.

mandei mini dengos para o pedro. está tudo tão mudado em mim que já o vejo tão diferente. é, pedro, são os óculos verdes que a gente usa. troquei a lente. agora te vejo bem. te vejo puro em mim, te vejo com os olhos sem vendas.

choro bastante ainda no travar de garganta. não é cognitivo, não passa pelo racional, só flui. deixo fluir, sinto as lágrimas, e espero passar. às vezes dura mais de uma hora. é sólido, é forte, machuca, estrangula.

* * *
17:30. saudades. tô ainda sentindo, analisando o que é apego. sensação boa qualquer que seja pode virar apego. a linha que marca é tão tênue.

é, eu quero ainda caminhar com o pedro tantas estradas de terra... ver tantas borboletas sorrindo pra nós.

vipassana - dia 07

10 e pouco do 7º dia.

as palestras da noite são fodásticas, e estão melhorando a cada dia. o goenka-paschuetto é foda. até os cânticos já me trazem uma paz, uma coisa gostosa... eu até sorrio. a fase da revolta e tal tá passando. ainda não está fácil nem fluindo naturalíssimo, mas está bom. está tranquilo. está azul.

a lú que entra no quarto com meu brinquinho de borboletinha nas mãos. caiu e ela achou. justo ela, que veio no carro comigo e observou meus brinquinhos. olha a beleza da vida, a sincronicidade do que move, que é sagrado...

* * *
caramba, as coisas mudam numa velocidade tal. desde o primeiro dia, senti muita falta do meu fone intra-auricular que me isola da barulheira da vida, e improvisei: entuchei um monte de algodão no ouvido. o mundo cai e só ouço 50%. deve até ter um pouco de algodão no cérebro já, vira e mexe sumia e eu não encontrava, no mínimo o corpo absorveu... enfim, e hoje tirei o algodão por 5 segundos no intervalo da meditação e escutei uma pergunta pro tim, professor de vipassana, e a resposta dele. foi instantaneamente lindo. e talvez pela primeira vez nesses dias todos eu me entreguei pra essa experiência toda. sem futuro, passado, música. e pude estar, pude ser sem tempo, sentir cada poro, aceitar cada instante como é, sem banir, sem lamentar, sem querer nada. e chorei horas a fio. foi muito intenso. me veio uma vontade, uma sensação gostosa de estar repleta de vida, cores, bons sons e energias. e veja a loucura: não vejo a hora de mais horas de meditação!

* * *
noite já. não consigo fluir nada na garganta. trava. some. dói. engasga. incomoda. e muito choro engasgado que vem de outro lugar, não é daqui, não é choro da bruna, é choro da alma, essência, é libertar. não vou tentar entender agora. vou só sentir cada lágrima que tiver pra sair.

vipassana - dia 6

10 e pouco do 6º dia.

já não acho que vou morrer, como estava achando ontem. a palestra da noite foi foda e me fez ver que há uma sensatez e coerência nisso tudo. estou aqui por um motivo. desses que já estão acontecendo mas que aqui na matéria tá difícil entender ainda. só questão de tempo...

o sorriso e o olhar que troquei com o pedro hoje foram muito importantes também. ele parecia já saber tudo que é falado aqui, tudo. e falou pra mim durante tanto tempo e eu, teimosa, avessa a tanta verdade, sempre tratei de julgar cada palavrinha que saía com amor e me chegava como um tapa. minha vontade de hoje era olhar pra ele e dizer: "me ensina? posso aprender? dá a mão...". meu maior instrumento de amor, caramba, e eu nem vi...

* * *

quase 1 da tarde. outro mini-beija-flor me chamou, lindo. e aí a música do flávio venturini ficou na minha cabeça agora e pra sempre, amém:

O que faz o beija-flor
ter vontade de voar?
Vai e diz ao meu amor
o que viu do meu penar
Vai dizer ao meu grande amor
que eu sempre vôo tão só
Diz também para o meu amor
é só voltar, beija-flor
O que faz o beija-flor
ter lampejos cor do mar?
Quando eu penso em você,
meu desejo é navegar
O que faz o beija-flor
ter mais prata que o luar?
Faz o mel da tua flor
ser mais doce ao paladar
Quando riscas o céu
És mais doce que o mel
Que tiras da flor
Mais do que viver
Só te importa voar ... Beija - flor

aí lembra meu pai que, após dias de insistência pra comprar esse cd na cooperativa de inúbia paulista, fez uma surpresa colocando no rádio na hora da viagem de volta. choro de lembrar, bixa chorona...

acho a vida digníssima.

pensei tanto nos meus filhotinhos. tanta ternura, amor puro, daquele que eu sinto quando lembro do pedro e do nosso amor que é de essência azul cor de céu e que me traz paz de quadro belo...

vipassana - dia 5

manha do 5º dia.

sabe, ok vc estar super entregue a tudo - mais entregue que eu, convenhamos, nem deve ser difícil. mas andar de olho fechado? maaaaaaaaano... tudo tem limite. é MUITA mancada desejar que tropece? ok, não desejo então... mas não se aproveitem de minha nobreza... tô tão chata hoje que quero sair da minha companhia, tem jeito?

o goenka-bolachudo variou o cântico.

* * *

escrever é um refúgio bom. acabei de almoçar. pensei toda sorte de coisas pra ir embora:

- e se eu precisasse voltar por qualquer motivo que seja?

- e se um terremoto devastasse o mundo?

- e se os extraterrestres invadissem logo a terra e levassem a gente embora?

pare o mundo que eu quero descer!

 * * *

16:30. tô bem no limite já. desci as escadas do refeitório compassando as palavras: MUITO, MUITO, MUITO CHATO.

hoje, que nem no segundo dia, o sertanejo está dominando minha mente. zezé di camargo e jorge e mateus se instalaram no meu rádio e estão teimando pra ir embora.

voltando à minha natureza prática que citei esses dias - deve ter sido ontem, hoje talvez, mas o tempo passa tãaaaaaao devagar que parece que foi, sei lá, há uns 40 dias atrás. não há nada que seja falado nas palestras que eu não consiga trazer imediatamente para a vida cotidiana. acho que cada ser tem uma natureza predominante, e a minha é bem teórica, prática e repleta de regras de lógica. por isso está difícil meditar. o foda disso é que caem minhas máscaras todas - é fácil discursar, mas agir, caramba! sentir então, captar pelos sentidos como faz o pedro lindamente é muito raro de acontecer comigo. estou captando pelo teor filosófico e ainda assim não está fácil.

sorrio bastante quando vejo borboletas e quando vou tomar banho. adoro tomar banho.

pensei no fael e no teleco hoje. chorei bastante dum motivo que sei lá qual é, lembrei muito de muita coisa e desembestei a derreter.

quero muito, muito ir embora.

vipassana - dia 4

vontade loooooouca de ir pra casa. só penso no último dia, hahahaha. nossa, como eu sou babaca. tô aceitando a realidade da minha idiotice, sabe? não faz sentido ficar pensando... parece que retrocede o tempo e aumenta a ansiedade.

tenho pensado tanta, tanta, taaaaaaaaanta coisa que, mano, revela todo meu lado não-socialmente-mulher. essas questões de gênero, viu?

hoje se eu estivesse armada certamente teria dado um tiro de escopeta na caixa de som. mano, o goenka-jarrah não deve ter verdadeiros amigos, senão alguém diria que ele não pode cantar. não pode, simples. não rola. não. que nem o roberto justus, tá lá, rico e tal, mas quando resolve gravar um cd ele revela sua falta de amigos sinceros que, antes de que ele tomasse tal medida extrema, pudessem ter impedido a atrocidade. fica lá, passando ridículo. amigo meu não passaria tamanho vexame - ou passaria, caso fosse teimoso, mas o aviso certamente viria. nessas horas sempre lembro do bolacha. bolacha era um rapazinho lá que ia na igreja na época que eu também ia porque meu namoradinho era crente. ia, oras, afinal, tinha um monte de adolescente, era legal pra caramba, uma verdadeira festa e a igreja era só um predinho pra gente se encontrar e rir. enfim... o bolacha resolveu que a missão dele era dedicar sua voz a jesus. coitado de jesus. imagino o que ele sentiu, deve ter sido pior do que o que a gente sentia tendo de ouvir o bolacha. o paçoca, rapaz que tocava violão (bolacha, paçoca, uma verdadeira dispensa), dava o acorde lá pra gente entrar na música. e o bolacha entrava mais alto e antes de todo mundo. quem que conseguia acompanhar depois? não dava, o bolacha cobria o som do violão com seus grunhidos, e por mais que a gente se concentrasse era impossível acertar o tom depois que ele abria a boca. era foda. eu ria, ué. fazer o quê?

o guardanapo que a gente usa no refeitório chama 'bob'. se fosse seda, hein...

o tempo deu uma viradinha, bom pra mim, que só trouxe roupa de moletom quente pra caramba e tava derretendo.

minha natureza é prática. tá FODA.

a meditação tá menos monótona, saiu desse negócio de narina e fomos brincar de explorar o corpo todo. bem mais legal. e muito louco às vezes, devo dizer. parar pra sentir cada toque de vida em nós, dessa vida pulsante física. louco.

bom não está.

vipassana - dia 3

5 e pouco do 3º dia.

ai que dia chato. nada tem ajudado, não gosto da técnica, não gosto de nada e tô amargurada, coisa horrorosa. tô rindo dessa amargura à-la-dona-florinda:
- bom dia!
- que que tem de bom??

saudades da amanda, do fael.

a lú viu meu prato vazio e preencheu com uma maçã. a tempo eu pude retribuir. me ensinou assim, despropositadamente como são sempre os ensinamentos. como soltar os talheres pra comer pra sentir o alimento, que eu copiei do gustavo no almoço quando estávamos vindo pra cá.

quase-mini-sorriso pro pedro hoje.

tá surgindo bastante vontade de fugir.


vipassana - dia 2

5 e pouco do 2º dia. sonhei que minha irmã ia morar numa casa muito legal, com um mezanino enorme, uma lousa com letras coloridas nela, e cômodos todos de madeira, paredes e teto.

de novo eu não consigo ficar pra cá da vida.

foi (está sendo) mais tranquilo hoje que ontem, pois antes que eu precisasse falar algo a leila, professora de vipassana, notou minha enorme agitação sentada sem apoio nas costas e perguntou o problema. falei que minha coluna estava morrendo aos poucos e ela me trocou de lugar, estou encostada na parede agora.

vi o pedro várias vezes. me aliviou, não sei porquê, nem interessa saber, mas me fez bem. claro, "ver" que eu digo é algo que durou 2 segundos, vi, senti a presença e sei lá, deu um conforto babaca e lindo ao mesmo tempo.

acabo de ser chamada por um mini-beija-flor lindo, lindo nas florzinhas cor-de-rosa. muitas borboletas que eu mando mensagem de amor pra espalhar pelas matas.

o lugar é lindo. tem uns montes, uma serra bela que alegra os olhos.

ah, claro, a meditação: progressinho-mini, adequação e ainda bastante dificuldade de permanecer.

vipassana - dia 1

1º dia quase acabando. muitas músicas na cabeça, nada de fome. puuuuuuuta vontade de escrever e de cantar. dor nas costas do diabo. juro que não sei como mas vou aguentar todos os dias.

lembrei de muita gente. gente que eu nem lembrava conscientemente mais. amigos de escola, passantes que deixaram cair suas cores nos meus quadros...

quanto à meditação em si, vou tentando, vou seguindo, e aí não mais que de repente eu simplesmente saio daqui. sumo. pode ser estratégia da mente - embora acredite que talvez isso não seja um processo mental. e toda hora eu largo a respiração de lado e me largo e quero é mais sobrevoar paranapiacaba.

quanta coisa passa na cabeça... cabeça bagunçada essa de gente. imagine que simples ser gato? vai lá, vive, faz o que tem de fazer e pronto, já era, sem essa punhetação toda de ficar cantarolando, se perguntando coisas idiotas, projetando futuro e rememorando passado.

mas, ó, na boa? tô MESMO achando tudo um saco.

vipassana - dia 0

assim como o congresso na bahia, lá fui eu, me inscrevi pro curso e fingi esquecer até o dia da ida. chegou. lá fui eu rumo a algo que, sinceramente, não faço idéia do que seja.

fomos em 5 pessoas no carro, 5 lindas pessoas, cada uma com sua boa vibração ali, inicial, de conversas puras e belos ditos, de ausência de interesse pessoal, de entrega. de tarantino a pink floyd, lá se vai um dia todo de estradas belas, dia de sol que raia forte e chama pra vida. pôr-do-sol rosado de mês de maio do almir sater, horizonte de aquarela que ninguém jamais pintou...

e chegamos, vi o pedro de blusa-azul-de-maconheiro, não sei bem que vontade tive mas sei que contive (aliteração meio musical...).

caramba. não sei MESMO o que pensar agora, sei que, como já sabido, nobre silêncio de 10 dias. melhor não pensar, nem lembrar, só respirar e deixar a vida se apresentar agora. não faço idéia do que esperar, então, simples: a expectativa que vá pra puta-que-a-pariu e me deixe aqui sentindo o que eu tiver de sentir.