segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

da solidão


me agrada família grande, vozes altas, grito de truco, alegria toda transbordando...
me agrada vida a dois, me agrada muita criança espalhada pela casa como se fossem todas um corpo só de criança, sem mãe-ou-pai, sem 'dono', sem rumo...

mas também me agrada muito a solidão...

envelheci, me dei conta, nos últimos anos. de envelhecimento ranzinza e casmurro. gosto de estar só. e acredito bastante que todas as pessoas poderiam apreciar, se silenciassem, aquietassem... deve-se gostar da própria companhia, viajar só, andar só, sem saber bem para onde ir. o rumo e o caminho só liberta, tira raiz, descria conceitos fixos que pensamos ser parte de nós e que, na verdade, talvez seja imposição externa.

das pessoas que já me disseram que jamais viajariam sós, garanto que a totalidade nunca tentou. nunca se reservou para si. decida seu destino, vá, rume! errante... veja o céu, o rio, o mar que quiser, sem que ninguém esteja ali a não ser você. você e o mundo. você e você.

não nos conhecemos, caramba! conhecer-se é mais simples do que se pensa, e não consiste, como se pode achar, em responder um longo de questionário de gostos e vontades. trata-se de parar.

parar.

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.

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ciganear.

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