quarta-feira, 17 de setembro de 2014

das efemeridades



perguntei eu a um amigo de céu-azul e disse ele, das brevidades do que comumente chamamos amor, que amor não é.

que há de sincero no eu-te-amo ao logo início? pode ser sincero o que não é real?

acho que sim. na sinceridade assim como na promessa se encerra uma mentira. daquelas que não serão cumpridas porque amanhã não serão verdade. são fogo, seja faísca, chama ou brasa. 

parece que na nossa vida corrida de compromissos inadiáveis não temos tempo pra olhar no olho de alguém. pra ver nuns olhos que antes se achava pequenos demais, meio tortos, uma beleza e um possível algo mais. é então que precisamos de artifícios modernos, tecnológicos. será que seria preciso um aplicativo se os olhos se cruzassem? se conseguíssemos entender que não é preciso viajar pra outro estado ou cidade pra encontrar alguém que não conhecemos... porque aqui no nosso bairro, do nosso lado, se divertindo e vivendo conosco, tem sorrisos tão bonitos... eu quis falar isso uma vez, quando ouvi que, hoje em dia, as relações viraram frutos de um catálogo de fotos e interesses, e nada mais que isso, e que isso é 'normal'...

eu não gosto disso não. busco não julgar, afinal, cada um se utiliza daquilo que bem entende e procura o tipo de relação que bem quiser. mas eu ainda confio no olhar. eu ainda vejo que amores se constroem do comum, do conjunto vivido, do companheirismo bobo de andar junto sem saber pra onde ir exatamente...

o que vai ficar quando o vento bater? quais das folhas e flores que se vão num balançar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário