Eu tenho insônia daquelas do mal. Nessa madrugada, vi comercial de "Constantine", assisti um filme nacional bem esquisito, traduzi Platão, pensei em diversas roupas para ir no show do Exaltasamba hoje à noite e tentei encontrar algo interessante para escrever. Encontrei meio sem querer...
Simplesmente AMO o cheiro das manhãs. O frescor de quando o sol ainda está tímido, só clareando um tiquinho... Fui lá fora, no portão, buscar um envelope, e senti esse gostinho do qual sinto tanta falta, e era tão familiar quando eu saía de manhã. Sinto falta também de sair de manhã, bem cedinho... Dá uma cara de vida à vida sentir as primeiras horas do dia!
Simplesmente AMO o cheiro das manhãs. O frescor de quando o sol ainda está tímido, só clareando um tiquinho... Fui lá fora, no portão, buscar um envelope, e senti esse gostinho do qual sinto tanta falta, e era tão familiar quando eu saía de manhã. Sinto falta também de sair de manhã, bem cedinho... Dá uma cara de vida à vida sentir as primeiras horas do dia!
Eu sou criatura das manhãs, segundo um sábio que me conheceu. E agora tem um passarinho lindo, lindo cantando pra mim, dizendo que meu dia vai ser bom, que no caminho só haverá sorrisos, boas revelações, sorrisos, cantorias... ah, que saudade de cantorias que eu tinha! Agora talvez ele cante justamente me alertando: "Cante, Bruna, cante! Não desanime sua voz!". Desanimar parece mais fácil às vezes, mas ele continua cantando aqui.
Um amigo me ensinou, certa vez, a ouvir os passarinhos e distinguir os cantos, e isso eu aprendi bem e agora faço sempre, toda vez que saio ao quintal, toda vez que um pássaro se debruça na minha janela pra fazer companhia a uma menina de casa pequenina.
05:59. Agora amanheceu.
Não tem sol hoje. Mas eu o faço. Isso porque, a despeito de tudo, a luz vem sempre de dentro, e mesmo com nuvens de lágrimas sobre os meus olhos o dia é iluminado: porque me preencho se sozinha, porque tenho companhias eternas, porque mesmo a um passo pequeno de me esvair eu vejo a vida com as cores de flores e sol de primavera!
Abre a janela do teu peito!