quarta-feira, 19 de junho de 2013

da verdade



por que me sinto bem ferindo os outros - geralmente quem mais gosto, e com quem eu mais me importo?

por que vivo fingindo que nada me atinge e, ao menor sinal de palavras mal utilizadas e pessoas hipócritas, me despedaço?

por que finjo tão bem, como um poeta, e seguro essa barra toda com gosto de fel? é preciso isso?

resolvi fuxicar na verdade.

descobri que sou um poço absurdo de grosseria. de falta de tato. de tudo que aponto no mundo,

descobri que morro de medo de tudo. tenho medo de ser agradável, por isso sou detestável. imponho meu prazo de validade aos outros por ser medrosa.

descobri que minto horrores. minto pra mim mesma o tempo inteiro. nunca vivo uma verdade porque me escondo por trás de jogos e máscaras.

descobri também que recebo tudo isso na mesma medida.

há uma lei só. ela é clara. o que emanamos, atraímos. simples. simples até demais. se fazemos da vida bela em palavras, ela será bela em tudo o mais. no entanto, se fazemos dela puro fingimento, será tudo sempre assim, falso.

gostaria mesmo de poder deixar certas coisas claras mas, repito, medo. fraqueza, covardia, isso tudo aí. e como agora estou ficando velha e louca, pode ser que angarie fundos do fundo de mim pra começar a ser sincera mesmo sem medo de ser feliz - ou ridícula. 

tenho muito pra aprender. começo agora. mas sem remexer velhas verdades. deixe elas pra trás. o segredo agora é só não começar nenhuma mentira nova.

às vezes é sua inimiga a verdade
às vezes é sua aliada a mentira
por onde será que é mais curto o caminho?
qual deles mais sobe?
qual deles mais desce?

o dom da mentira, o som da verdade
a lábia do sábio, a arma do rude
são Deus e o Diabo unidos na prece

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