domingo, 4 de dezembro de 2011

voa, passarinho...


e na nossa casinha apertada tá faltando graça, tá sobrando espaço
nossa casinha pequena parece vazia...

- se tem paixão ofegante, tem intensidade absurda, dessa que eu sempre quis. e aí não se abre nem a possibilidade de ficar longe, sobretudo estando perto.
- mas nem todo mundo é intenso e louco como eu. de repente é só diferente...
- pois é, mas me agrada a paixão completa, que olha o entorno e só emoldura um rosto.
- e se é assim, mas eu não sei? e se finalmente eu tivesse de ter aprendido outro ser, com dissemelhanças?
- a minha impaciência impede que eu espere pra ver, acredite, tenha fé mesmo sem ter o demonstrar.
- eu te penso, te pensarei. tá aí com você meu coração, meus sentidos, minhas vontades. se tem sentimento ainda, talvez haja porque tentar.
- mas eu não gosto de me ferir, não me ponho em risco mais.
- mas o risco é tão bom, não é? eu sempre gostei...
- ah, mas chega uma hora que empapuça, não dá mais...
- mas por que raios eu não tentei mais um pouco? por que não acreditei que pudesse ter mudança? afinal, são tantas coisas boas que existem em nós-dois!
- oras, simples: porque tudo indica que novamente ia voltar o cão arrependido, com suas orelhas tão fartas, com seu osso roído e o rabo entre as patas...
- mas por que tem de ter certo e errado? acho que acredito não nessa dualidade, mas em escolhas.
- sim, mas fiz a escolha certa pra não me machucar toda vez, toda vez...
- como toda vez? foi toda vez? eu pensei mesmo se foi toda vez?
- pensei, claro! sempre penso...
- talvez eu não pense sempre. talvez eu precise me dar a chance de errar. e de agora conviver com isso.
- é, Bruna... vê aí! acho que no fundo o importante é ficar bem... tentei ser sensata, agora só o tempo, só o tempo.
- sensatez? oras, nunca foi meu forte! eu falo e volto atrás, eu não banco o orgulho nem por 10 segundos. sou uma metamorfose ambulante, já dizia minha linda melhor amiga! eu mudo e assumo a mudança, porque vida é movimento, é dar um passo e aprender com ele, e gritar a mudança pro mundo, se julgar que ela é válida.
- mas vou mudar assim, já?
- já. eu mudo toda hora. toda toda hora. por isso que pouca gente me aguenta...
- tenho que ser forte, mesmo não sendo, e tenho que arcar com o que foi dito. a palavra dita não volta atrás!

- não disse nunca que não ia doer em mim. nem disse - tampouco pretendi - estar com a razão. só procurei fazer o que precisasse pra não sofrer. tenho a impressão de que fui completamente contra mim, já que nunca fui sensata, nunca tive gana de tentar não sofrer. sempre sorri e sofri com intensidade. mas e agora, faço o que?

- segue, Bruna. segue.
- volta atrás, Bruna. vai.
- não, Bruna. lei da ação e da reação, você bem sabe, tudo tem consequências.
- mas você não é orgulhosa. diga que errou, diga, mesmo que isso não signifique retorno. você nunca teve medo de voltar atrás, de mudar!

- mas agora é diferente. ele é importante demais. não quero me machucar de novo, então também não posso machucar ninguém mais de uma vez.

- é que eu não sei se quero voar...

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