quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

peteleco

ver meu neném crescer está sendo uma aventura fantástica! às vezes olho e nem acredito que é o mesmo pedacinho de miau que veio pra cá dentro dum saquinho minúsculo...
chegando em casa esses dias, tarde da noite, notei que ele não estava dentro de casa. aprendeu a abrir a janela da cozinha e zarpou, foi passear. chamei por ele e lá vem, na altivez de suas patinhas - já não tão 'inhas' assim... - andando no telhado altíssimo da casa vizinha. foi lindo, engraçado, e deu aquela sensação que os pais devem ter quando os filhos chegam em casa tarde, vindos sabe lá de onde...
belezinha da mãe, meu creminho de açaí - e tantos outros apelidinhos e musiquinhas que eu invento pra ele! já tá tão grande e eu insisto em vê-lo como se ainda coubesse na minha mão com as 4 patinhas, mal soubesse dar pulinhos e miasse baixinho... agora tem amiguinhos, sai pra brincar na rua.
ele vai ficando cada vez mais parecido comigo sem que eu faça nada pra que seja assim. ele é cheio de dengos quando acorda, e arredio a carinhos. quem chega perto tentando carinhar ele já morde sem maiores cenas! adora sair sem ter hora pra voltar, desaparece, se joga na vida, vai conhecer e volta na hora que acha que deve. mas, a despeito disso, sempre está aqui pronto pra me dar amor, mesmo que desse jeito meio louco de gostar. caramba, como somos parecidos! e no fundo as mordidas dele e os botinhos não são pra machucar: são o jeito que ele tem de dizer que ama. e eu o amo assim, com suas peripécias e mesmo que, assim como eu, não seja carinhoso nem abraçativo.
o crescimento dele me ensina, me agrada, me faz saltar aos olhos tantas belas coisas sobre a independência que a gente adquire quando cresce. minha mãe certa vez me disse do quanto se orgulhou quando percebeu que eu e minha irmã já conhecíamos são paulo de cabo a rabo, nós, puras e bestas do interior. pois é, fomos andando, andando e de metrô em metrô, de trem em trem, agora já não há caminho que não se possa percorrer na selva de pedra. o gatinho dos meus olhos já se aventura nos telhados alheios e mostra a cada dia que nada é nosso, nunca, tudo é só uma passagem, uma companhia momentânea, um engrandecimento que se irá enraizar mas que não necessariamente permaneça. gatinho dos olhos verdes, digo, digo, dos olhos azuis, me ensina enquanto anda, vive, garboso e esbelto, perto ou longe. e a gente vai crescendo e entendendo as leis que regem isso tudo, esse todo-Universo. são vidas que vem, vão, depois vem de novo e sempre em busca de sorrisos e alegrias e apenas bons aromas.

bons ventos a todos nós!

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