quinta-feira, 14 de junho de 2012

diário de bordo - parte I

bom, e lá fui eu me inscrever prum congresso na bahia há meses atrás meio sem me dar conta do que estava fazendo, pensando, no fundo, que morreria antes e não teria de vir. pois estou viva e saltitante e o dia chegou. tive de viajar.

trouxe uma cadernetinha de florzinhas coloridas pra anotar o que me fosse acontecendo de interessante, de legal, de nada-a-ver, enfim, pra depois escrever no diário. mas acontece que meu diário de 2012 é, na verdade, um caderno brochura lindo de morrê-er, mas é fininho e as páginas estão teimando em acabar... e, pô, ainda é junho! daí achei melhor escrever aqui no blog, afinal, dá na mesma, continua sendo uma maneira de gente carente falar e falar e záz.

cheguei no aeroporto de noite e parecia que nem era eu que estava lá, parecia que o Universo tinha me enviado como espiã e eu era encarregada de tomar notas. vi gente estranha, gente que grita, mulher querendo dar, homem querendo comer a mulher que quer dar, enfim, coisas assim. aí entrei naquela bagaça, mano, por que ele não pode ir andando, que nem fica na pista lá, até o lugar de chegada? os aviões deviam andar no chão. signo de terra, sabe? não gosto nadinha de me tirar do chão.

tava um céu nublado, um frio lá em guarulhos. mas perante todo o meu medo muito louco e meu pavor estampado nos olhos, o céu falou assim: "toma um presente, menina!". e meus olhos choraram a alegria de ver o sol nascer do meio do mundo, de cima das nuvens, porque passando por aquela névoa é um mar infinito de algodão doce que me enterneceu o coração e me fez ver o quanto existe amor por mim, por nós, o quão infinito é o que tem pra lá, over the rainbow. foi foda. foi catártico. foi a experiência mais linda que o mundo me deu. o céu limpo, o sol ali, raiando forte, em cima de um chão que era nuvem mas era água quando se olhava despercebido, e que era terra quando um monte bem alto tocava e transpassava a névoa, e era fogo quando um raio de sol tocava e fazia um enxame de cores.

aí chegou. e fui viver a cidade, pegar o famigerado praça da sé que, assim como em são paulo, é o centro do mundo baiano e todo mundo vai pra lá. foram kilômetros pra sempre de caminho, mas tudo bem agradável, a cidade não é bonita, mas depois do espetáculo do céu de hoje acho que tudo é bem bonito e eu que sou chata demais pra ver.
de cima do avião, enquanto eu tentava adivinhar que praia era, vi o "auto shopping itapuãn", e passei na frente dele de ônibus também! olha que divertido...
passei em frente ao 'asilo dos azulejos', pode um nome tão lindo pruma loja de azulejo antigo?
no ônibus, uma moça vestida de baiana - que frase ridícula! ela É uma baiana, ela simplesmente era ela, mas pra mim foi lindo vê-la com aquela roupa verde, característica, bela!
na orla, uma loja sei lá de que chamada 'oviedo', a cidade pra onde eu e amanda vamos um dia pra ver se o juan antonio está lá esperando a gente prum convite indiscreto que nós certamente vamos aceitar e viver a vida toda os três, pintando, bordando e rodando.
no ônibus tinha rádio, e tocou 'civil war', do guns n' roses, pra me lembrar da dani e do quanto eu amo aquela pequena!
passou na frente das casas bahia na bahia, vejam vocês!
no teatro ISBA, está em cartaz uma peça feita pra mim: 'siricotico'. siricotico pra mim são umas coisinhas que me dão na hora de dormir, uma piniqueira no rosto, uma coceira doida na perna, que me faz não conseguir dormir grudado com ninguém, a menos que meu cansaço seja tal que eu simplesmente desmaie como se não houvesse amanhã.

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