terça-feira, 4 de setembro de 2012

do fundo da terra ao coração do Brasil


não é difícil compreender meu amor pelo pantanal. até aqueles menos sensíveis à natureza hão de concordar com a magnitude da beleza pantaneira...

o pantanal pra mim tem diversos significados. ele está colorindo as lembranças de 2008, quando eu vivia um amor belo que tem sons de viola e paisagens róseas. o pantanal era nosso sonho, refúgio, vontade, lugar de ir pra viver cada dia como se fosse um amor que começa, e nossa alegria chama, e um violeiro tocava em nossa cama, que era o mundo.


o pantanal é um som lindo, de aves que cá não vem, de cores de céus que cá não aparecem. é como se um mundo à parte, algo que o universo esconde ali no meio que é mesmo pra ninguém ir tocar. é pra ficar ali, preservado, distante, longe pra chegar.

tenho a impressão, nítida, de que a vida vai me conduzir pra lá. ou será que essa impressão já me fará, de certo modo, tomar minha própria condução praqueles lados? seja como for, eu findo bem no pantanal, eu vejo bem, sinto bem, vivo bem. 

meu coração, na verdade, já está lá, já é nativo. desde aquelas noites em que saía mais cedo das aulas pra chegar em casa a tempo de assistir a novela de cenas e histórias mais belas que há. eu olhava pra janela, contava 5 andares de baixo pra cima, ou desde o décimo segundo de cima pra baixo, pra ver se a luz da sala estava acesa e se o meu amigo-amor-companheiro estava lá sentado no sofá - ou no chão, como a gente gostava - me esperando pra mais um capítulo.


a vida vai mudando os traçados e fazendo o desenho que bem entende das nossas histórias. eu sou grata pelo traçado que segui, por ter entendido logo cedo que lá é meu lugar, um dos tantos lugares que temos na vida. pode ser limeira, acre, natividade da serra, mas no meu coração é sempre mais o pantanal, é sempre mais.

os caminhos de rio, a vida que parece pulsar num outro tom, num outro tempo. o dia começa e termina numa beleza, num espetáculo divino, num horizonte de aquarela que ninguém jamais pintou. 

Dia de tudo ter ou de nada ter
Desde cedinho horas pra se viver
Dia para plantar
Dia pra colher
O mesmo dia de sempre
O velho sol
Se esparramando pelo Pantanal.

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