quinta-feira, 5 de julho de 2012

à vaidade

tem algumas pessoas pelas quais, sem explicação, conservo uma paixão platônica. aquelas de criança mesmo, sabe, de olhar, babar, dar suspirinhos... nessa lista, tem o bento ribeiro, o daniel oliveira, o wagner moura, a scarlett johansson, a penélope cruz. meu coração dispara, fato. e parece que não vai sossegar enquanto não viver uma tórrida história de amor com cada um deles.
que coisa, né? e não tem nada a ver com beleza, nadica. mesmo porque sei que em matéria de beleza existe uma grande relatividade... e o que conta muito mais é o charme. nunca gostei de homem bonito-óbvio, sempre fui fã dum dentinho torto, dum cabelo desgrenhado (ah, o cabelo desgrenhado...). e sempre achei mais bonitas as mulheres mais fortes - não caminhoneiras, mas com algo de fêmea alfa, sabe? nada de princesa de porcelana, é meio chato, parece que vai quebrar e que tá sempre emburrada...
e daí que tenho pensado bastante nessas paixões platônicas. tenho tentado entender porque elas despertam. e acho que encontrei um fio pra explicar: todas essas paixões são pessoas com as quais eu gostaria MUITO de passar horas e horas a fio trocando idéia. nossa, eu me acabaria de conversar com o bento ribeiro. tudo que ele fala é engraçado, sem forçação de barra; sem falar da inteligência dele expressa em cada frase, meio sem querer, desleixado, com olhos de ressaca. caramba, sou bem apaixonada por ele. acho que ele lidera as minhas paixões. gosto de quem me faz rir. e de admirar.
me disseram quando eu era adolescente que, quando a gente está apaixonada, tende a achar todo mundo parecido com o objeto da paixão. faz todo sentido, afinal, parece que a pessoa fica saltando aos olhos o tempo todo. claro que tudo tem limite, não vou sair por aí vendo meu branquelinho no batoré. o problema é quando chega num estágio próximo da loucura e você passa a achar MESMO que seu amado é a cara do david beckham... ou melhor, não só parecido como MAIS bonito. só pode ser um mau sinal...
e ontem eu estava pensando em como vou envelhecer. me olhei no espelho, franzi os olhos e me vi com muitas rugas - já tenho umas, uns pés de galinha à la dona florinda, mas nada que me faça passar dos 30... acho que é o que mais tenho de trabalhar: a vaidade. já enxerguei essa fraqueza. me sinto meio estranha quando sou a pessoa mais feia do recinto. é sentido mesmo, não é racional. se bem que acho que o tempo vai ensinando a gente na hora a certa a entendê-lo. eu que fico aí preocupada com coisa pouca.
acho bonito marca do tempo, cicatriz, sinal de movimento que houve e está impresso. acho belo quando a juventude se torna algo muito mais parte do espírito, e a idade física acaba por se diluir nas ações, nos movimentos, e nem se dá bem pra definir quanto anos a pessoa tem. é lindo isso! minha mãe disse que se olha no espelho e ainda se vê exatamente como se via com 20 anos, que nada mudou, porque é mais uma questão de como a pessoa se sente. faz todo sentido, pois eu também não sei onde ficaram os últimos 10 anos, me sinto tão menina ainda...
uma amiga que tive dizia que tinha uma imensa vontade de envelhecer, de ser avó, gordona, e abraçar os netos. não tenho essa vontade não, mas acho que com o tempo, se estivermos em harmonia com o universo e conosco, nem vamos estranhar: tudo vai fluir com tanta naturalidade! é que tem uma ode à juventude sendo entoada a todo instante hoje em dia - o que é belo -, mas em detrimento da velhice. conforme os anos passam, vai ficando tudo cada vez mais claro, eu acho. tanta coisa eu aceito hoje que antes era tão difícil...
num eterno presente, o belo é estar sempre exatamente onde se quer estar!

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